
“Nas últimas semanas, muitas macrorregiões apresentam taxa de incidência extremamente alta, acima de 10 casos por 100 mil habitantes”, indica o documento. Segundo os cientistas, o “Brasil é hoje um dos epicentros da pandemia no mundo em termos de gravidade”. A análise leva em conta, também, a taxa de óbitos do país por milhão de habitantes, que hoje é 4,7 vezes maior do que a global. “Se no mundo temos uma taxa de 497 óbitos por milhão de habitantes, no Brasil atinge 2.364 óbitos por milhão de habitantes”, aponta o boletim.
Somente ontem, mais 2.001 mortes foram registradas ,de acordo com o balanço do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde. Com isso, a média móvel de mortes ainda continua perto da faixa de 2 mil e, segundo o Conass, a média atingiu, ontem, o patamar de 1.806 mortes.
Parte do documento destaca, ainda, a velocidade com que o país passou a contabilizar 100 mil óbitos desde o início da pandemia. Para alcançar os primeiros 100 mil e 200 mil óbitos, foram necessários intervalos de cinco meses. Depois disso, mais 100 mil mortes foram contabilizadas em dois meses e meio e, em 24 de março, o Brasil atingia a marca de 300 mil vidas perdidas. Para passar de 300 mil para 400 mil mortes, foi preciso pouco mais de um mês.
“Na sequência, em apenas um mês e 23 dias (entre 29 de abril e 19 de junho), foram contabilizados mais 100 mil óbitos, chegando à triste marca de 500 mil. A velocidade de ocorrência de óbitos se mantém com números extremamente altos, o que descreve a situação crítica que o país ainda vive”, concluem os especialistas.
Para mudar o cenário, os pesquisadores reforçam a necessidade da adoção de medidas não farmacológicas junto com a aceleração da vacinação. “A comunicação clara, objetiva, confiável e sem contradições entre os governantes é fundamental para manter a confiança da sociedade, sua adesão às orientações e engajamento para reforçar intervenções locais que ajudem-nos a minimizar os impactos da pandemia”, indicam.
