Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Sete de cada 10 brasileiros conhecem alguém que morreu vítima de COVID-19

No país onde a COVID-19 já matou 400 mil vidas, muitos governos tentam conter o avanço da pandemia. Mas prosseguem as festas clandestinas, o uso irregular de máscaras de proteção e, sobretudo, a ideia de que a doença é “invenção da China” ou que “não existe”. Uma pesquisa realizada em abril deste ano aponta que sete em cada 10 brasileiros conhecem alguém que morreu pela doença.





Em São Paulo, um dos estados com recordes de casos de COVID no Brasil, as forças de segurança pública contabilizaram 2.475 autuações por funcionamento irregular de comércios e festas clandestinas. Isso entre março e abril deste ano – mês em que as mortes totais quadruplicaram no país. No Rio Grande do Sul, dados de Segurança Pública locais registraram, em 6 de março, 708 ocorrências de pessoas que ignoravam a gravidade da pandemia. O que inclui a realização de qualquer evento que promova aglomerações e, consequentemente, a circulação do novo coronavírus.

A farmacêutica e presidente do Conselho de Farmácia do DF (CRF-DF) Gilcilene Chaer, 46 anos, é uma das pessoas que luta contra o negacionismo em relação à COVID-19. Ela explica que a visão negativa da população tem forte influência política. “Esse negacionismo começou com políticos dos Estados Unidos e se propagou para o Brasil, que, também por razões políticas e ideológicas, não acreditaram e ainda continuam negando a doença apesar de todas as mortes já contabilizadas”, lamenta.

A presidente do CRF-DF também destaca os jovens entre os que mais negligenciam a doença. “Os jovens negligenciam a doença porque os mais acometidos, em um primeiro momento, foram os idosos e portadores de comorbidades, como obesidade, diabetes e hipertensão. Outro fator preponderante é a crise econômica que está levando trabalhadores e empresários ao desespero, que, necessitando trabalhar acabam por passar por cima das medidas, comprovadamente, eficazes na prevenção da covid-19”, explica.





O negacionismo em relação à COVID-19 tem afetado diretamente no controle da pandemia, tanto no Brasil como mundo afora. O colapso na saúde pública brasileira e o elevado número de mortes são apenas alguns dos resultados que a população sofre por conta do descontrole ao seguir as normas de segurança.

Para a farmacêutica Gabriela Freitas, 25 anos, que atua na linha de frente contra a covid em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no DF, a politização das informações é um dos fatores que têm interferido no trabalho dos profissionais da saúde. “Acredito que hoje, por existirem muitas fontes de informação, as pessoas tenham dificuldade de identificar o que é verdadeiro ou não, além da politização de questões que deveriam ser relacionadas exclusivamente à saúde e à ciência. O Brasil sofreu muito com influências ruins nesse contexto, quando pessoas com grande visibilidade mostram descrença em algo é muito difícil de fazer com que a população que não possui um conhecimento técnico na área da saúde enxergue de maneira diferente”, cita.

Gabriela ainda deixa um alerta para que a população não caia em descrédito e orienta para que as medidas de restrição contra o vírus sejam seguidas corretamente. “Evitem aglomeração sempre que puderem, se isolem quando houver algum sintoma, busquem informações em fontes confiáveis e se cuidem, pois a melhor opção é não pegar o vírus”, aconselha.




O que é um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.



Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.





  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.



Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

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