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Estado de Minas HÁ DOIS MESES SEM SOLUÇÃO

BH Shopping: nove suspeitos de assalto a joalheria continuam foragidos

Polícia Civil informa que segue trabalhando na tentativa de identificar os criminosos, mas que não divulga detalhes sobre o andamento do processo


07/07/2022 20:42 - atualizado 07/07/2022 22:06

Fachada do BH Shopping
No crime, ocorrido em 7 de maio, véspera do Dia das Mães, os assaltantes fizeram uma funcionária de refém e roubaram relógios de luxo (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press )

Dois meses após o crime que levou pânico ao BH Shopping, os nove suspeitos de participação no assalto a uma joalheria continuam foragidos. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que segue trabalhando na tentativa de identificá-los, mas que não divulga detalhes sobre o andamento do processo para não atrapalhar a investigação. No crime, ocorrido em 7 de maio, véspera do Dia das Mães, os assaltantes fizeram uma funcionária de refém e roubaram relógios de luxo.


Sem dar detalhes sobre as investigações, o Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), responsável pelo caso, disse que as apurações estão em fase avançada, já foram coletados depoimentos das vítimas e testemunhas, e, também, feita a análise das imagens do circuito interno. “Equipes de policiais trabalham em campo desde o dia do ocorrido para compilar mais indícios, com mais detalhes, para robustecer o caderno de provas”, informou por meio de nota. A PCMG esclarece, ainda, que as demais etapas da investigação serão repassadas em momento oportuno.

O advogado criminalista e pesquisador em segurança pública, Jorge Tassi concorda que a polícia precisa ser cautelosa na liberação de informações. “Não é que a investigação seja lenta, mas a divulgação de dados sempre vai ser morosa. Existe um processo de longo prazo para buscar esse tipo de organização. Se você começa a abrir isso para a sociedade, acaba atrapalhando o fluxo de informação dentro do inquérito. Uma vez que as pessoas ficam sabendo, elas acabam protegendo ainda mais as suas informações, e isso dificultaria o trabalho da polícia”, analisa. No assalto ao BH Shopping, os bandidos levaram joias e 13 relógios da marca Rolex. De acordo com a Polícia Civil, havia itens avaliados em mais de R$ 100 mil.


Ele destaca, ainda, que esse tipo de organização atua com a imposição da lei do silêncio aos membros. “O crime organizado tem uma lógica que é muito perversa. Se aparecer qualquer tipo de risco, eles eliminam. Isso significa executar, inclusive, os próprios membros da organização para preservar o todo”, comenta. Além disso, muitos fatores são levados em conta no planejamento de um crime de grande porte, acrescenta.

“A parte de receptação do delito também é altamente especializada. Por mais que o crime de receptação seja considerado mais leve, ele que dá causa para crime de roubo. Ninguém quer roubar para ter o relógio no pulso. Quer roubar para vendê-lo depois”, avalia.

Pouco menos de duas semanas após o crime no BH Shopping, uma joalheria no Itaú Power Shopping, em Contagem, também foi assaltada. Um homem se passou por cliente do local, rendeu as funcionárias e levou diversas jóias que estavam na vitrine e também expostas no interior da loja. “Outros criminosos acabam replicando a ação. Isso está acontecendo sistematicamente. Mas, a estrutura desses dois crimes é muito diferente. No caso do BH Shopping são pessoas que estão comprometidas com o sucesso da operação. Não é aquela pessoa que está ali para pegar o dinheiro dela e cair fora. É o caráter de permanência dentro do processo”, compara.

Para o pesquisador, os assaltos a joalherias, que vêm aumentando nos últimos meses em todo país, fazem parte de uma migração da criminalidade. “As organizações criminosas estão percebendo que o fluxo de recursos na sociedade está mudando. Nós tínhamos as ações do 'novo cangaço', por exemplo, que miram em crimes de roubo a banco. Só que, hoje, cada vez mais os bancos têm menos dinheiro internamente, porque o papel moeda está circulando menos. Então, esse tipo de crime está migrando e um dos novos alvos seguramente são as joalherias, seja em shoppings ou lojas de rua”, pondera.

Segundo ele, os shoppings estão atuando de forma correta ao não incentivar a reação por parte da segurança. “O foco deve ser preservar a integridade dos clientes. A prevenção deve ser eletrônica, monitorando pessoas e veículos, introduzindo cada vez mais inteligência no processo de acesso ao shopping”, avalia.

O risco, segundo Tassi, é trazer ainda mais restrições de circulação, até mesmo de ordem econômica. “O shopping vai acabar se tornando um espaço ainda mais elitista do que ele já é. Mas, esse controle vai ser exercido em algum momento e ele é um meio fundamental para reduzir os riscos das operações”, destaca.


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