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Estado de Minas DESMATAMENTO

Municípios de Minas estão entre os que mais desmataram a Mata Atlântica

No total, 118 municípios mineiros aparecem na lista; Águas Vermelhas, Montalvânia, Pedra Azul, Ponto dos Volantes e Francisco Sá estão entre os 10 primeiros


30/06/2021 14:59 - atualizado 30/06/2021 15:55

Municípios de Minas estão entre os que mais desmataram a Mata Atlântica entre 2019 e 2020(foto: Ibama/divulgação - 05/09/2020)
Municípios de Minas estão entre os que mais desmataram a Mata Atlântica entre 2019 e 2020 (foto: Ibama/divulgação - 05/09/2020)
Os municípios de Minas Gerais ocupam 5 posições no ranking das dez cidades que mais desmataram a Mata Atlântica entre 2019 e 2020. No total, foram 13.053 hectares de mata destruída neste período. O estado tem 118 municípios na lista. 

 

 


O bioma está presente em 3.429 municípios no país. Mas apenas 15% deles, ou seja, 439 municípios foram responsáveis pela devastação da cobertura vegetal nos dois últimos anos. Além de Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso do Sul figuram como líderes no ranking.  

Bonito, no Mato Grosso do Sul, município famoso pelo ecoturismo, ocupa a primeira posição. Foram 416 hectares desmatados. Em seguida vêm Águas Vermelhas, em Minas, com 369 hectares destruídos, e Wanderley, na Bahia, com 350. 

Em cada um desses três municípios, o ritmo do desmatamento corresponde a mais de um campo de futebol por dia. Completam a lista:

  • Montalvânia (MG), com 286 hectares; 
  • Pedra-Azul (MG), com 286; 
  • Cotegipe (BA), com 273; 
  • Ponto dos Volantes (MG), com 220; 
  • Miranda (MS), com 219;
  •  Encruzilhada (BA), com 175; 
  • Francisco Sá (MG), com 166 

Apenas essas dez cidades somam 21% do total desmatado e 70% se concentram em apenas 100 municípios de nove estados: MS, MG, BA, PI, PR, SC, SP, SE, RJ. Minas Gerais tem 118 cidades na lista. 

As informações completas estão no site Aqui tem Mata

Calor, redução das áreas verdes e crise hídrica


“O desmatamento afeta diretamente a vida de cada pessoa que habita esses municípios”, explica Luis Fernando Guedes Pinto, diretor de Conhecimento da SOS Mata Atlântica. 

“Além de fazer com que as cidades se tornem cada vez mais quentes, a redução das áreas verdes ameaça a disponibilidade e a qualidade da água. A crise hídrica que vivemos hoje é um reflexo disso. No caso de Bonito os danos podem ser ainda graves, pois coloca em risco o turismo que move a economia da cidade”, alerta.

Os dados nacionais e por estado foram divulgados em maio no Atlas da Mata Atlântica. Eles mostraram que o desmatamento, entre 2019 e 2020, nos 17 estados que compõem o bioma caiu 9% em relação ao período anterior. 
Por outro lado, em relação aos anos de 2017 e 2018, quando foi atingido o menor valor da série histórica (11.399 hectares), houve um crescimento de 14%.

Luis Fernando lembra que praticamente toda essa devastação é ilegal: o bioma, que hoje mantém apenas 12,4% da sua vegetação original, é protegido pela Lei da Mata Atlântica. Ela proíbe o desmatamento a não ser em raras situações – como a realização de obras, projetos ou atividades de utilidade pública.

“Qualquer área desmatada na Mata Atlântica, por menor que possa parecer, é uma perda enorme. Não só deveríamos ter parado de destruí-la como já precisávamos ter dado um passo além, que é reverter parte das áreas degradadas por meio do reflorestamento”, afirma o diretor. 

Segundo ele, o trabalho de recuperação é essencial para a sociedade e a economia brasileiras, já que na região vivem 70% da nossa população e estão concentrados 80% do Produto Interno Bruto (PIB). 

“E também é fundamental para o planeta como um todo. Restaurar a Mata Atlântica, além de ser importante para conservar a biodiversidade e mitigar a emissão de gases-estufa, é uma forma de colaborar para que o mundo alcance o cenário de redução de 1,5°C de aquecimento global estabelecido no Acordo de Paris”, explica.

Os dados serão analisados e comentados na live "Mata Atlântica em Debate", transmitida pelas redes sociais da Fundação SOS Mata Atlântica nesta quarta-feira (30/6), às 18:30h.

Levantamento por imagens de satélite


O levantamento foi feito por meio de imagens de satélite e tecnologias na área da informação, do sensoriamento remoto e do geoprocessamento. 

O projeto é fruto de um acordo de cooperação técnica pioneiro com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), estabelecido em 1989, para determinar a distribuição espacial das florestas que ainda restam e de ecossistemas associados da Mata Atlântica, monitorar as alterações da cobertura vegetal e gerar informações permanentemente aprimoradas e atualizadas desse bioma.

O Atlas dos Municípios traz informações de toda a vegetação nativa que ainda existe e áreas naturais do bioma acima de três hectares. Para as cidades dos estados do Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo é possível conseguir dados acima de um hectare. 

“Os mapas, com a localização geográfica tanto das áreas de remanescentes de Mata Atlântica, como das áreas de desmatamento, oferecem à população de todos os municípios do bioma a oportunidade de cuidar de suas florestas e garantir os serviços ecossistêmicos, como a preservação do solo e a manutenção dos aquíferos. Sabendo onde o desmatamento ocorre, podemos fiscalizar e reivindicar medidas de proteção ou de recuperação de nossas matas”, reforça Silvana Amaral, coordenadora técnica do Atlas pelo INPE.

Todas as informações estão disponíveis no site Aqui tem Mata que, de forma prática e lúdica, apresenta mapas interativos e gráficos com as informações atualizadas sobre o desmatamento e o estado de conservação de florestas, mangues e restingas nos 3.429 municípios da Mata Atlântica. 

A SOS Mata Atlântica preparou ainda a cartilha Aqui Tem Mata?, um guia para estimular nos espaços escolares o diálogo sobre o meio ambiente e a Mata Atlântica – sua história, situação, biodiversidade e a importância de protegê-la. O relatório completo do Atlas da Mata Atlântica 2019-2020 pode ser acessado aqui.
 
*Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz



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