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Estado de Minas

Disputa pelo governo de Minas gera troca de acusações no PP

Enquanto o novo presidente afirma que partido não vai ser mais "um puxadinho" do PSDB, ex-deputado Dinis Pinheiro classifica legenda de "balcão de negócios" e anuncia desfiliação


postado em 24/02/2018 06:00 / atualizado em 24/02/2018 06:54

Dinis Pinheiro (D) seguiu o caminho do ex-governador Alberto Pinto Coelho, que havia se desfiliado do PP na véspera, em uma saída turbulenta(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 1/3/16)
Dinis Pinheiro (D) seguiu o caminho do ex-governador Alberto Pinto Coelho, que havia se desfiliado do PP na véspera, em uma saída turbulenta (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 1/3/16)

Depois da saída turbulenta do ex-governador Alberto Pinto Coelho e do ex-deputado Dinis Pinheiro do PP, o novo presidente estadual do partido, o deputado federal Renzo Braz, afirmou que a legenda não vai mais ser “um puxadinho” do PSDB e está aberta para novas coligações. A declaração, crítica clara ao período em que dois dissidentes estavam no controle do PP em Minas, ocorreu ontem, no mesmo dia em que Dinis anunciou sua desfiliação e chamou o partido de “balcão de negócios”.

Numa mudança articulada pela bancada federal, o deputado federal Renzo Braz assumiu na quarta-feira a presidência do partido no lugar de Pinto Coelho. A mudança aproxima a legenda do pré-candidato a governador Rodrigo Pacheco (MDB) e joga para escanteio os planos de candidatura de Dinis, que ensaiava chapa com o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB).

“O posicionamento do Alberto e do Dinis foi contrário a ter uma gestão diferente, que não seja sempre para o lado do PSDB. Vamos conversar com todos os partidos. O PP vai ser um protagonista, não vai ser um amador, um puxadinho”, afirma Braz. Segundo ele, a legenda está conversando com Pacheco, que está prestes a se mudar para o DEM, mas está aberta a outras propostas, inclusive de Lacerda. “Vamos conversar com Lacerda, com Pimentel. Podemos também lançar candidato próprio, o PP é maior do que isso tudo, não tem nada fechado com ninguém”, completa.

No comunicado de desfiliação, Dinis disse que o partido segue como “um balcão de negócios, submetido aos interesses de Brasília”. “Somos como água e óleo nesse aspecto. Meu compromisso é ajudar a encontrar um caminho novo, limpo e ético para Minas Gerais. Ninguém aguenta mais escândalos de corrupção e a velha política do toma lá dá cá. Brasília não vai decidir o futuro dos mineiros”, escreveu.

Antes mesmo do anúncio da saída, o ex-deputado recebeu o convite do Solidariedade para concorrer ao governo do estado, caso quisesse se desfiliar do PP. Deputado estadual por cinco mandatos, Dinis Pinheiro foi o mais votado na Assembleia Legislativa em duas eleições. Também esteve na presidência da Casa por dois anos e disputou as eleições de 2014 como vice na chapa do candidato ao governo Pimenta da Veiga (PSDB).

‘DESCOMPROMISSO’ Também bastante próximo dos tucanos, o ex-governador Alberto Pinto Coelho havia saído do PP na véspera. “Em minha decisão está, por um lado, o repúdio ao oportunismo e a visão personalista que têm levado partidos ao descompromisso com sua história e com aqueles que integram as suas fileiras, deixando lideranças regionais e municipais à mercê de interesses congressuais”, informou, na carta de desfiliação. Presidente da Assembleia por duas gestões, ele foi vice-governador de Antonio Anastasia (PSDB) e, na sequência, governador, quando o tucano se afastou do governo para disputar o Senado.

Pelo Twitter, ontem, ex-presidente do PSDB em Minas Gerais e atual secretário-geral nacional da legenda, deputado federal Marcus Pestana, saiu em defesa do ex-governador. “O que o Partido Progressista (PP) fez com o ex-governador de Minas e ex-presidente da Assembleia Legislativa, Alberto Pinto Coelho, além de brutal ingratidão, é gesto de truculência política que os mineiros não aceitam. Jogo pequeno e medíocre”, disse.

A decisão de passar o comando do PP em Minas Gerais ao deputado federal Renzo Braz, que passa a ser o novo presidente da comissão provisória, foi apoiada pelos seis parlamentares da legenda, incluindo o irmão de Dinis, Toninho Pinheiro. Parlamentares que estavam na reunião contam que Dinis ficou tão revoltado com a decisão que deu socos na mesa e partiu para cima do deputado federal Luiz Fernando Faria, quase chegando às vias de fato. (Colaborou Juliana Cipriani)

 


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