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Estado de Minas COLHEITA DE ALHO

MG: 97 trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão

Homens, mulheres, adolescentes e uma grávida foram encontrados por agentes do Ministério Público do Trabalho na cidade de Rio Paranaíba


11/09/2023 19:36 - atualizado 11/09/2023 19:52
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Resgate trabalho análogo à escravo em Minas
Atividades eram feitas de forma manual, sem equipamentos de proteção individual (foto: MPT-MG / Divulgação)
Noventa e sete pessoas que trabalhavam em uma fábrica de colheita de alho foram resgatadas da situação de trabalho análogo à escravidão na cidade de Rio Paranaíba, na Região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais. Homens, mulheres, adolescentes e uma grávida foram encontrados por agentes do Ministério Público do Trabalho (MPT-MG) no fim de agosto. 
Durante o manuseio do alho, também conhecido por beneficiamento do alho, os trabalhadores tinham que cortar a rama, aparar as raízes, eliminar camadas de pele que estavam sujas, manter um tamanho específico do caule - para evitar a debulha e a invasão de patógenos - e encaixotar o vegetal. De acordo com o MPT-MG, as atividades eram feitas de forma manual, sem equipamentos de proteção individual. 

"O cenário que encontramos foi de trabalhadores em pé ou sentados em locais improvisados ao redor das caixas de alho, sem qualquer equipamento de proteção individual. Eles relataram que almoçaram em 20 ou 30 minutos e não tinham registro do contrato de trabalho em carteira”, descreve a procuradora do Trabalho que atuou na operação de resgate, Regina Duarte.

Para regularizar a situação contratual dos trabalhadores, os empregadores pagaram um total de R$ 391.876,58, sendo R$ 315.176,58 em verbas trabalhistas e R$ 76.700,00 para reparar o dano moral individual causado à cada pessoa submetida à situação de trabalho análogo à escravidão.

Os trabalhadores também receberam passagens para o retorno às suas cidades de origem. Uma grande parte deles tinha vindo do Maranhão, e os demais eram de outros estados ou regiões mineiras. 

Operação Resgate III


Realizada durante todo o mês de agosto, em 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, a Operação Resgate III teve como resultado o resgate de 532 pessoas submetidas ao trabalho em condições análogas à escravidão. Homens, mulheres, idosos e até crianças estavam sendo explorados em segmentos econômicos como agricultura, em lavouras de café, mandioca, batata e no beneficiamento do alho; na pecuária e na produção de carvão. Neste ano, o número de resgatados no Brasil chegou a 2.077.

A operação foi empreendida pelo Grupo Especial Interinstitucional de Fiscalização Móvel (GEIFM), integrado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT); Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), pela Defensoria Pública da União (DPU); Ministério Público Federal (MPF); Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).


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