(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CLIMA NATALINO

Árvore florida e Papai Noel decoram barraco debaixo de viaduto em BH

Esperança natalina é encontrada debaixo de viaduto do Complexo da Lagoinha, no Centro de Belo Horizonte


13/12/2020 13:48 - atualizado 13/12/2020 16:34

Singela decoração de Natal é flagrada em BH(foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)
Singela decoração de Natal é flagrada em BH (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)

Uma florida árvore de Natal e o Papai Noel em escalada na "varanda" de um barracão improvisado debaixo de um dos viadutos do Complexo da Lagoinha, no Centro de Belo Horizonte, mostram os contrastes sociais de quem, mesmo em situação de extrema pobreza, cultiva o espírito de esperança, paz e união, típicos do natal.

A decoração, no caso, foi feita pela Luísa, vulgo "gata", de 34 anos, natural de Governador Valadares, na Região do Vale do Rio Doce. Ela vive no local com o companheiro e, mesmo com os problemas da vida – como o envolvimento com drogas que ela precisou enfrentar –, Luísa nunca perdeu o amor no coração, nem tampouco a alegria das flores que perfumam seu caminho.



“Esse ano eu queria fazer a árvore florida e consegui. Eu acho o Natal importante, especial”, conta a mulher. Luisa, que também é mãe, já perdeu as contas de quanto tempo vive nas ruas e diz que espera uma oportunidade para ter sua própria casa, mas o presente de Natal mais importante no momento, é saúde. “Eu vou pedir muita sorte, saúde, e que essa doença (COVID-19) vá embora de verdade”, diz.

Com a vivência das ruas, Luisa acredita que a pandemia do novo coronavírus fez com que as pessoas se tornassem mais solidárias. “Muita gente começou a dividir o pão, tinha muita gente egoísta. Tem muitas em pânico, tiram a vida, outros querem viver mais, assim como eu. Eu quero viver”, ela enfatiza.

A tradição de fazer uma árvore no fim de ano por onde ela estiver ajuda a purificar os pensamentos dela e dos próximos. “Quanto mais flor, mais vida, mais cores, mais acho bonito”, ressalta Luísa, mencionando seu último desejo ao Papai Noel: “Um feliz Natal pra todos.”

Gente vulnerável

A parcela da população mais vulnerável durante a pandemia da COVID-19 – os moradores em situação de rua – é formada por 18 mil pessoas em Minas Gerais. De acordo com levantamento do projeto Polos de Cidadania, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 9.114 desses vivem em Belo Horizonte – mais da metade do total do estado.

A pesquisa foi feita com base em dados do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) em maio deste ano. Ainda segundo o levantamento, 71% dos 18.011 moradores em situação de rua de Minas Gerais estão divididos em 12 cidades.

O levantamento também traz números sobre a situação do Brasil. São 151.462 moradores em situação de rua no país. Com isso, é possível calcular que Minas Gerais representa 11,8% dessa parcela da população brasileira.

Atendimento a população em situação de rua pela PBH 

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que 4.668 pessoas estavam em situação de rua na capital, nos últimos meses.  A PBH trabalha com dados do  CadÚnico: total de cadastros já realizados, desde o início do processo de cadastramento, cadastros atualizados de dois em dois anos (para fins de concessão dos benefícios e transferência de renda) e  cadastros atualizados nos últimos 12 meses. 

A prefeitura informou ainda que, nos últimos anos, o município reconheceu a atuação com a população em situação de rua como uma pauta intersetorial, ampliando e qualificando as provisões públicas em várias áreas, como assistência social, habitação, saúde, educação, trabalho e emprego. Disse que, no campo da assistência social, foram criadas quatro novas unidades de acolhimento institucional e houve ampliação de vagas naquelas que já existiam. No total, são 16 unidades, com 1.593 vagas, que atendem até: 2033 pessoas em situação de rua no município.

 Informou que o Programa Bolsa Moradia, sob gestão da política de habitação, foi ampliado, saltando de 250 para 1140 vagas, com previsão de finalização da fila de espera de acesso a essa política na cidade até o fim de 2021.  O Programa Estamos Juntos colaborou para incluir mais de 400 pessoas em políticas de emprego e qualificação profissional.  O Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) passou a funcionar aos finais de semana e feriados, recebeu ampliação dos profissionais que compõem a equipe técnica e incluiu novas categorias de trabalho: arte educadores e educadores pares (pessoas com trajetória de vida nas ruas), estratégia que possibilitou um salto de qualidade no atendimento e no acompanhamento.
 
Por fim, no período da pandemia, além da ampliação de vagas nos abrigos, a PBH informou ter realizado reordenamentos e qualificação dos serviços. Também distribuiu sabonetes, água mineral, máscaras (em parceria com a saúde), garantindo a proteção social integral da população em situação ou com trajetória de vida nas ruas. Também foi criado acolhimento provisório e emergencial para mais 300 pessoas, além de medidas preventivas e de tratamento desse público. Ação integrada da assistência social, segurança alimentar e saúde.

Outra ação é o  Projeto Canto da Rua Emergencial, voltado para o atendimento da população em situação de rua, instalado na Serraria Souza Pinto, sob execução da Pastoral de Rua. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)