(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Caso Backer: Ministério da Agricultura confirma detecção de substância tóxica em tanque de água

Na terça-feira, a empresa usou laudos feitos pela Polícia Civil e por analistas da UFMG para garantir que água não estava contaminada. Autoridades não confirmam autenticidade dos documentos


postado em 05/02/2020 15:15 / atualizado em 05/02/2020 16:35

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou a detecção de traços dos contaminantes dietilenoglicol e monoetilenoglicol em cervejaria Backer(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou a detecção de traços dos contaminantes dietilenoglicol e monoetilenoglicol em cervejaria Backer (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)


O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou a detecção de traços dos contaminantes dietilenoglicol e monoetilenoglicol no trocador de placas e tanque de água fria da fábrica da Cervejaria Backer. Nessa terça-feira, a empresa havia informado que as substâncias químicas não foram encontradas nas amostras de água recolhidas no tanque localizado sede, situada no Bairro Olhos D'Água, Região Oeste de BH. A polícia não confirma nem comenta a versão.

 

Em nota, o Mapa informou que a detecção ocorreu nas análises realizadas nas amostras de água residual do trocador de placas e do tanque de água fria. As amostras foram colhidas no dia 10 de janeiro deste ano pelo Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal/Mapa.

 

A Backer, para sustentar o posicionamento, encaminhou à imprensa dois laudos que teriam sido produzidos pelo Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Polícia Civil.

 

Os documentos atestam, segundo a Backer, que as substâncias tóxicas foram encontradas em dois locais: em amostra refrigerante coletada no tanque do sistema de refrigeração e em uma bombona de metal.

 

Porém, conforme nota da empresa, o monoetilenoglicol e o dietilenoglicol podem ser encontrados ali, ou seja, isso não configuraria uma irregularidade.

 

Procurada, a Polícia Civil informou que só vai comentar os exames “em momento oportuno, para não atrapalhar os trabalhos”.

 

Também não confirmou a veracidade do documento apresentado pela Backer, mas ressaltou que os laudos “que estão prontos já foram disponibilizados para os advogados da empresa, atendendo aos princípios constitucionais”.

 

A polícia também informou que as amostras recolhidas na Backer e na fornecedora de monoetilenoglicol "continuam sendo analisadaspelas equipes de peritos do Instituto de Criminalística (IC), de forma criteriosa" e que "não há previsão para a conclusão da maioria dos laudos".

 

A polícia já ouviu 24 pessoas, entre vítimas e familiares, no inquérito.

 

As autoridades trabalham com 26 casos suspeitos de intoxicação exógena causada pelo consumo de dietilenoglicol. Quatro já foram confirmados. Ao todo, seis pessoas morreram – em uma delas a equipe de saúde pública encontrou a substância tóxica.

 

A principal linha de investigação das autoridades vai de encontro à Backer. Isso porque os álcoois monoetilenoglicol e/ou dietilenoglicol foram encontrados em 41 lotes de 10 rótulos da marca, segundo o Ministério da Agricultura.

 

Os compostos orgânicos, quando consumidos, causam exatamente os sintomas sentidos pelos pacientes listados como casos suspeitos. O dietilenoglicol, no entanto, tem maior toxicidade.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)