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Estado de Minas CPMF EM DOSE DUPLA

Marcelo Castro diz que pretende enviar ao Congresso projeto que determina cobrança da CPMF

Logo após ser anunciado ministro da Saúde, deputado apontou cobrança do imposto para enfrentar as dificuldades enfrentadas pela pasta


postado em 03/10/2015 07:00 / atualizado em 03/10/2015 07:40

"Nossa proposta é continuar com a mesma alíquota de 0,20% e arrecadar o dobro, cobrar no débito e no crédito", Marcelo Castro (E), que recebeu o cargo de Arthur Chioro (foto: WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL)
Brasília - Assim que foi anunciado pela presidente Dilma Rousseff que assumirá o Ministério da Saúde, o deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI), que é médico, ressaltou as dificuldades enfrentadas pela pasta e propôs à presidente que a CPMF seja cobrada tanto nas operações de crédito quanto de débito, o que dobraria a arrecadação do governo. “Nossa proposta é continuar com a mesma alíquota de 0,20% e arrecadar o dobro, vamos cobrar no débito e no crédito”, disse o novo ministro. O novo dirigente da Saúde propõe que tanto a União quanto estados e municípios recebam os recursos da CPMF. Disse que pretende enviar ao Congresso Nacional projeto de lei sobre a chamada “dupla tributação”.


Didático, ele explicou sua proposta: “João dá um cheque a Pedro de R$ 1.000. E 0,20% corresponde a R$ 2. Então, saem da conta de João R$ 1.002 (R$ 1.000 do cheque e R$ 2 da CPMF). Entram na conta de Pedro R$ 998 (R$ 1.000 do cheque com desconto de R$ 2 da CPMF). João continua pagando R$ 2 e Pedro, que não pagava nada, passa a pagar R$ 2. Ninguém se incomoda porque a alíquota continua baixa e o governo arrecada o dobro.


“Estou propondo uma coisa simples, engenhosa, não vamos aumentar a alíquota, vamos dividir os recursos com a União, estados e municípios e, de tudo que for arrecadado da CPMF, 50% irão para a seguridade social e 50% para a saúde (25% para estados e 25% para municípios)”, ressaltou. Segundo Castro, a proposta foi bem recebida pelos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, e pelo ex-ministro da Casa Civil e atual dirigente da Educação, Aloizio Mercadante. “Todos gostaram, porque não vamos aumentar alíquota e não vamos onerar alguém individualmente e vamos arrecadar dobrado”, ponderou.

PMDB Para Castro, o ministério tem problemas de financiamento e gestão e é preciso melhorar. Ele se mostrou confiante com a aprovação da medida tanto pelo PMDB quanto por outros partidos do governo. “Esperamos que o PMDB e todos os partidos que querem salvar a saúde votem junto”, disse. Para ele, o presidente da Casa será convencido a “ajudar” a aprovar a recriação do imposto já que, segundo o novo ministro, ele é um “patriota”. “Ele com certeza vai ajudar, porque ele é um patriota e vai sabe que um dos problemas mais graves do país é a saúde”, disse. No mês passado, Cunha já disse ser contra a CPMF e avaliou que ela não será aprovada na Câmara dos Deputados.

Análise da notícia

Proposta indecorosa

Pedro Lobato


Se não será fácil aprovar a recriação da CPMF, destinada a cobrir o rombo nas contas públicas provocado pelo gasto irresponsável do governo, pior ainda será a proposta do novo ministro da Saúde, deputado Marcelo Castro (PMD-PI). Ele quer dobrar a arrecadção do tributo, cobrando a alíquota de 0,2% tanto de quem paga como de quem recebe a movimentação financeira. Trata-se de uma clara demonstração de despreparo de desconhecimento das regras tributárias, que impedem a bitributação. Ora, se paguei a CPMF ao receber um depósito, vou pagar de novo sobre a mesma quantia quando retirar o dinheiro ou pagar alguém com ele. Simples assim.


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