Jornal Estado de Minas

COVID-19

CDL/BH distribui capacetes Elmo para ajudar hospitais


As taxas de ocupação dos leitos de UTI e enfermaria têm recuado em Belo Horizonte, nas últimas semanas, embora a situação ainda esteja em uma zona de alerta. Com isso, muitos pacientes precisam de cuidados especiais para conseguir respirar. Aparelhos respiradores, portanto, são fundamentais neste momento.





Para ajudar os hospitais, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) entregou, em 19 de abril, 90 unidades de Elmo. São capacetes que foram criados com o objetivo de reduzir as internações de pessoas contaminadas pela COVID-19, para hospitais públicos e filantrópicos da capital mineira e de Nova Lima.

O capacete Elmo é um dispositivo de suporte ventilatório não invasivo. Ele é capaz de manter uma pressão positiva nas vias aéreas do paciente por meio da oferta de alto fluxo de oxigênio e ar medicinal. Com isso, o equipamento consegue reduzir, consideravelmente, o esforço respiratório do paciente. O capacete é colocado na cabeça do paciente e tem acesso para a entrada de oxigênio, permitindo que ele respire com menos esforço.

Eficácia


Leonardo Silva Augusto é fisioterapeuta intensivista e coordena o setor de fisioterapia do Hospital da Baleia. Ele explica que os sistemas de ventilação não invasivos têm sido utilizados há alguns anos, com o intuito de reduzir os índices de ocupação nas UTIs, além de terem grande eficácia comprovada em casos de insuficiência respiratória.





“Ele vem para nos auxiliar como uma ventilação mecânica não invasiva e tem uma grande vantagem nesses tempos de COVID porque diminuiu muito a dispersão de aerossóis (partículas ainda menores que as gotículas). Dessa forma, podemos evitar que os pacientes precisem ser entubados precocemente e que sejam levados para a UTI. Com isso, o sistema de saúde não fica sobrecarregado.” O Hospital da Baleia foi um dos beneficiados pela doação da CDL/BH e recebeu 10 unidades do equipamento.

No Brasil, o Elmo foi criado por pesquisadores do Ceará e utilizado pela primeira vez na crise do sistema de saúde de Manaus, em janeiro deste ano. Já está comprovado que o uso do equipamento diminui em até 60% a entubação de pacientes com COVID-19, reduzindo a ocupação de leitos de UTI para o tratamento da doença.

Além disso, o capacete pode ser esterilizado e reutilizado em outros pacientes, aumentando a segurança dos profissionais de saúde, já que, por ser vedado, não permite a proliferação de partículas do vírus.





O fisioterapeuta explica que o equipamento não substitui a entubação. “Ele nos auxilia para evitar que o paciente seja entubado. Nós instituímos a ventilação não invasiva através do capacete. Se o paciente responder na primeira hora, nós postergamos a entubação. Existe um protocolo, mas de uma maneira geral é dessa forma.”

Ele ressalta, ainda, que é avaliado o nível de gravidade dos pacientes para determinar aqueles que poderão usar o equipamento. “Geralmente, os que são mais graves e que estão em insuficiência respiratória.”

O Hospital São Francisco também recebeu 10 unidades do capacete. “Essa doação é importante porque traz uma nova arma terapêutica para nós. E, que também ajuda a manter os pacientes mais tempo em enfermarias, evitando que vão muito precocemente para o CTI e para a entubação’, diz Helder Yankous, superintendente executivo da Fundação Hospitalar São Francisco de Assis.





De acordo com o superintendente, o equipamento é uma alternativa importante e que faz com que o hospital consiga ter mais leitos disponíveis no CTI, além de ajudar os pacientes. Helder conta, ainda, que os equipamentos, normalmente, têm de 80% a 100% de uso no hospital.

Segundo o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, “sem dúvida alguma o equipamento vai salvar muitas vidas e auxiliar bastante no trabalho dos profissionais de saúde”.

Além do Hospital da Baleia e Hospital São Francisco, receberam os capacetes o Hospital Mário Penna, a Santa Casa BH, o Hospital São Lucas, Hospital Evangélico, a Prefeitura de Belo Horizonte e a Prefeitura de Nova Lima. *Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram

O que é um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.



Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).





  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.





Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.



Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.



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