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Estado de Minas ZONA DA MATA

Alvo de denúncias, supervisora de UBS está de licença e novo gestor assume

Conforme a Secretaria de Saúde em Juiz de Fora, a gestora 'está licenciada para tratamento de saúde'; secretário diz que responsabilizará denunciantes


23/03/2022 14:59 - atualizado 23/03/2022 15:08

Fachada da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Bairro Alto Grajaú
Denúncias de preconceito, omissão de atendimento, assédio moral no trabalho e autoritarismo foram feitas por funcionários e moradores do bairro contra Renata Heloísa Cerqueira, supervisora da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Bairro Alto Grajaú, em Juiz de Fora (foto: Bruno Luis Barros/Especial para o EM)
Um novo supervisor assumiu, nesta quarta-feira (23/3), o comando da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Bairro Alto Grajaú, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. Conforme a Secretaria de Saúde do município, a gestora anterior, Renata Heloísa Cerqueira, “está licenciada para tratamento de saúde”.
 
Após quase três meses de apuração e investigação jornalísticas, reportagem publicada no Estado de Minas na quinta-feira (17/3) revelou denúncias de preconceito, omissão de atendimento, assédio moral no trabalho e autoritarismo feitas por funcionários e moradores do bairro.
Indagada, a Secretaria de Saúde não disse se a licença médica foi tirada antes ou depois da publicação das denúncias.

Vale destacar que, em 11 de março, a reportagem já havia entrado em contato com a servidora, assegurando o direito de resposta e, consequentemente, sinalizando que a produção da matéria estava em curso.

Apesar dos questionamentos, a pasta também não deu detalhes sobre o novo gestor escolhido.
 
Ainda de acordo com a secretaria, “a substituição (no cargo de supervisão) é temporária”. “Importante destacar que o processo disciplinar de apuração da veracidade dos fatos, conforme estatuto, está instaurado”, finalizou a nota.
 
Embora sob nova direção a partir desta quarta-feira, os servidores da unidade foram comunicados da mudança, na tarde de ontem, durante a visita de funcionários da prefeitura – entre eles, a subsecretária de Atenção à Saúde, Joana D’Arc Zanelli.
 
“A reunião teve início por volta das 16h, e eles apresentaram o novo supervisor. Disseram que ele ficará no cargo por tempo indeterminado, mas, que havendo outra possibilidade, outra pessoa seria colocada no lugar dele”, detalhou um funcionário da unidade, que optou por não se identificar.
 

Desdobramentos

No dia seguinte à publicação da reportagem – e após grande repercussão do caso –, a Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Juiz de Fora anunciou que vai apurar o caso.

“Não podemos ficar inertes mediante às recentes denúncias de má conduta por parte da supervisão da UBS e, por isso, estaremos utilizando dos dispositivos do Legislativo para lançarmos luz aos fatos”, afirmou o vereador e presidente da Comissão de Saúde da Casa, Bejani Júnior (Podemos).
 

Secretário diz que responsabilizará denunciantes

Por outro lado, o secretário de Saúde, Ivan Chebli, escreveu nas redes sociais no último sábado (19/3) que, “após a sindicância administrativa”, irá “responsabilizar os servidores públicos e outros pela denúncia irresponsável”.
 
Para dar o “veredito” de que as declarações de moradores e funcionários da UBS ouvidos pela reportagem são falsas, o secretário argumentou que a servidora pública em questão “nunca teve qualquer infração funcional até hoje”.

O posicionamento de Ivan Chebli foi feito ao responder uma nota de repúdio publicada por um funcionário da prefeitura que não trabalha na referida unidade de saúde.
 
O texto em questão – sem assinaturas, mas falando em nome de uma coletividade de trabalhadores da classe – afirma que a reportagem apresenta um “descompromisso com a informação séria e fidedigna” e que sua veiculação “faz parte das estratégias políticas desonestas nas arenas de disputa de poder”.
 
reprodução de facebook
Secretário de Saúde, Ivan Chebli posicionou-se nas redes sociais (foto: Facebook/Reprodução)
 
“Sentimo-nos afrontados, na medida em que a narrativa deixa evidente a estratégia fascista tão comum nos dias atuais, de promover desinformação e/ou informação falsa”, pontuou outro trecho da nota.


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