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Estado de Minas GAMELEIRA

'Eles não deram chances', diz vizinho de adolescente morto pela PM

Moradores da comunidade onde adolescente morto vivia relatam cenário de intimidações por parte da PM


20/08/2022 18:07 - atualizado 20/08/2022 18:07

Imagem mostra Pedro
Comunidade teme represálias da PM e diz que houve manipulação da cena do crime (foto: Arquivo Pessoal/Reprodução)
Relatos de moradores da Vila Embaúbas, no Bairro Nova Gameleira, Região Oeste de Belo Horizonte, denunciam intimidação por parte da Polícia Militar (PM), após um adolescente de 15 anos ser morto a tiros por policiais. A comunidade contesta a versão da PM de que o garoto estava armado no momento da ação policial.

O caso aconteceu na noite dessa sexta-feira (19/8). Segundo os moradores, os policiais foram truculentos e não deixaram nem mesmo os familiares se aproximarem do corpo. "Não tivemos nem direito de socorrer ele com dignidade. Jogaram ele como bicho dentro da viatura", relatou uma parente de Pedro.

A comunidade teme represálias da PM e diz, ainda, que houve manipulação da cena do crime. Segundo testemunhas, os militares atiraram nove vezes contra Pedro e recolheram as cápsulas antes da chegada da perícia. "Mais um jovem assassinado por quem deveria nos proteger. Queremos justiça", afirma.

Entre os que conheciam o adolescente, a opinião era unânime: um garoto carinhoso, inteligente e educado. Fã do Galo, ele gostava de brincar na rua e costumava jogar futebol com os amigos em um campo, perto do local onde foi morto. "Era isso que ele estava fazendo ontem. Ele era um jovem alegre, cheio de vida", comenta Guilherme Gomes, vizinho de Pedro.

Familiares e amigos de Pedro contestam a versão da Polícia Militar de que o garoto estava armado. "Ele nunca esteve metido com nada disso. Infelizmente, eles não querem saber quem é bandido e quem é inocente. Eles nem deram chances. Já chegam atirando", lamenta outro vizinho, que preferiu não ser identificado.

Na versão da PM, houve confronto com criminosos e o adolescente teria sacado uma arma para atirar contra os policiais. De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO), o suspeito de camisa branca apontou a arma para os agentes, que, ameaçados, atiraram.

Os militares envolvidos no caso foram detidos na sede do 5º Batalhão da Polícia Militar, após o encerramento da ocorrência na noite de ontem, e liberados na manhã deste sábado.

A Corregedoria da Polícia Militar acompanha o caso desde que foi confirmada a morte do menor. A PM informou que vai se manifestar por meio de nota. Esta reportagem será atualizada assim que a corporação divulgar o posicionamento.

Vila Barraginha

Há pouco menos de um mês, outro caso de violência policial chamou atenção no Estado. Na ocorrência, um policial militar atirou em um homem de 29 anos, que supostamente seria chefe do tráfico de drogas, na Vila Barraginha, em Contagem.

O homem baleado foi identificado como Marcos Vinícius Vieira Couto. Em coletiva de imprensa, a PM afirmou que Marcos teria reagido a uma abordagem, tentando pegar a arma do policial. Entretanto, a família tem uma outra versão dos fatos, dizendo que ele colaborou durante a abordagem.

Ele chegou a ser socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal de Contagem ainda com vida, mas morreu na unidade de saúde. O policial foi liberado.

A PM também afirmou que os disparos foram feitos com o objetivo de resguardar a vida dos militares e de populares. Marcos tinha três passagens por porte ilegal de arma, seis por tráfico de drogas e uma por comércio de arma de fogo.  


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