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Estado de Minas

Familiares das vítimas de Brumadinho cobram justiça em ato virtual

Manifesto também reforçou urgência da retomada das buscas dos desaparecidos, interrompidas por causa da pandemia de coronavírus


25/05/2020 12:13 - atualizado 25/05/2020 13:39

(foto: Facebook/Reprodução)
(foto: Facebook/Reprodução)

Os balões pretos contam os dias de luto - 487, no total. Fotos e faixas expressam dor, indignação e saudade. Emocionadas, três mulheres fazem uma chamada triste, que não será respondida. Ela contém os nomes das 272 vítimas da tragédia de Brumadinho - pior desastre minerário das últimas três décadas, causado pelo estouro da barragem da Mina Córrego do Feijão, controlada pela Vale S/A.  

A cena é do ato virtual comandado nesta segunda-feira (25) pela Avabrum, a Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pela tragédia de Brumadinho. Realizada no marco de entrada da cidade, que fica na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a manifestação reuniu oito pessoas - eleitas para representar os demais integrantes da organização, que evitaram se aglomerar em função da pandemia do novo coronavírus. O evento foi transmitido ao vivo, pelo Facebook. 


Segundo Josiane Melo, uma das dirigentes da Avabrum, o ato reforça o anseio das famílias dos atingidos pela punição dos responsáveis pela catástrofe, que derramou 12,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos em Brumadinho. Os participantes também cobram a retomada das buscas pelas 11 pessoas ainda desparecidas sob a lama que devastou a região. O resgate dos corpos foi interrompido pelos bombeiros em 21 de março, após o decreto de Situação de Emergência em Saúde assinado pelo governador Romeu Zema (Novo). O retorno das atividades está marcado para 16 de junho.   

No mês em que se comemorou o Dia das Mães, as famílias também lembraram aquelas que perderam seus filhos na tragédia. "Dói demais o jeito que vocês foram embora", enfatizava uma grande faixa empunhada pelos manifestantes. "O que nós perdemos é irreparável. Dinheiro nenhum dos restitui. Queremos justiça, punição, e a construção do memorial em honra as vítimas desse crime", afirma Josiane Melo. Ela perdeu a irmã grávida de cinco meses no desastre. 

Operação suspensa

A Polícia Civil traballha na identificação dos fragmentos humanos já resgatados, que ainda estão no Instituto de Criminalística de Belo Horizonte. Desde a paralisação das buscas, nenhuma nova vítima foi identificada.

A maior operação de resgate do Brasil envolve cerca de 700 pessoas, entre entre bombeiros, funcionários da Vale e terceirizados, que trabalharam 421 dias de forma ininterrupta até o decreto de quarentena. 


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