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Estado de Minas INVESTIGAÇÃO

Uberlândia: PF prende 95 envolvidos em esquema de financiamento de crimes

Empresários de postos de combustíveis, hotelaria, construção civil e garagens emprestavam dinheiro para traficantes e recebiam juros e porcentagens dos lucros


05/10/2021 14:32 - atualizado 05/10/2021 15:01


Maços de dinheiro apreendidos pela Polícia Federal na operação Balada
Mais de R$ 850 mil em dinheiro foram apreendidos só pela manhã (foto: Divulgação/PF)

Uma operação da Polícia Federal desmantelou um grupo de empresários que financiava crimes de tráfico de drogas e armas em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e recebiam juros e lucros como pagamento. Pela manhã desta terça-feira (5/10), mais de 95 pessoas tinham sido presas, e o trabalho da  Operação Balada, uma das maiores da PF em Minas Gerais , ainda não havia sido finaliziado.

As investigações começaram em março de 2020 pela delegacia da PF em Uberlândia. Empresários liberais e dos ramos de postos de combustíveis, hotelaria, construção civil e revenda de veículos em Uberlândia e Ituiutaba, também no Triângulo Mineiro, emprestavam dinheiro para traficantes comprarem drogas e distribuirem em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia e Alagoas. 
 
“O empresário empresta o dinheiro (para compra das drogas) e recebe porcentagem em juros. Por garantia do empréstimo, esses empresários recebem imóveis dos traficantes”, explicou o agente do Grupo de Investigações Sensíveis (GISE) da PF Átila da Cunha.

Ele detalhou ainda que os financiadores também emprestavam seus nomes para que traficantes comprassem carros e imóveis, que eram pagos parceladamente com juros, fazendo mais uma forma de ganhos dos empresários, ao esconder os traficantes na transação.
 
“Durante investigação identificamos vários imóveis de traficantes que são registrados nos nomes de empresários”, disse Cunha. Existem pelo menos 100 imóveis, como apartamentos, casas e chácaras, identificados como envolvidos nesse esquema.

Empresas de fachada

Os próprios traficantes criavam empresas de fachada que compravam insumos legalmente, mas que serviriam para tratar cocaína, principal droga vendida pela organização criminosa de Uberlândia. Eram empresas com alvarás cadastrados na Polícia Federal para comprar os produtos, porém havia o desvio desses insumos para laboratórios de cocaína.
 
“Em sete meses, foram compradas quatro toneladas de fenacetina, lidocaína e cafeína para aumento de volume da droga. Com esse volume de insumos seria possível manipular até 11 tonaledas de cocaína”, disse o delegado supervisor do GESI, Renato Beni.

 
Armas

Outro grande esquema da quadrilha era o tráfico de armas de fogo, especialmente fuzis 762 e pistolas 9mm. Os produtos ilegais eram vendidos para a facção criminosa dominante no Complexo da Maré, na cidade do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Federal, as remessas eram enviadas mensalmente.
 
“O grupo sediado em Uberlândia trabalhava há anos na movimentação de armamento comprado em Ponta Porã (MS)”, disse o delegado Beni. Em todas as ações, seja de armas ou drogas, o grupo movimentou cerca de R$ 2 bilhões nos últimos dois anos.


Balanço parcial

Até o fim da manhã, além de 95 prisões, 115 carros foram apreendidos e R$ 850 mil em espécie também foram confiscados pela PF. Um balanço final da operação deve ser divulgado no fim da tarde.
 
Cerca de 850 policiais federais cumprem 247 mandados de prisão e 249 mandados de busca e apreensão, além de centenas de outras medidas cautelares, como sequestro de bens e bloqueio de contas correntes na operação Balada. As ações ocorrem nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Alagoas, Tocantins e Espírito Santo.


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