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Estado de Minas PARALISAÇÃO NESTA QUINTA

'Serviço colapsa', diz Setra sobre parada de empresa de ônibus de BH

Mais de 60 ônibus não circularam hoje por falta de diesel. Presidente de sindicato das empresas diz que problemas indicam colapso e pede atualização de contrato


24/02/2022 14:05 - atualizado 24/02/2022 20:17

Estação Pampulha
Movimento na Estação Pampulha nesta quinta durante a paralisação (foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)


A manhã desta quinta-feira (24/2) foi marcada por mais uma paralisação de empresa de ônibus em Belo Horizonte. Alegando dificuldades financeiras para adquirir combustível para abastecer os 61 coletivos que atendem 13 linhas, a São Dimas não operou hoje. Em entrevista ao Estado de Minas, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) disse que os problemas registrados nos últimos meses indicam um colapso no sistema, e voltou a cobrar a necessidade da atualização do contrato para a prestação do serviço de transporte público em Belo Horizonte. 

Como já havia detalhado à reportagem em dezembro do ano passado, Lycurgo disse que as empresas estão operando com orçamento abaixo do necessário desde 2017 porque a fórmula paramétrica foi atualizada apenas em 2018. “Pelo menos nos últimos quatro anos as empresas têm sido obrigadas a operar sem nenhuma atualização monetária, e tudo tem aumentado”, disse hoje. 

Segundo ele, a São Dimas e a Transoeste são empresas que operam somente em Belo Horizonte e, por isso, não conseguem fazer o subsídio cruzado, que seria conseguir recursos de outras operações. O presidente do Setra-BH diz que, por causa do contrato atual, sem reajuste, as empresas têm dificuldades para conseguir financiamentos emergenciais e, sem o depósito imediato, as distribuidoras não fornecem os caminhões de disel. 

“Não é um problema de gestão, não é um problema de uma empresa. É um problema estrutural do modelo do contrato que existe hoje e da forma como ele não está sendo reequilibrado, por diversas violações por parte do poder concedente e da BHTrans no contrato de concessão, de fórmulas paramétricas não dadas nos últimos anos, que fez com que as empresas não tenham receita hoje”, diz Raul Licurgo. 

O representante diz que, emergencialmente, as outras empresas do Consórcio Pampulha, do qual a São Dimas faz parte, estão realizando mais viagens. Mas, segundo ele, não é uma solução viável a longo prazo. “Isso pode catalisar o problema, porque as outras empresas que estão se equilibrando podem se ver agora desequilibradas completamente. Porque se fosse um problema só de gestão da empresa era tranquilo, o problema é que não é”, reforça. 

Colapso


Lycurgo falou sobre a necessidade de modernização do contrato. “O empresário não quer R$ 1 a mais do que está no contrato. É simplesmente ter o contrato equilibrado para que possa prestar bem o serviço que a população merece. Não adianta a gente achar que vai ter um contrato desequilibrado e vai ter a prestação de um serviço público adequado. Mais cedo ou mais tarde o serviço colapsa”, enfatizou. 

Ele também diz que o ideal é que a responsabilidade de viabilizar a operação do transpore público não seja apenas da prefeitura, mas de outras esferas do poder público. “Modernizar significa achar receitas extras tarifárias para auxiliar a população no pagamento da tarifa técnica, da tarifa contratual. Ninguém está pedindo que a tarifa da catraca seja exatamente a tarifa técnica. Porque em Brasília (DF) seria R$ 9,90 da catraca se não fosse o subsídio em ajuda aos passageiros, que pagam R$ 5,50 e a municipalidade paga a diferença. Isso passa pela necessidade do governo do estado também. Não é só um problema da prefeitura. O ônibus só sai da garagem para prestar o serviço público e volta para a garagem. Porque precisa ser tão onerado? Porque 12% dese veículo tem que ser pago de ICMS? Na verdade, não é a concessionária que paga, é o passageiro. Tudo isso está embutido na tarifa. Se fosse desonerada a cadeia, a tarifa seria mais baixa”, pontuou. 

PREFEITURA DE BELO HORIZONTE

Em nota, a prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que "o projeto para baixar o preço das passagens e auxiliar as empresas ônibus está em análise na Câmara municipal de Belo Horizonte e deverá ser votado nos próximos dias".

O Estado de Minas entrou em contato, por e-mail, com a BHTrans e o governo de Minas e aguarda resposta. 


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