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Estado de Minas GAMELEIRA

Comunidade diz que PM matou adolescente porque confundiu celular com arma

Na versão da PM, houve confronto com criminosos e o adolescente teria sacado uma arma para atirar contra os policiais


20/08/2022 15:33 - atualizado 20/08/2022 17:56

Imagem mostra Pedro, adolescente morto por policiais militares. Ele é um menino negro; está encostado em um carro, com uma blusa branca, braços cruzados e boné.
Comunidade denuncia violência policial e racismo (foto: Arquivo pessoal/Reprodução)
Moradores da Vila Embaúbas, no Bairro Nova Gameleira, em Belo Horizonte, onde um adolescente de 15 anos foi morto por policiais militares na na noite dessa sexta-feira (19/8), acusam os agentes de terem atirado à queima-roupa. A PM alega que o menino estava armado, porém, a comunidade afirma que os policiais confundiram um celular com uma arma.

Segundo moradores da região, Pedro Henrique Costa foi morto com nove tiros, informação que ainda não foi confirmada pela polícia. "Eu não estava presente, mas um outro adolescente que estava com ele disse que o Pedro foi pegar o celular na cintura e, nessa hora, a polícia efetuou os disparos", relata um líder comunitário, que preferiu não se identificar.

 

Leia: População cobra rigor contra violência policial 


Para a comunidade, esse é mais um caso de violência policial contra negros. "Não importa o quão correto você se esforce para ser, sua cor até mesmo em situações que não são suspeitas será levada em conta", escreveu um parente de Pedro nas redes sociais.

Vizinhos e familiares negam envolvimento do adolescente com criminosos. "Nós estamos no Gameleira. Aqui já é uma área discriminada", aponta o líder comunitário. A vítima chegou a ser socorrida para o Hospital do Pronto Socorro João XXIII, mas acabou morrendo.

Na versão da PM, houve confronto com criminosos e o adolescente teria sacado uma arma para atirar contra os policiais. De acordo com o Boletim de Ocorrências (BO), o suspeito de camisa branca apontou a arma para os agentes, que, ameaçados, atiraram. O caso ocorreu por volta das 21h de sexta-feira (19/8).

A comunidade também questiona onde está a arma supostamente usada pelo adolescente. "Até o momento ninguém da polícia veio falar com a gente. Fizemos protestos ontem e hoje, com queima de pneus, e nada", afirma o líder comunitário.

Os militares envolvidos na ocorrência foram detidos, na sede do 5º Batalhão da Polícia Militar, após o encerramento da ocorrência na noite de ontem e liberados na manhã deste sábado.

A Corregedoria da Polícia Militar acompanha o caso desde que foi confirmada a morte do menor. A Polícia Militar informou que vai se manifestar por meio de nota. Esta reportagem será atualizada assim que a corporação divulgar o posicionamento.

Vila Barraginha


Há pouco menos de um mês, outro caso de violência policial chamou atenção no Estado. Na ocorrência, um policial militar atirou em um homem de 29 anos, que supostamente seria chefe do tráfico de drogas, na Vila Barraginha, em Contagem.

O homem baleado foi identificado como Marcos Vinícius Vieira Couto. Em coletiva de imprensa, a PM afirmou que Marcos teria reagido a uma abordagem, tentando pegar a arma do policial. Entretanto, a família tem uma outra versão dos fatos, dizendo que ele colaborou durante a abordagem.

Ele chegou a ser socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal de Contagem ainda com vida, mas morreu na unidade de saúde. O policial foi liberado.

A PM também afirmou que os disparos foram feitos com o objetivo de resguardar a vida dos militares e de populares. Marcos tinha três passagens por porte ilegal de arma, seis por tráfico de drogas e uma por comércio de arma de fogo. 


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