Jornal Estado de Minas

COVID-19

Filas: horário para vacinar idosos pode ser estendido; PBH nega

A ansiedade pela dose imunizadora contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) fez com que muitos idosos e seus acompanhantes se aglomerassem formando longas filas antes mesmo de os postos de saúde de BH abrirem para a vacinação de pessoas de 86 a 88 anos, neste sábado (13/2).



Os postos abririam às 9h, mas antes de 8h já havia filas. As aglomerações são um comportamento que as autoridades sanitárias consideram problemático por tornar mais fácil a transmissão da COVID-19 pela proximidade das pessoas.

No Centro de Saúde Marco Antônio de Menezes, na Rua Petrolina, Bairro Sagrada Família, Região Leste de BH, a fila tomou todos os espaços dos dois quarteirões até a unidade.

Embora a prefeitura tenha dividido os horários entre idades dos idosos, por lá, os agentes de saúde liberaram a vacinação para todas as pessoas entre 86 e 88 anos, o que pode ter contribuído para o acúmulo de pessoas durante a manhã.



Jose Ramos de Oliveira, com seus 87 anos "bem vividos", como ele diz, não se incomodou com a demora. "Vale a pena a espera. Pra quem já esperou um ano, esperar mais um pouco não faz diferença", comentou. Ele chegou no posto às 8h40 e até às 10h20 não havia sido vacinado.

Zenaide Sales, de 61, levou o banquinho para a mãe, Margarida Alves de Almeida, de 87. Ela diz não haver problema com a fila, pois é uma "aglomeração para o bem". "Não estamos num momento de reclamar. Tudo que vier que for positivo, a gente tem que comemorar", afirmou. Emocionada, Zenaide esbanja alegria com a imunização da mãe. "Estou muito feliz com essa novidade que não estávamos esperando. Uma sensação de felicidade e alento", conclui.

Jose Ramos de Oliveira e Maria Porto trouxeram cadeirinhas para aguardar a sua vez de se vacinar (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
Os aposentados José Ramos de Oliveira, de 87 anos, e a dona de casa Maria Porto, de 86, chegaram meia hora antes da abertura do posto do Sagrada Família. "Trouxemos até cadeirinhas para descansar enquanto a nossa vez de se vacinar não chagava. Foi muito bom, estamos confiantes que a vacina será boa contra a doença", disse José Ramos, sinalizando positivo.



São mais de 800 funcionários envolvidos com o mutirão para a vacinação, de acordo com Fabiano Pimenta, subsecretário de Promoção e Vigilância à Saúde, a previsão é de vacinar 24 mil pessoas neste sábado. 

"Sabemos que a população mais idosa são mais propensos de contrair a doença grave. O centro de saúde funcionando exclusivamente para essa população evita contaminação", disse Fabiano.

O integrante da Saúde confirmou que havia filas no início da manhã, mas, segundo ele, ainda havia poucas pessoas. "Estamos contando com a colaboração da população. Verificamos filas com poucas pessoas e conscientes do espaçamento. Temos pessoas também orientando essa questão", disse Fabiano.





No entanto, a reportagem do Estado de Minas esteve no posto de vacinação da Rua Paraíba e não viu funcionários orientando sobre o distanciamento. Outra reclamação da fila ocorreu pelo fato de os idosos ficarem de pé. Alguns levaram bancos e cadeiras, outros ficaram em pé por cerca de uma hora aguardando a chamada.

"Se houver algum lugar que extrapola a racionalidade da segurança das pessoas, com certeza teremos a equipe de retaguarda que estão atentas à aglomeração e à possibilidade de esgotar as doses pontualmente. Nesses casos, serão buscadas novas vacinas", assegurou Fabiano às 8h.

Por causa das aglomerações, alguns postos de saúde manifestaram a intenção de prorrogar a aplicação da vacina além do horário inicial estipulado, que seria até as 15h. A prefeitura nega que ocorrerá tal ampliação ocorrerá. Ainda no Sagrada Família, um espaço com cadeiras e distanciamento foi organizado para melhorar o conforto e distribuição dos idosos.



As filas para a vacinação ocorreram com a chegada dos pacientes antes mesmo da abertura das unidades de saúde (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)


Thiago Fernandes, de 36, espera em pé na fila enquanto a tia Marília Fernandes, de 86, aguarda sua vez sentada em um espaço específico que foi improvisado no Centro de Saúde para garantir mais conforto dos idosos durante a espera. O problema, segundo Thiago, foi a falta de comunicação. "A gente não tinha informação. Só fiquei sabendo porque minha tia ficou cansada de esperar. Talvez mais gente poderia ter usufruído antes", disse.

A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que a vacinação teve início às 9 horas. "Nos locais onde foram identificadas filas, antes mesmo do início da imunização, a Prefeitura reforçou as orientações sobre as medidas de segurança, como distanciamento, e está ampliando as equipes de vacinação para dar maior agilidade na aplicação das doses. Outra medida adotada foi antecipar, já na fila, a conferência dos documentos necessários para receber a dose da vacina. A Prefeitura orienta para evitar aglomeração o idoso deve ir acompanhado por apenas uma pessoa".

O horário da vacinação é até as 15h, e a expectativa é vacinar todo o público que comparecer aos postos. "Para garantir a imunização dos idosos com idade entre 86 e 88 anos que não conseguirem ir aos locais de vacinação neste sábado, a Prefeitura vai disponibilizar postos para aplicação da vacina durante a semana, entre 15 e 19 de fevereiro. A lista destes locais estará disponível no Portal da Prefeitura. Para receber a vacina, é necessário apresentar documento com foto, comprovante de residência e CPF. Os acamados nesta faixa etária serão imunizados em casa. O cadastro vai estar disponível no portal da PBH a partir desta segunda-feira (15/2)".



No posto de saúde do Sagrada Família, os vacinados aguardavam 15 minutos depois da aplicação da vacina. Por lá, os funcionários disseram que é uma determinação da prefeitura, porém, nos outros postos que a reportagem visitou, esse procedimento não foi feito. Até a publicação desta matéria, a Secretaria Municipal de Saúde não havia se manifestado sobre este método.

O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.



Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?

Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.



Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

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