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Estado de Minas FALSA COMUNICAÇÃO DE CRIME

Atropelamento fake': Polícia investiga novo golpe em BH

Homem jura que parou carro e mulher pulou no capô, o que é confirmado por três testemunhas; família da acusada diz que ela passa por problemas emocionais


06/08/2020 15:50 - atualizado 07/08/2020 10:13

Criminosos encenam atendimendo após atropelamento(foto: Reprodução/Redes Sociais)
Criminosos encenam atendimendo após atropelamento (foto: Reprodução/Redes Sociais)
Imagine que você está dirigindo numa rua e aproxima-se de um cruzamento e, como o semáforo está verde, você prossegue. Assim que cruza a avenida, uma mulher, que não respeita o sinal fechado para pedestre, aparece na frente do seu carro. Você freia a tempo de evitar o atropelamento. A mulher, no entanto, mesmo sem ter sido tocada pelo carro, se atira no capô do carro e cai na rua, à frente do carro. Diz ter sido atropelada por você. O Samu chega para socorrer e ela é removida para um hospital. O que fazer?

Uma foto e uma gravação retratando a cena circulou essa semana nas redes sociais e em grupos de whatsapp, o que motivou uma investigação dos policiais da Divisão Especializada em Prevenção e Investigação de Crimes de Trânsito (DEPICT). Segundo comunicado da assessoria da Polícia Civil, “a suposta falsa comunicação de crime será analisada no decorrer das investigações. Outras informações serão repassadas em momento oportuno”. No caso, a suspeita é de que a mulher estaria aplicando um golpe, para processar o motorista por um suposto atropelamento.
 
Já a família da mulher diz que ela passa por problemas pessoais e sofre de uma síndrome que a deixa instável emocionalmente.

O fato em questão aconteceu no último dia 30, às 13h34, no cruzamento da Rua Espírito Santo com Avenida Santos Dumont. A.V.D., de 49 anos, havia saído do serviço, na Rua dos Carijós, no Centro. Subiu a rua e virou à direita, na Rua Espírito Santo, no sentido Avenida dos Andradas.

Parou no primeiro sinal, na esquina com Amazonas. Quando o sinal abriu, arrancou. Cruzou a Rua dos Caetés e diminuiu, pois se aproximava o semáforo no cruzamento com Avenida Santos Dumont. Depois, com Caetés. No entanto, o sinal estava verde e ele prosseguiu. Tão logo cruzou a avenida, um susto. Uma mulher saiu do passeio e atravessou na sua frente. Ele freou, antes de atingir a mulher. Mas no relato que fez à Polícia Militar, a mulher, identificada como S.P.J.S., de 22 anos, parou, ficou de costas para ele e o carro e pulou no capô do veículo, uma amarok branca.

A.V.D. puxou o freio de mão e desceu para tentar entender o que havia acontecido. Disse para a mulher se levantar, mas ela permanecia caída, dizendo que tinha sido atropelada, pedindo para que o homem chamasse o Samu. Ele pediu, então, ajuda à Polícia Militar.

Testemunhas e investigação

Ao local, foram enviados dois policiais em motocicletas, sargento Gualberto e cabo Jacqueline. A.V.D. contou o caso e a mulher insistia que tinha sido atropelada. Ela acabou sendo encaminhada, pelo Samu, ao Hospital São Lucas, onde foi constatada uma lombalgia.

Revoltado, A.V.D. suspeitou que pudesse estar sendo vítima de um golpe. Ele conseguiu apoio de três pessoas, que se prontificaram a ser testemunhas: Franciele, Lorraine e Alípio.

Os três relataram aos policiais a mesma história de que a mulher não respeitou o sinal vermelho para pedestres e entrou deliberadamente na frente do carro, se atirando no capô e gritando que tinha sido atropelada.

O que a polícia investiga é se este seria um novo golpe aplicado no trânsito de Belo Horizonte. Não existem, até o momento, outros registros. O motorista, a suposta vítima e as testemunhas, serão ouvidas em cartório na DEPICT e, se for confirmada a tentativa de golpe, a mulher será indiciada.
 

Síndrome de Borderline

A família de S.P.J.S. procurou a reportagem do Estado de Minas e contou que ela é portadora do Mal de Borderline, transtorno que faz as pessoas irem do céu ao inferno em questão de horas, com instabilidade emocional, sensação de inutilidade, insegurança e impulsividade.
 
Segundo a avó de S., ela estava grávida, mas no terceiro mês foi abandonada pelo pai da criança. Depois disso, começaram os problemas. Ela foi diagnosticada com a doença.
 
Depois que a criança nasceu, S. teve uma forte depressão pós parto. Depois de diagnosticada, não quis mais cuidar da criança. Há cerca de um mês, passou 20 dias internada, primeiro no Hospital JK e depois no Santa Maria.
 
Segudo a avó, ela não se dá bem nem com o pai e nem com a mãe, que são separados, e nenhum dos dois aceita que a filha viva com um deles. No final de semana, surgiu a história do acidente. Ela insistia que tinha sido atropelada.
 
Mas, segundo a avó, o que teria de ser feito era internar a neta. No entanto, ela não aceita ser internada. 
 
 


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