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Estado de Minas PROTESTO

Temendo ficar ilhados, moradores de Macacos reabrem via interditada

Com a intensificação das chuvas e o risco contínuo de rompimento das barragens em Macacos, em Nova Lima, manifestantes reivindicam a reabertura de estrada


14/01/2022 19:14 - atualizado 14/01/2022 20:04

Caminho aberto
Moradores protestaram contra o fechamento de estrada alternativa que liga a região ao Condomínio Parque do Engenho (foto: Bruno Hannelt/Divulgação)

Moradores do Canto dos Fechos e Estrada do Engenho, em São Sebastião das Águas Claras (Macacos), distrito de Nova Lima, protestaram, nesta sexta-feira (14/1), contra o fechamento de estrada alternativa que liga a região ao Condomínio Parque do Engenho, facilitando o acesso à BR-040. Por determinação da Defesa Civil, desde fevereiro de 2019, quando as sirenes da mineradora Vale soaram, a via de acesso mais rápido da região foi bloqueada, gerando transtornos e prejuízos. 
 
Enquanto pela estrada principal de Macacos, AMG-0160, a distância até a BR-040 é de aproximadamente 9km,  pela via secundária seria de em média 5km, dependendo do ponto de partida. Já passando pelo centro do distrito até o condomínio Pasárgada, trajeto usado no momento, a distância chega a 19km.

Outra alternativa para os moradores do Engenho seria  a antiga estrada de servidão que leva à Mina Mar Azul,  também interditada pela Defesa Civil em meados de 2021.
 
“Essa estrada de servidão é registrada e a Vale não poderia ter se apossado dela gerando risco aos moradores e proibindo o seu uso, em função de suas atividades privadas”, diz a advogada Jacqueline Sanches Perdigão, moradora da região. 
 
novo caminho
Tenente Saldanha, da Polícia Militar, orientou aos manifestantes criar uma comissão para a busca de soluções com a Vale e Defesa Civil (foto: Bruno Hannelt/Divulgação)
 
Para ela, diante do cenário atual de “estado de necessidade", em que a população corre perigo real e se encontra praticamente ilhada,  sem condições de suprir suas necessidades básicas, é preciso rever a decisão.

“Muitos não dispõem de carro e, neste momento, não têm acesso ao transporte público. O aumento da distância também agrava a situação de pessoas doentes ou com necessidades especiais”, diz.

Outro questionamento, diz ela, é por que ao definir o fechamento das duas vias, a Defesa Civil não determinou a abertura de novos acessos à região como compensação. 
 

Plano de contingência

O coordenador da Defesa Civil, Robson Silveira, esteve no local onde os moradores, com recursos próprios, abriram acesso à via secundária. “A abertura desta via sem autorização configura violação de uma lei de segurança. Contudo, informamos que já estamos elaborando um plano de contingência para atender às demandas locais”, disse.
 
Grupo de moradores na estrada
Equipe da defesa Civil esteve no local onde os moradores abriram acesso à via secundária (foto: Bruno Hannelt/Divulgação)
 
O tenente Saldanha, da Polícia Militar, determinou que por ser considerado área de risco, o local permaneça fechado.  Ele também orientou aos manifestantes criar uma comissão para reunião posterior com representantes da Vale e Defesa Civil para a busca de soluções. 
 
Além das chuvas e do alagamento de várias partes do distrito por conta da construção de um muro de contenção pela Vale, a população também enfrenta outro grave problema. Segundo depoimentos, cinco adutoras da Copasa estouraram em decorrência da abertura das comportas da mineradora e ainda não há data para o retorno do abastecimento.


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