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Estado de Minas

Zema: sedativos para intubação por COVID-19 podem faltar em 15 dias

Governador admite desabastecimento se o estado não receber suprimentos nas próximas semanas


17/07/2020 09:42 - atualizado 17/07/2020 12:03

(foto: Gil Leonardi/Agência Minas)
(foto: Gil Leonardi/Agência Minas)
Dentro de 15 dias, os hospitais mineiros podem ficar sem anestésicos, sedativos e bloqueadores neuromusculares utilizados no manejo clínico de complicações decorrentes da COVID-19. A previsão é do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). 

"A situação hoje é: se não chegar sedativo em 7, 15 dias, vai começara a ter falta", afirmou o chefe do executivo estadual nesta sexta-feira (17), em entrevista  à Rádio Itatiaia. 

"O que mais nos preocupa é a falta de sedativos. Nós ainda temos, mas um estoque pequeno, tipo para 15 dias, enquanto o correto seria ter um estoque para 45 dias ou mais. Se não recebemos nos próximos dias, pode faltar. Estamos trabalhando junto com o Ministério Público porque os preços estão majorados. E nós não queremos comprar nada acima do valor que estava há dois, três meses atrás, sem ter uma anuência do Ministério Público, para não sermos questionados amanhã. Houve aumentos da ordem de 100%, 200%, 300%", acrescentou.

Recentemente, o o Ministério da Saúde entregou 806 mil doses de medicamentos a diversos brasileiros. Minas Gerais ficou de fora do grupo. A situação dos hospitais mineiros é crítica, tanto no interior, como na Região Metropolitana da capital. A prefeitura de Belo Horizonte informou, em 3 de julho, que emprestou cerca de 3 mil ampolas a pelo menos quatro hospitais filantrópicos. Esta manhã, Zema relatou que os empréstimos têm se tornado corriqueiros também entre as unidades da Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais). Os fármacos são utilizados na chamada intubação orotraqueal, procedimento realizado para induzir a ventilação pulmonar em pacientes com capacidade respiratória comprometida pelo novo coronavírus

Leitos em Minas

Questionado sobre a situação do hospital de campanha, montado no Expominas, o governador garantiu que a estrutura está pronta para receber pacientes.  

"Pode começar a funcionar daqui a duas horas. Já está com a equipe contratada, com toda a infraestrutura pronta. Vai depender simplesmente da Secretaria de (Estado) de Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte chegarem ao entendimento de que é o momento adequado. Nós temos que lembrar que a prefeitura de Belo Horizonte tem gestão plena, ou seja, eles administram a rede hospitalar. E assim que eles falarem que não têm mais capacidade, ela exauriu, vamos disponibilizar e esses leitos", assegurou. 

O hospital de campanha conta com 768 leitos - todos de enfermaria. Em BH, a prefeitura informou, nessa quinta-feira, que a ocupação geral dos leitos de UTI está em 86%. São, no total, 1057 vagas, entre as quais 392 estão mobilizadas exclusivamente para o atendimento da COVID-19. Os leitos clínicos somam 4.657, lotação de 67%. Destes, 1.087 foram reservados para a pandemia e 74% deles já têm pacientes. 

Reforma da previdência

Zema voltou a defender a reforma da previdência estadual, cuja votação foi adiada para agosto na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), após protesto dos servidores públicos. Por meio da portaria 1.348/2019, a União havia estabelecido aos estados e municípios que votassem as mudanças até 31 de julho deste ano, sob pena de suspender repasses voluntários. Apenas 13 estados concluíram a votação do texto. Os demais - Minas, entre eles - pressionam o governo federal para extensão do período. O governador mineiro ressaltou que, independente do que ficar decidido pela União, a reforma é essencial para restabelecer a pontualidade do pagamento do salário do funcionalismo. 

“A cada mês que passa um estado como Minas, que está quebrado, deixa de economizar mais de R$ 100 milhões. Se o governo federal mudar ou não a data, continua sendo urgente a questão ser analisada aqui na Assembleia. Não mudaria em nada. Se alguém tem de tratar uma doença, quanto mais tempo posterga pior fica a situação. Isso tem sido a realidade de Minas Gerais. Falo sempre: há cinco anos ou mais, o funcionalismo público do Executivo tem recebido salário atrasado. Há cinco anos ele recebe o 13º parcelado. Só consegui  pagar o 13º do ano passado há 45 dias. Esse incêndio começou há mais de 5 anos”, argumentou.   


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