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Estado de Minas 32 MIL AUSENTES

COVID-19: BH pode ter 'grande impacto' com ausências na 2ª dose da vacina

Mais de 32 mil pessoas não voltaram para completar a imunização; memória e problemas de locomoção entre idosos podem estar entre as razões


06/07/2021 15:18 - atualizado 06/07/2021 17:27

BH já tem mais de 30 mil pessoas que faltaram na hora de tomar a 2ª dose - o que pode colocar a vacinação em risco(foto: Leandro Couri/EM - DA Press - Belo Horizonte/MG)
BH já tem mais de 30 mil pessoas que faltaram na hora de tomar a 2ª dose - o que pode colocar a vacinação em risco (foto: Leandro Couri/EM - DA Press - Belo Horizonte/MG)
Os mais de 30 mil belo-horizontinos que não tomaram a segunda dose da imunização contra a COVID-19 colocam em risco a vacinação na capital mineira. É o que afirmam três médicos infectologistas, que ainda avaliam que as ausências podem ter um "grande impacto" na cidade, como o surgimento de novas - e mais resistentes - cepas.

 

"É como se você tivesse um funcionário, ordenasse que ele fizesse apenas metade de uma tarefa e esperasse pela tarefa completa. Não faz sentido", explica o médico infectologista Leandro Curi. "Cada fabricante especifica, após testes e pesquisas, quantas doses são necessárias para que a vacina funcione no organismo, o que chamamos de imunização plena".

 

Em Belo Horizonte, 32,9 mil pessoas não receberam a segunda dose de vacina da CoronaVac, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. Os grupos que não tomaram a dose de reforço são trabalhadores da saúde e idososprimeiros a serem contemplados no esquema vacinal, desde janeiro. 

 

"É como se você usasse um guarda-chuva furado. Ou trancasse apenas a metade do portão. Estamos gerando uma resposta incompleta do organismo"

Leandro Curi, infectologista

 

 

O número é alarmante. "É preocupante. São potenciais carregadores do vírus, ainda mais falando em uma pandemia ainda sem controle. Cada vez que uma pessoa deixa de ter a imunização plena, é um risco a mais de gerar uma cepa mais resistente, congestionar o sistema de saúde e, lógico, se adoecer e morrer", complementa Curi.

 

Desleixo, desinformação e/ou dificuldade 

 
Mas por qual motivo uma pessoa deixaria de se proteger, proteger os familiares e ajudar a colocar fim a uma pandemia que já se arrasta por mais de 15 meses?  O infectologista Adelino de Melo Freire Júnior aponta algumas razões, que podem ir do "desleixo de pessoas que supõem que uma dose já seria suficiente, até o esquecimento - não está atento, saiu do radar passou a não se preocupar."
 
O temor por efeitos colaterais também é visto como um dos fatores por alguns especialistas. Adelino explica que algumas "pouquíssimas" pessoas sentiram alguns efeitos colaterais e acabam temendo que se repitam numa segunda aplicação. "São todos sintomas muito leves, de pouca duração e com certeza infinitamente mais brandos do que a própria doença", adverte. 
 
Em relação aos idosos, que foram os primeiros imunizados, os especialistas alertam que pode ocorrer falta de memória - ou mesmo dificuldade de lomocação. "Muitos moram sozinhos, não possuem acompanhantes e acabam se esquecendo ou não tendo condições de se dirigir ao local de imunização. Também ocorrem eventuais falta de esclarecimentos sobre a necessidade da segunda dose", observa o médico infectologista Carlos Starling.
 
Curi, Starling e Freire, como outros especialistas, são unânimes em reforçar a necessidade da segunda aplicação, como forma de conter a velocidade contaminação e as consequente mutações do vírus. E também condenam os chamados sommeliers da vacina. "Não se pode escolher vacina em momento grave como esse. A melhor vacina é aquela no braço", diz o médico Adelino Freire.  
 

Recomendação


Adelino ainda cita um outro motivo para explicar as mais de 30 mil ausências em BH. "São aquelas recomendações das autoridades sanitárias como a de se evitar a vacina em casos de comprovação de infecção pelo novo coronavírus entre uma dose ou outra".

Quando a pessoa estiver com alguns dos sintomas gripais, especialmente febre, é, de fato, recomendado um intervalo de quatro semanas. Mas o infectologista sustenta: "O ideal é que seja testado e, somente em caso positivo, deve se evitar a segunda dose". 
 

Raio-x da vacinação em BH 


  • Início no dia 19 de janeiro
  • 2.054.107 vacinas já foram recebidas
  • 1.131.976 pessoas receberam a primeira dose
  • 425.965 receberam a segunda dose 
  • 15.467 receberam vacina em dose única
  • População residente em BH: 2.521.564 
População acima de 60 anos:
 
  • Aplicações da 1ª dose: 464.636
  • Aplicações da 2ª dose: 317.680
Forças de segurança e salvamento, forças armadas e funcionários do sistema de privação de liberdade

  • Aplicações da 1ª dose: 18.878
  • Aplicações da 2ª dose: 178
Trabalhadodres da saúde
 
  • Aplicações da 1ª dose: 189.414
  • Aplicações da 2ª dose: 101.920


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