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Estado de Minas COVID-19

"Não tem UTI para nada. Está tudo ocupado", diz prefeito de Montes Claros

Município adota medidas duras pra frear pandemia, como proibição de venda de bebidas alcoólicas e antecipação de feriados


18/03/2021 11:45 - atualizado 18/03/2021 12:43

Comércio fechado no Centro de Montes Claros, onde cinco feriados foram antecipados(foto: Luiz Ribeiro/EM.DA Press)
Comércio fechado no Centro de Montes Claros, onde cinco feriados foram antecipados (foto: Luiz Ribeiro/EM.DA Press)
O prefeito de Montes Claros Humberto Souto (Cidadania), fez um apelo à população para se unir e compreender as medidas duras que ele adotou na cidade para tentar frear o avanço da pandemia da COVID-19. Desde o dia 3 de março, ele baixou decreto proibindo a venda de bebidas alcoólicas, com o objetivo de dificultar a realização de festas clandestinas. Na sequência, decretou a antecipação de cinco feriados. O 'feriado prolongado' começou na quarta-feira (17/03) e segue até segunda-feira (22/03).

Antes mesmo da entrada de Montes Claros na 'onda roxa' (7 de março), Souto já tinha adotado no município as medidas mais severas da fase mais restritiva do Plano Minas Consciente, do Governo do Estado, como o 'toque de recolher' no período noturno (20h às 5h) e a proibição da circulação de pessoas nas vias públicas durante o dia – a não ser para o exercício de atividades essenciais, de segurança e saúde.

O prefeito de Montes Claros enfatizou que o grande objetivo das medidas mais restritivas é diminuir a propagação do coronavirus e resolver o grave problema da superlotação dos hospitais da cidade, que enfrentam a ocupação máxima desde o dia 2 de março.

De lá prá cá, lembra, a prefeitura implantou dois hospitais de campanha e credenciou leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes da COVID-19 em outras tres unidades de saúde. Houve uma ampliação de mais de 100 leitos hospitalares, mas a superlotação continuou, devido ao aumento diário de casos da doença respiratória.

Ele salienta que diante dessa situação caótica, mesmo com as restrições que já estavam em  vigor, decidiu pela antecipação de feriados como um recurso extremo para 'dar uma parada' no avanço do coronavírus, impedir a corrida aos hospitais e evitar mortes devido ao colapso da ocupação máxima de leitos.

“O problema (a antecipação) dos feriados é um recurso extremo para poder dar uma parada (na transmissão da COVID-19) e evitar que a corrida aos hospitais aumente. (Evitar) que as pessoas (venham) morrer nas porta dos hospitais ou  morrer em casa por falta de hospital”, declarou o prefeito, em entrevista ao Estado de Minas quarta-feira (17/03). Ele também disse que, mesmo com a 'onda roxa', muitas pessoas insistiram em circular nas ruas, o que o levou a decidir também pela antecipação dos feriados.

O chefe do executivo afirma que, diante do avanço da pandemia, além da dificuldade para o atendimento aos pacientes contaminados pelo coronavirus, o município enfrenta a falta vagas em UTIs  para pessoas  com outras patologias graves, como AVC e infarto. “Não tem UTI para nada. Está tudo ocupado. Este é o problema. Então, às vezes, você tem  ue tomar medidas que são mal compreendidas, mas que tem o objetivo eficiente: dar uma parada (no avanço da pandemia). Só assim (com o isolamento social), como está provado no mundo inteiro que se diminui a incidência da transmissçao (da doença). Ai, diiminui na ponta a sobrecarga dos hospitais”, enfatizou.

Ele ainda disse que as medidas mais restritivas à circulação de pessoas e o fechamento do comércio não essencial 'aborrecem alguns'. Mas que são as únicas alternativas para frear o aumento de casos de coronavírus. "Não tem outra maneira".

POLÊMICA COM OS CATÓLICOS

Ao antecipar cinco feriados, nesta semana, Humberto Souto acabou enfrentando uma polêmica com os católicos. Isso porque no decreto municipal  sobre a medida, assinado segunda-feira (15/03) foi incluída a antecipação do Feriado da Sexta-Feira da Paixão (2 de abril). Foram  antecipados  ainda os feriados Corpus Christi (3 de junho), Aniversário da Cidade (3 de julho), Finados (2 de novembro) e Dia da Consciência Negra (20 de novembro). 

A Arquidiocese de Montes Claros criticou a medida, informando que estavam mantidas as atividades litúrgicas comemorativas do dia da Paixão de Cristo, sem a presença de público, com transmissão pelas redes sociais. Com isso, o prefeito cancelou a antecipação do feriado da Semana Santa. Na quarta-feira (17/03), a prefeitura  publicou outro decreto em edição extra do Diário Oficial do Município, informando que mantém antecipação dos cinco feriados, porém, com a 'substituição' da Sexta-Feira da Paixão pela data de 3 de julho de 2022 (Aniversário da Cidade). 

Ao comentar sobre a reação contra a antecipação do feriado da Semana Santa, o prefeito alegou houve quem tentasse tirar proveito político da situação. Ele aproveitou para pedir as pessoas para deixarem de lado 'as picuinhas' e se unirem no apoio às medidas preventivas e de combate ao coronavirus, visando impedir as mortes provocadas pela doença.

"Não é momento de polêmica. Nem de discussão. Nem de picuinha. Nem de politicagem. Nem de fuxicada. É momento de união, de todo mundo dar as mão, de todo mundo saber que o foco principal são (as medidas para evitar) as mortes, que estão batendo às portas de todo mundo, porque não tem uma vaga nos hospitais”, alertou o chefe do executivo.

“Lamento que aproveitaram isso (a polêmica sobra a antecipação do feriado da Sexta-Feira da Paixão) para esta 'politicagemzinha' rasteira, miúda, de não compreender a gravidade de um momento como este. O momento é profundamente grave. Então, é preciso que nós todos tenhamos essa compreensão e que todos nos venhamos contribuir nessa direção, de salvar vidas. Isso que é importante", desabafou Humberto Souto.

OS NÚMEROS DA COVID-19 NO MUNICÍPIO

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, nesta quarta-feira (17/03), a cidade teve a confirmação de 271 casos da COVID-19 e de cinco mortes provocadas pela doença.

Houve uma redução dos registros em relação aos dois dias anteriores, sendo que na última segunda-feira (15/03), foram confirmados 435 novos casos e 16 mortes – as maiores quantidades de novos casos e de óbitos decorrentes do coronavirus registradas no município em um único dia desde o início da pandemia. Montes Claros contabiliza, até então, 22.601 casos e 401 mortes causadas pela doença.


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