(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas FIM DA TORTURA

Divinópolis, enfim, respira: 'agora que o terror passou, posso dormir'

Moradores do Bairro Candelária, em Divinópolis, puderam voltar para as casas após dois dias fora devido ao risco de inundação


12/01/2022 22:07 - atualizado 12/01/2022 22:23

Ruas do Bairro Candelária, em Divinópolis, após fim do risco de inundação
As ruas do Bairro Candelária, antes cheias de moradores apreensivos e máquinas, ficaram vazias com o fim do alerta (foto: Amanda Quintiliano)
Já de volta para casa nesta quarta-feira (12/1), após o susto, Paula Cristina digere tudo o que vivenciou nos últimos dias. O emaranhado de sentimentos vai do alívio a exaustão. Foram noites sem dormir, como ela mesma descreveu, na “torturante” espera pela anunciada inundação em Divinópolis.

“Agora que o terror passou, posso dormir. Queira ou não, foi uma semana de espera, do vai e não veio”, afirma sem esconder o cansaço e o semblante de quem só agora viu “a ficha cair”. 

Ela, assim como vários moradores do Bairro Candelária, na cidade do Centro-Oeste mineiro, precisaram deixar as casas após a abertura das comportas da barragem de Carmo do Cajuru e ampliação da vazão. Hoje, com o risco de alagamento descartado, a prefeitura autorizou o retorno.

A reportagem esteve no bairro na segunda-feira (10/1), dia em que a Defesa Civil emitiu o alerta de evacuação. Hoje, de volta, o cenário era outro: nas ruas vazias, já não era possível sentir mais toda a apreensão de antes. 

As equipes da Defesa Civil deixaram o bairro, assim como os caminhões e máquinas de apoio. Embora todo aquele movimento ampliasse ainda mais a tensão, Paula diz que, em 35 anos morando no bairro, nunca tiveram o mesmo apoio. “Trouxe a sensação de segurança”, afirma.

Com o sinal verde para retomar a normalidade, ela deixou para esta quinta-feira (13/1) a tarefa de colocar a casa e o comércio em ordem. Os móveis e eletrodoméstico continuam para cima. Para hoje, o desejo é um: dormir.
 
Joana d'Arc ao lado de casa, em Divinópolis
Após o susto, Joana d'Arc mantém o sorriso e respira aliviada (foto: Amanda Quintiliano)

Alegria ao ver o sol 


Mais tranquila, Joana d’Arc Tavares, dona de um sorriso que acalma, brinca: “Nunca fiquei tão satisfeita de ver o sol e ver a poeira”. Como já tinha antecipado, ela não saiu de casa. 

“Os anos de casa nos fazem pegar alguns certos tipos de maldade. Por exemplo, observar a quantidade de água, o começo, colocar um copo, algo mais leve, algo que flutua... com a empurrada da água você vai vendo, a cada casa que chega, como o copo vai chegando... aproximando você pode vazar porque vai entrar”, conta.

Sem o nível da água atingir o gol do campo de futebol que fica às margens do Rio Itapecerica, em frente à casa dela, Joana se arriscou a permanecer.

“Só levantei as coisas. O copinho não veio para avisar que estava vindo mesmo, então não saí não”, conta.

Entre as brincadeiras, Joana fala em fé e agradece a Deus por tudo não ter passado de um grande susto. “A gente estava apavorada, agora o sentimento é de benção. Só olhar para a carinha de cada um para ver o sorriso grandão”, afirma com gargalhadas.


Comportas


Ainda na terça-feira (11/1), a vazão das comportas da barragem de Carmo do Cajuru foi reduzida. Com defluência prevista para chegar até 450 metros cúbicos por segundo, ontem ela estava em 380 metros cúbicos por segundo.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de temporal para 288 cidades mineiras nesta quarta (12/1). Divinópolis não aparece na lista, mas há outros municípios da região. 

A tendência, segundo a Defesa Civil, é que o volume de chuva reduza nos próximos dias. 

*Amanda Quintiliano especial para o EM    

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)