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Estado de Minas COVID-19

Mesmo sem casos de coronavírus, prefeito apressa construção de cemitério em Minas

Obra em Francisco de Sá, Norte do estado, deve ser concluída em maio. Prefeitura criou linha para denunciar quebra de quarentena


postado em 14/04/2020 17:43 / atualizado em 14/04/2020 21:42

Barreira sanitária na entrada de Francisco Sá (foto: Secretaria Municipal de Saúde / Divulgação)
Barreira sanitária na entrada de Francisco Sá (foto: Secretaria Municipal de Saúde / Divulgação)
O município de Francisco Sá, de 26,27 mil habitantes, a 479 quilômetros de Belo Horizonte, no Norte de Minas, não teve nenhum caso confirmado do coronavirus (Covid-19). E para manter o município livre da doença, a prefeitura tem adotado uma série de medidas restritivas e isolamento social, que incluem barreira sanitária e vigilância domiciliar, com agentes de saúde indo às casas para conferir se as pessoas estão cumprindo a quarentena. Ainda assim, o medo da pandemia fez com o Executivo agilizasse a construção de mais um cemitério, considerando que as vagas para sepultamentos no atual estão se esgotando. 
 
O prefeito de Francisco Sá, Mariosvaldo Casasanta (Avante), disse que, mesmo com cuidados preventivos, não afasta a possibilidade da chegada da COVID-19 à cidade, cortada pela BR 251. Ele afirmou que está disposto até a instalar um hospital de campanha para a necessidade de atendimento de pacientes graves. Em entrevista ao Estado de Minas, Casasanta confirmou que determinou caráter de “urgência” para a implantação de um segundo cemitério. 
 
Ele informou que a previsão inicial de conclusão seria de seis meses. Agora, a meta é que a obra no Bairro Antonio Miranda fique pronta dentro de 30 dias. Para isso, orientou que fosse ampliado o número de operários envolvidos na construção. 
 
 “Claro que quero que Deus nos ajude e que não morra ninguém. E, se não morrer ninguém, ótimo. Mas, se morrer, precisamos de um lugar para enterrar os mortos”, afirmou Casasanta.
 
Ele disse que no atual Cemitério Municipal de Francisco Sá, implantado há mais de 40 anos, restam em torno de 30 vagas para os sepultamentos. O município tem uma média de 10 enterros por mês. A previsão é que o novo cemitério tenha pelo menos 300 sepulturas, numa fase “emergencial”, informou o chefe do Executivo. 
 
A gestão de Francisco Sá adotou postura diferente da de outras prefeituras no enfrentamento do coronavírus. Ao mesmo tempo em que aperta as medidas de isolamento, incluindo visitas aos domicílios de pessoas em quarentena, nesta semana a prefeitura autorizou a abertura do comércio não essencial, limitado ao horário das 9h às 14h, com os estabelecimentos sendo obrigados a cumprir uma série de regras. O prefeito diz esse “equilíbrio” entre isolamento e funcionamento do comércio tenta ajustar as ações para impedir a chegada da COVID-19 e, ao mesmo tempo, impedir a “quebradeira” no comércio e o desemprego em massa na cidade, onde a maioria da população é de baixa renda. 
 
Conforme a secretária municipal de Saúde de Francisco Sá, Alini Bicalho Noronha, a prefeitura adotou uma barreira sanitária na entrada da cidade. Pessoas que chegam preenchem um formulário e informam seus dados e condições de saúde. Todas elas passam a ser monitoradas em isolamento domiciliar. Aquelas que apresentam sintomas gripais devem permanecer 14 dias em quarentena, e os assintomáticos precisam ficar sete dias em isolamento. 
 
Alini disse que está sendo feito um serviço de vigilância, com os agentes de saúde indo até as residências, para conferir se as pessoas estão obedecendo à quarentena. Além disso, informou, a Secretaria de Saúde disponibilizou uma linha telefônica pela qual a população pode “denunciar” os moradores que “furarem” o isolamento. A secretária revelou que já foram recebidos diversos chamados de moradores “denunciando” vizinhos que estavam descumprindo medidas restritivas. 
 
Outra ação adotada pela prefeitura contra a propagação da COVID-19 é a dedetização de serviços de saúde e locais de aglomeração de pessoas, como praças. O serviço é feito na sede urbana e em distritos e povoados do município com o uso de produto químico à base de cloro. 
 

Abertura do comércio

 
Em um contraste com todas as medidas de isolamento, segunda-feira (13), o chefe do Executivo municipal de Francisco Sá autorizou a abertura do comércio não essencial, qinda que limitado a horário das 9h às 14h. 
 
O prefeito Mário Osvaldo Casasanta disse que a flexibilização do funcionamento do comércio foi feita sob planejamento, adotada de “forma gradativa”, sem colocar a população em risco. “Temos uma maior preocupação em impedir a transmissão da doença. Mas também temos que buscar alternativas para o comércio manter os empregos. Se os patrões quebrarem, todos seus funcionários vão ficar sem emprego”, afirmou o prefeito, lembrando que o município tem poucas fontes de renda.
 
Ele disse ainda que seguiu decreto do governo do estado que autoriza a flexibilização do isolamento social por parte das prefeituras em municípios onde não foram registrados casos da doença. “Mas se aparecer algum caso, outras medidas serão tomadas e o comércio terá que ser fechado novamente”, indica Casasanta.
 

Hospital de campanha

 
O prefeito informou ainda que, mesmo a cidade não tendo registrado nenhum caso do coronavírus, está disposto a instalar um hospital de campanha no município, com 40 leitos. A unidade seria erguida em caráter emergencial em um terreno em frente ao atual Hospital Municipal de Francisco Sá, com recursos da prefeitura, com parte deles oriunda do Ministério da Saúde.


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