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Estado de Minas INVESTIGAÇÃO

Larvas foram colocadas em comida de Hospital de Contagem, diz Polícia Civil

Investigações sobre quem teria colocado as larvas na comida continuam. Mulher que denunciou o caso responde por injúria racial e outros crimes


16/10/2023 15:21 - atualizado 16/10/2023 18:16
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Polícia Civil em coletiva
Em coletiva, delegado Rômulo Dias afirmou que os laudos periciais mostraram que as larvas naturalmente não poderiam estar na comida (foto: Mariana Costa/EM)
A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu que a comida encontrada com larvas no Hospital Municipal de Contagem, na Grande BH, sofreu sabotagem.

Em coletiva nesta segunda-feira (16/10), o delegado Rômulo Dias afirmou que os laudos periciais mostraram que as larvas naturalmente não poderiam estar na comida. Elas, portanto, foram colocadas ali. 
 
“Podemos atestar que as larvas, em condições naturais, não estariam dentro da comida. A investigação foi categórica em juntar elementos técnicos que comprovam que o tamanho das larvas encontradas era incompatível com o tempo e estado da comida”, disse Dias.

Segundo ele, pelo tamanho, a larva deveria estar em um substrato em decomposição que não era o caso da comida servida no hospital. “Inclusive quem chegou a comer a marmita com as larvas, informou na delegacia, em depoimento, que a comida apresentava um gosto normal, ou seja, ela não estava estragada.” 
 
Dias apontou também o fato de terem sido questionadas duas marmitas, enquanto, por dia, são distribuídas cerca de 4 mil no hospital.   

Destacou ainda que as análises técnicas atestam que o estado de desenvolvimento das larvas encontradas não era compatível com o do estado de conservação do alimento das marmitas. 

“As larvas já apresentavam mandíbulas e estruturas de esôfago que eram incompatíveis com o período de 24 horas. Para atingirem esse tamanho de sete milímetros deveriam ter até quatro dias. A comida é produzida no Hospital de Contagem por volta das 13h, servida por volta das 17h e foi questionada às 20h. O prazo de menos de 10h para que houvesse a eclosão do ovo e o desenvolvimento da larva para atingir o estado de maturação quando descoberta no alimento”, acrescentou.           

O delegado também ressaltou que as provas técnicas mostraram que as larvas não teriam condições de romper o isopor que reveste a marmita. “As larvas não têm pés e se movimentam através de um movimento vermiforme. Em razão disso, elas não teriam condições de alcançar as marmitas.”

As amostras de marmita com larvas foram analisadas pela Vigilância Sanitária de Contagem, pela Fundação Ezequiel Dias e pela Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Agora a investigação prossegue para descobrir quem teria sabotado as marmitas. Segundo o delegado, o autor deve responder por falsa comunicação de crime. 
 

Denúncia nas redes sociais


A denúncia foi feita em 3 de setembro quando familiares que acompanhavam crianças internadas no Hospital de Contagem foram até as redes sociais denunciar o estado da comida servida na unidade de saúde. 

Larvas foram encontradas nos marmitex que são distribuídos. Em um vídeo publicado, uma mulher aparece indignada com a situação. É possível ver as larvas na alimentação cedida aos pacientes. “A comida das crianças vindo com larvas”, diz a mulher.

Em 11 de setembro, a Prefeitura de Contagem pediu que a Polícia Civil investigasse a denúncia.
 
Procurada pela reportagem, a Prefeitura disse, em nota, “que acompanha o desenrolar das investigações e espera que os autores e/ou mandantes do crime sejam identificados. Reconhece ainda o ágil trabalho de investigação Polícia Civil e segue empenhada em ajudar a esclarecer todas as situações relativas à sabotagem cometida contra o Complexo Hospitalar do município.”
 

Injúria racial


Dois dias após fazer as denúncias sobre a qualidade da comida no hospital, uma mulher foi levada à delegacia acusada de injúria racial contra uma copeira da unidade de saúde.

Em relação a esse crime, o delegado Marcos Vinícius Monteiro disse que as investigações apontaram que a mulher realmente praticou o crime. Os delegados ressaltaram que a injúria racial não teve relação com a denúncia feita pela mulher.

“Ela alegou que estava sendo presa não pela prática do crime, mas como uma forma de retaliação por ela ter denunciado a marmita com larva, o que ocorreu dois dias antes”, explica o delegado Rômulo Dias.  

Além da copeira, uma médica também teria sido ameaçada e sofrido injúria. A mulher também praticou o crime de desacato contra um funcionário da Guarda Municipal de Contagem. 

De acordo com o delegado, ela foi indiciada pelos crimes de injúria racial e contra funcionário público, ameaça e desacato. Pelos crimes ela pode ser condenada a uma pena de até 8 anos de prisão. Monteiro diz que há outras vítimas, mas que os crimes de injúria e ameaça precisam de representação para que a investigação possa ser iniciada.  


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