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Estado de Minas PAMPULHA

Pai e filho são detidos suspeitos de sequestro em BH

Crime ocorreu no domingo. Vítima foi encontrada em Ribeirão das Neves e falou de envolvimento com fraudes pela internet. Um dos suspeitos é PM aposentado


24/05/2021 10:59 - atualizado 25/05/2021 06:29

PM foi chamada na tarde passada após a vítima ser levada de um estacionamento na Pampulha(foto: Polícia Militar/Divulgação)
PM foi chamada na tarde passada após a vítima ser levada de um estacionamento na Pampulha (foto: Polícia Militar/Divulgação)


Uma ocorrência de sequestro na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, pode ter levado a polícia à descoberta de um esquema de golpes praticados pela internet. A vítima é um jovem de 24 anos. Dois homens de 29 e 59 anos, pai e filho, foram detidos suspeitos do crime, ocorrido nesse domingo (23/5). O homem mais velho é policial militar aposentado.

Conforme o Registro de Eventos de Defesa Social (Reds), a Polícia Militar (PM) foi acionada para comparecer a um hotel na Pampulha, e lá os militares foram recebidos pela esposa da vítima e um advogado.

A mulher contou que, por volta das 16h, ela e o marido foram ao estacionamento de um supermercado da região onde receberiam um carro como pagamento por um serviço dele como programador de sistemas. No entanto, durante a transação e sob ameaças de duas pessoas, o rapaz foi obrigado a entrar no carro e foi levado. 

Algum tempo depois, ele mandou mensagens para a mãe dizendo que havia sido sequestrado e que os autores queriam R$ 120 mil para libertá-lo. Os criminosos chegaram a fazer uma chamada de vídeo, na qual a vítima apareceu ao lado do homem de 59 anos. A mulher perguntou ao filho se ele estava bem e pediu que o sequestrador o liberasse para resolverem no dia seguinte, ao que ele teria respondido que, assim que “resolvesse”, o filho dela seria libertado. 

De acordo com a polícia, por meio desse vídeo, a esposa da vítima reconheceu o homem, dizendo que ele estava na direção do carro no qual o marido foi levado, e contou que o filho dele usava tornozeleira eletrônica. Ela também disse à PM que teria usado o celular para gravar todo o ocorrido no estacionamento. 


Ribeirão das Neves


A tornozeleira ajudou a polícia a encontrar a vítima e os suspeitos, que estavam em uma casa no Bairro Rosimeire, em Ribeirão das Neves, na Grande BH. A princípio, o homem mais velho negou que havia alguma pessoa com o nome da vítima na residência. No entanto, após buscas, os policiais encontraram o jovem em um quarto.

De acordo com o Reds da PM, o suspeito passou a afirmar que o rapaz era amigo da família e que estava lá de livre e espontânea vontade. 

Aos policiais, a vítima disse que foi à casa do homem para receber a documentação de um carro Ecosport que havia adquirido. Ele acabou surpreendido por outros dois homens que, mediante ameaças de morte, passaram a exigir dinheiro dele. A vítima disse a eles que poderia entregar R$ 16 mil que tinha em casa, e que o suspeito o acompanhou até o Bairro Ouro Preto, na Pampulha, onde ele entregou o dinheiro a ele dentro de uma caixa. A ação teria sido gravada pelas câmeras de segurança do local. 

Ainda de acordo com o registro policial, ele disse que viu um dos homens que o ameaçou perto da casa e, temendo ser morto, pediu ao militar aposentado que a transação fosse feita no estacionamento do supermercado. Ele contou que foi com o homem no carro dele e, a esposa, em um veículo de aplicativo. 

Então, chegando ao estacionamento, ele foi ameaçado e colocado dentro do carro enquanto o mais velho assumia a direção, com um dos homens que o ameaçou no banco de trás. Já na casa do suspeito, ele foi forçado a pedir dinheiro aos parentes até arrecadar os R$ 120 mil exigidos pelos sequestradores. 

O rapaz disse ter feito uma transferência para a conta bancária do suspeito e outra, no valor de R$ 6 mil, para a conta da esposa do homem.
 

Fraudes pela internet


Ainda consta no registro da ocorrência que, questionado sobre o motivo da abordagem e sequestro, a vítima acabou contando que produz sites falsos de empréstimos bancários e consignados e que, há pelo menos dois meses, foi apresentado aos dois homens que o ameaçaram e passaram a trabalhar juntos. 

“(…) Através de pessoas aliciadas pela quadrilha, realizavam empréstimos e aberturas de contas fraudulentas causando prejuízos financeiros a várias instituições bancárias. Que, para cada site, a vítima recebia em média R$ 4 mil reais”, consta no Reds. 

Ainda segundo a PM, em determinado momento, o rapaz resolveu agir sozinho, o que desagradou os comparsas, até que ontem os homens o encontraram na casa do suspeito e ameaçaram matá-lo quase não entregasse o dinheiro. 

O suspeito ficou responsável por arrecadar o dinheiro, indo com a vítima até a casa dele e o mantendo em cárcere até a entrega do valor exigido pelos outros criminosos. 

De acordo com a polícia, os militares também receberam informações de que o outro homem, dono da casa na qual a vítima foi encontrada, seria um “faz-tudo” da quadrilha, responsável por aliciar laranjas para receber depósitos em contas bancárias, além de  ajudar na logística, e que o filho dele, de 29 anos, também estava envolvido no esquema e no sequestro. 

Esse segundo suspeito chegou a fugir da polícia, mas foi detido ao ser encontrado em cima de uma laje. Ele negou os fatos. O carro e o celular da vítima foi apreendido. No aparelho, segundo a polícia, estão as conversas sobre os valores em dinheiro, o vídeo dele com o suspeito e a gravação da esposa no momento do sequestro. 

Por meio de nota, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) confirmou que “os fatos envolvem um policial militar aposentado e que todas as medidas cabíveis à corporação foram tomadas. A PMMG esclarece ainda que o caso será investigado pela Polícia Judiciária, por ser crime comum e não militar”. 

Já a Polícia Civil informou que ratificou a prisão em flagrante do aposentado e do filho. Ambos foram autuados por extorsão mediante sequestro. “O suspeito de 29 anos será encaminhado ao sistema prisional e, por prerrogativa legal, o suspeito de 59 anos irá para uma das unidades da Polícia Militar”, esclareceu a instituição, também em nota. (Colaborou Cecília Emiliana)


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