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Estado de Minas O DIA SEGUINTE

Desconfiança, silêncio e até festa marcam local em que Bolsonaro foi esfaqueado

Pessoas que acompanharam momento de perto preferiram não comentar situação


postado em 07/09/2018 19:50 / atualizado em 07/09/2018 20:02

Esquina entre as ruas Halfeld e Batista de Oliveira. No local, Bolsonaro encontrou abrigo em uma lanchonete, segundo relatos de testemunhas(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A.Press)
Esquina entre as ruas Halfeld e Batista de Oliveira. No local, Bolsonaro encontrou abrigo em uma lanchonete, segundo relatos de testemunhas (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A.Press)

Ao longo da rua Halfeld, lojas com portões fechados contrapõem um cenário aparentemente festivo. A manhã da sexta-feira de 7 de setembro é um tanto atípica para os moradores de Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais. O motivo, entretanto, não são as comemorações anuais do Dia da Independência do Brasil.

Menos de 24 horas antes, o cruzamento com a rua Batista de Oliveira era palco do encontro entre o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e Adelmo Bispo de Oliveira. O homem de 40 anos esfaqueou o candidato na região do abdômen e o obrigou a passar por cirurgia.

 No dia seguinte, pessoas se juntaram na região novamente. Desta vez, não para apoiar Bolsonaro, mas para os festejos pelo 196º aniversário da independência. A menos de 300 metros de onde o presidenciável fora atacado, civis e militares desfilavam na Avenida Barão do Rio Branco.

Os sons de quem animava a larga rua cujo nome homenageia o histórico diplomata brasileiro, no entanto, pouco alcançavam a Halfeld. No local em que Bolsonaro foi esfaqueado, o clima era de desconfiança.

Relatos de quem acompanhou de perto o momento indicam que o presidenciável encontrou abrigo na Internacional Lanches, lanchonete localizada justamente na esquina da Halfeld com a Batista de Oliveira. Um pouco mais à frente está o prédio para o qual Adelmo foi carregado instantes após o ataque.

Nos dois estabelecimentos, o silêncio e a busca por discrição. Esse comportamento foi padrão entre as pessoas ouvidas pela reportagem. Das 18 pessoas entrevistadas pelo Estado de Minas, 12 confirmaram que estavam no local no momento em que Bolsonaro foi esfaqueado. Ninguém quis se identificar ao responder perguntas.

“Se eu falo disso, a Polícia Federal cai em cima”, conspira um homem que deixou a conversa assim que foi abordado. “Não gosto das perguntas”, diz um ambulante, que, sem ser gravado, detalha tudo o que ocorreu na tarde anterior. A desconfiança disfarçada de silêncio tomou a Halfeld nesta sexta-feira. Poucos passos à frente, entusiastas da festa patriótica bradavam ‘Independência ou morte’ - um mantra que talvez fizesse mais sentido no dia anterior, alguns metros à frente.


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