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Estado de Minas APENAS EMERGÊNCIAS

Após tumulto e ameaça, posto de saúde tem atendimento parcial em Venda Nova

Centro de Saúde Piratininga atendeu apenas emergências na manhã desta quinta. Confusão por falta de atendimento é vista como sinal da falta de médicos em BH


09/06/2022 15:04 - atualizado 09/06/2022 17:07

Fachada do Centro de Saúde Piratininga, em Venda Nova- MG
Confusão começou quando mãe de criança se revoltou por falta de atendimento na unidade. Médico aponta falta de profissionais para suprir a demanda de atendimentos. (foto: Divulgação)
Após momentos de tensão na tarde de quarta-feira (8), a rotina no Centro de Saúde Piratininga, em Venda Nova, foi retomada com restrição a atendimentos de urgência. Com quadro de defasagem de médicos, a unidade foi palco da revolta de cidadãos que não conseguiram ser atendidos e ameaçaram funcionários.

De acordo com um médico da unidade, que preferiu não se identificar, apenas casos emergenciais estavam sendo atendidos durante a manhã. Ao longo do dia, acontecem reuniões entre funcionários do Centro de Saúde, da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindibel) para definir passos para garantir o atendimento e a segurança no local.

“Hoje eu não fui trabalhar. Eu fui ameaçado ontem na unidade, conversei com o sindicato e fiquei na gerência de Venda Nova nesta quinta”, disse o médico, que registrou o ocorrido em Boletim de Ocorrência.

Ele foi um dos funcionários atacados em confusão que mobilizou a Polícia Militar e a Guarda Municipal na tarde de ontem. O tumulto começou quando uma criança passou pela triagem, mas não foi atendida. A mãe ficou do lado de fora da unidade e disse que fecharia a passagem até que a filha fosse atendida.

A mulher recebeu o apoio de outras cinco pessoas que aguardavam atendimento no Centro de Saúde, que bloquearam a passagem e insultaram os funcionários. O tumulto só foi apaziguado com a chegada das forças de segurança.

Aumento da demanda e defasagem no atendimento


Segundo o médico, o Centro de Saúde, que funciona das 6h30 às 18h30, oferece uma média de atendimentos que varia entre 50 e 70 por dia de atendimento. Nas últimas semanas, com o aumento dos casos de síndrome respiratória, o número de pacientes vem crescendo e sobrecarregando as equipes.

“A demanda tem aumentado muito e temos equipes sem médicos aqui na unidade. Tem vagas para dois médicos com carga de 40 horas semanais que estão abertas há quatro meses e para um ginecologista de 20 horas que já está aberta há quatro anos”, disse o funcionário do Centro de Saúde ao Estado de Minas. Segundo a PBH, a contratação de dois profissionais médicos para a equipe já está autorizada 

Nesta quinta-feira (9), o Sindibel divulgou dados que apontam um crescimento de 268% nos atendimentos a casos de Síndrome Gripal e COVID-19 entre os dias 30 de maio e 3 de junho nos Centros de Saúde e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Belo Horizonte. 

O aumento da demanda agrava um cenário de falta de profissionais nas unidades. “Pelo menos 120 das 589 Equipes de Saúde da Família estão sem médicos e faltam 80 pediatras, inclusive nas UPAs”, aponta a nota do Sindibel.

A Prefeitura de Belo Horizonte afirma que rondas preventivas foram reforçadas no entorno do Centro de Saúde Piratininga nesta quinta-feira. Em nota, o município informa que todas as unidades de saúde da capital são acompanhadas pelo Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte (COP-BH) e monitoradas 24 horas por dia.

A Secretaria Municipal de Saúde ainda informou que segue duas linhas estratégicas em situação de violência. A primeira é o acolhimento das vítimas por meio do Núcleo de Acompanhamento Sócio Funcional (NASF). A segunda é a notificação da ocorrência em um sistema que encaminha o caso a um gestor responsável por orientar quais providências tomar e quem acionar em cada caso.


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