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Estado de Minas ESPECIALISTA EXPLICA

Caso de varíola dos macacos em cães, como o registrado em MG, ainda é raro

Primeiro caso do Brasil em um cachorro foi confirmado pela SES-MG; animal é de Juiz de Fora e começou a ter sintomas há dez dias


24/08/2022 12:04 - atualizado 24/08/2022 13:41

Na foto, é possível ver manchas na pele, sintoma da varíola dos macacos, em corpo de homem
De acordo com a SES-MG, até o momento, só havia dois registros de caso no mundo, nos Estados Unidos (EUA) e França (foto: Reprodução)
A Secretária do Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou, nessa terça-feira (24/8), o primeiro caso de varíola dos macacos (Monkeypox) em cães, no Brasil. O animal do município de Juiz de Fora, na Zona da Mata, começou a apresentar sintomas da doença há dez dias, cerca de uma semana após o início dos sintomas de seu tutor. 

De acordo com a SES-MG, até o momento, só havia dois registros de caso no mundo, nos Estados Unidos (EUA) e na França, onde o potencial de transmissão de humano a animal está sendo estudado.

A Regional de Saúde de Juiz de Fora informou que paciente e cão estão isolados e passam bem.

Contaminação e estudos 

O professor Rafael Romero Nicotino, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva na UFMG, afirma que a contaminação ocorre por meio do contato entre o cachorro e uma pessoa que testou positivo para a doença. “Isso ocorre, principalmente, quando o tutor foi diagnosticado e tem convívio próximo com o animal de estimação”, explicou.

Segundo ele, ainda não há certeza se cachorros podem ser fonte de transmissão da doença. “O cão pode desenvolver sintomas e ficar doente, mas não sabemos se ele está transmitindo para o homem. Até agora, nos casos registrados, o cão foi diagnosticado com varíola dos macacos após ter contato próximo com o tutor. Ainda não temos relatos do contrário”, disse. 

Por isso, Nicotino explica que, caso o tutor teste positivo para doença, o animal também deverá ficar isolado. “Isso evitará o contato com outros moradores da casa, enquanto cão e tutor estiverem no período de transmissão. Como não sabemos o papel do animal como transmissor, não é recomendado que ele seja mandado para outro local, já que poderá contaminar novas pessoas”, contou.

Conforme o professor da UFMG, também é importante que o tutor não fique tão próximo do animal. “Uma vez que a pessoa testou positivo, ela deve ter o mínimo de contato com o cão. Em relação aos cuidados com os animais, como alimentação, é preciso adotar medidas de proteção. Já temos conhecimento da relação dos poxvírus com a zoonose, mas no caso do Mokeypox, com esses três relatos, tudo ainda é recente”, disse. 

Além disso, ele conta que desconhece algum tratamento da varíola dos macacos em animais. “Neste caso, o ideal é prestar suporte ao animal, levá-lo ao veterinário e observá-lo, para analisar a sua evolução clínica, durante todo o período de transmissão da doença. Assim como nos seres humanos, os sintomas cutâneos vão sumindo ao longo dos dias”, afirmou. 

Relembre o caso

A SES-MG informou, em nota, que o filhote de cachorro infectado pela varíola dos macamos em Minas, de 5 meses, começou com prurido, apresentando lesões e pápula, pústula e crostas no dorso e pescoço.

O tutor foi orientado pelos profissionais de saúde pública de Juiz de Fora a manter o animal em isolamento e adotar medidas sanitárias para a rotina de alimentação do cão e de higienização do local, como uso de luvas, máscara, calça e blusa de manga comprida para proteção da pele, bem como desinfecção da área com água sanitária. 

Por ser uma doença zoonótica, segundo o órgão estadual e o Ministério da Saúde, existe o risco potencial de transmissão de outros animais. Confira as orientações:

  • Que todos os resíduos, incluindo resíduos médicos, sejam descartados de maneira segura e que não sejam acessíveis a roedores e outros animais;
  • Que as pessoas com suspeita ou confirmação de infecção pelo vírus Monkeypox devem evitar o contato direto próximo com animais, incluindo animais domésticos (como gatos, cães, hamsters, furões, etc.), gado e outros animais em cativeiro, bem como animais selvagens;
  • Que as boas práticas de interação com a vida selvagem, conforme descrito acima, podem reduzir o risco de eventos futuros de transmissão de animais para humanos.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Jociane Morais 


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