(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CAOS À VISTA

No pior dia da pandemia, BH teve 41 sepultamentos

Cemitérios públicos da capital mineira registraram, nessa quinta-feira, 12 enterros a mais que a média histórica


12/03/2021 16:45 - atualizado 12/03/2021 17:54

Cemitério da Paz, no Caiçara, é um dos locais de sepultamento administrados pela PBH(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Cemitério da Paz, no Caiçara, é um dos locais de sepultamento administrados pela PBH (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Os cemitérios administrados pela Prefeitura Belo Horizonte fizeram 41 sepultamentos nessa quinta-feira (11/3). Trata-se de representativo aumento em relação à média da cidade no ano passado, de 29,93 enterros por dia. O crescimento está ligado ao avanço do novo coronavírus na capital, que preocupa o Comitê de Enfrentamento à doença instituído pela gestão de Alexandre Kalil (PSD).

Nesta sexta-feira (12), o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, disse que os 12 sepultamentos que fizeram a quinta-feira ultrapassar a média ocorreram em decorrência da COVID-19.

Ele ressaltou que o cumprimento das medidas preventivas é a única forma de evitar o caos funerário visto em outras localidades.

“Como a gente sempre trabalha esperando que aconteça o melhor cenário, mas se planejando para o pior, a gente aconselha as medidas para evitar que aconteça o que houve em outros lugares do mundo. Não estamos inventando moda. Copiamos o que deu certo”, disse.

O infectologista Unaí Tupinambás, integrante do grupo de médicos responsável por aconselhar Kalil na tomada de decisões ante a pandemia, lembrou que o colapso do sistema funerário já foi experimentado por brasileiros de outras localidades.

“Se a gente não mudar o nosso comportamento, vai ter crise funerária. O Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, alugou um contâiner refrigerado para guardar os corpos de vítimas da COVID-19. Isso pode acontecer: a capacidade de enterrar ser menor que a demanda de corpos. Isso é muito grave”, alertou.

A alta disseminação do coronavírus deixa o sistema de saúde belo-horizontino em alerta máximo. “Estamos falando isso há 30 dias. A situação não é tranquila. Mesmo Belo Horizonte, com todo o preparo que tivemos, pode colapsar a saúde. E, colapsando a saúde, imagina a qualidade de assistência ao paciente que chegar a um CTI lotado? A letalidade vai aumentar”, completou Unaí.

Restrições para barrar o vírus


Nesta sexta, Kalil anunciou novo pacote de ações para tentar barrar a disseminação do novo coronavírus.

Nessa quinta-feira, o Brasil bateu o recorde de mortos em 24 horas: foram 2.349.

BH, por sua vez, superou recordes negativos nos índices que norteiam o estágio da pandemia no município.

O índice de transmissão por infectado (Rt) chegou a 1,22. Trata-se da maior taxa de transmissão da série histórica desde 4 de agosto: a cada 100 infectados, novos 122 se tornam vítimas da pandemia, em média.

A ocupação das UTIs dos leitos públicos e privados para a COVID-19 chegou a 89,4%. Antes, a maior taxa de uso era do balanço de 11 de janeiro: 86,5%. Recorde também para o percentual de uso das enfermarias: 75,6%. No dia anterior, a PBH contabilizou 71,6% dos leitos do tipo ocupados.

Unaí Tupinambás alegou que o cenário pode se agravar em breve. Por isso, ressaltou a importância do respeito às medidas de prevenção.

“A projeção é que, em meados de abril a gente fique em torno 3 mil mortes por dia – e vai ficar em um platô durante um tempo. Mas isso é a projeção. Não quer dizer que vamos chegar lá. Um exemplo clássico é Araraquara: eles fizeram uma restrição de mobilidade, quase um lockdown, e reduziram em quase 50% a taxa de transmissão em 15 dias.”


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)