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Estado de Minas VACINAÇÃO

Meningite: baixa cobertura vacinal preocupa em Minas

Apenas 75,36% dos mineiros foram imunizados este ano contra o meningococo tipo C, a bactéria prevalente no Brasil


29/09/2022 20:51 - atualizado 29/09/2022 20:50

VACINA MENINGITE
Cobertura vacinal ideal é 95% da população (foto: Gladyston Rodrigues/ EM/ D.A Press)
Mais uma grave doença está preocupando os governantes brasileiros pela baixa cobertura vacinal. A meningite dos tipos A, B, C, W e Y têm imunizante disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças e adolescentes, entretanto apenas 75,36% dos mineiros foram imunizados este ano contra o meningococo tipo C, a bactéria prevalente no Brasil. 

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), de janeiro a setembro deste ano, 465 casos foram registrados no estado e 71 pessoas morreram vítimas de meningites. Os números são maiores que 2021, já que nos 12 meses, houve um total de 459 casos e 51 óbitos.

A capital mineira também está enfrentando aumento nos casos, se comparados com o ano anterior. Em 2021, foram confirmados um total de 77 casos. Até o momento, em 2022, já são 69 diagnósticos. Enquanto a cobertura vacinal contra meningites está em 62%.

O ideal é que 95% das crianças e adolescentes estejam imunizados contra a doença, porém a adesão às vacinações de rotina estão baixas. Pelo SUS, a criança recebe a vacina contra o subgrupo de meningite C aos 3 e 5 meses e quando completa 1 ano. Aos 11, recebe um reforço com a vacina ACWY, que contempla os outros tipos de bactérias causadoras da infecção. 

A meningite é uma inflamação grave das meninges - membranas que recobrem o cérebro e toda medula espinhal, causada pela bactéria Neisseria Meningitidis, e os grupos A, B, C, W e Y são responsáveis por mais de 95% dos casos com taxa de morte na casa dos 20%. Outros fatores infecciosos como vírus, parasitas e fungos também podem provocar a doença. 

No Brasil, o meningococo tipo C é o mais prevalente, mas por ser uma doença imprevisível, pode ocorrer circulação de outros tipos como o W e Y que já foram registrados no Brasil.
 
De acordo com o agente infeccioso responsável pela inflamação das meninges, a meningite pode ser classificada em alguns tipos, sendo os principais: a meningite viral, a meningite bacteriana, a meningite fúngica, a meningite asséptica e a meningite eosinofílica.

A doença

Segundo o pediatra e epidemiologista José Geraldo, em geral, o termo meningite se refere à doença infecciosa, mas existem outros tipos de meningites, como aquelas causadas por radiação e química, entretanto a grande maioria dos diagnósticos são pelo tipo infeccioso. 

Entre as bactérias que podem causar meningite, está a meningococo. Ela é subdividida em vários grupos e o subgrupo C é o mais comum, por isso, está no calendário de vacinação. No Brasil, há imunizantes para todas as categorias, menos a X, pois é extremamente rara no país.

Geralmente, quem adoece de meningite, pega de uma pessoa com contato íntimo (por exemplo, moram na mesma casa ou são um casal). É possível que o transmissor tenha a bactéria, mas não esteja doente. Porém, infecta uma pessoa e essa desenvolva a doença. 

Quando há diagnóstico positivo, é importante tratar os doentes e seus contatos com antibióticos. Entretanto, o melhor a se fazer é prevenir a doença com a vacinação adequada de 95% da população. 

"É uma doença grave, todos os casos confirmados acabam sendo internados e submetidos a tratamento com antibiótico. As pessoas são isoladas no hospital, mas não são esses diagnósticos que transmitem. A transmissão maior acontece com os portadores da bactéria que não estão doentes, por isso, a vacinação é importante. Na prática, não há como identificar os portadores que estão transmitindo. Cerca de 10% da população tem a bactéria e transmite, mas não significa que estão doentes", diz o médico.

Entre os sintomas, os principais são dor de cabeça intensa, dor na nuca, febre alta, náuseas e vômitos e rigidez do pescoço. Em crianças de até 1 ano, o diagnóstico é mais complicado, pois são sintomas genéricos, como febre e perda de apetite.

Onde vacinar?

Em Belo Horizonte, a Prefeitura disponibiliza a vacina Meningocócica C Conjugada para a imunização de crianças a partir de 3 meses de idade, seguindo esquema de duas doses, aos três e cinco meses de idade e um reforço aos 12 meses. A vacina protege contra doenças causadas pela neisseria meningitidis do sorogrupo C, dentre elas meningite e meningococcemia.
 
Desde 13 de julho, a PBH ampliou a vacinação contra a meningite C para crianças de até 10 anos de idade que ainda não tenham recebido a vacina e também para trabalhadores da Saúde. 
 
A vacina está disponível nos 152 Centros de Saúde da capital mineira. Clique AQUI para ver os endereços. 

São Paulo

A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo confirmou a morte de uma mulher de 42 anos por meningite. Ela era moradora da região que abrange a Vila Formosa e o Aricanduva, dois bairros da Zona Leste da capital. Esse é um dos cinco casos de meningite meningocócica do tipo C registrados no período de 16 de julho a 15 de setembro. Além da mulher, os demais casos foram registrados em um bebê de 2 meses e em adultos de 20, 21 e 61 anos.

Segundo a prefeitura, imediatamente após as notificações dos casos foram desencadeadas ações de prevenção e controle pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), como o fornecimento de medicamentos preventivos para pessoas consideradas mais próximas, como parentes ou habitantes da mesma casa de pessoas acometidos pela doença, além da intensificação vacinal na região, de moradores entre 3 meses e 64 anos de idade, inclusive com busca ativa. Já foram vacinadas 7.400 pessoas na região nos últimos 15 dias.


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