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Estado de Minas QUEDA DE BRAÇO COM O GOVERNO

Agentes da segurança pública rejeitam proposta e prometem nova mobilização

A categoria quer reajuste salarial, pagamento de ajuda de custo e das férias-prêmio, mas a reunião com integrantes do governo estadual não agradou


postado em 16/09/2019 21:24 / atualizado em 16/09/2019 23:21

Em assembleia, trabalhadores rejeitam acordo com o governo estadual (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A press)
Em assembleia, trabalhadores rejeitam acordo com o governo estadual (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A press)
Policiais militares, policiais civis, agentes penitenciários e bombeiros de Minas Gerais rejeitaram, na noite desta segunda-feira (16), a proposta do governo do Estado por reajuste salarial, pagamento de ajuda de custo e das férias-prêmio. A categoria promete nova mobilização para a próxima quinta-feira (19), onde esperam um público de aproximadamente 19 mil pessoas. O Governo de Minas informou, por meio de nota, que reconhece as perdas salarias acumuladas entre janeiro de 2015 e agosto de 2019, no percentual de 28,82%. Informou, ainda, que assume o compromisso de recompor as perdas inflacionárias apuradas entre setembro de 2019 e dezembro de 2022. O pagamento começaria em setembro de 2020, e março de 2023.



A negociação durou toda a tarde e parte da noite. Depois de conversas entre lideranças dos membros da segurança pública com representantes do governo, secretários levaram a proposta de helicóptero até as mãos do governador Romeu Zema (NOVO). Mas, a proposta não agradou, e provocou indignação entre os presentes.

Ver galeria . 49 Fotos Agentes das forças de segurança queimam caixão depois de rejeitarem a proposta apresentada pelo Governo de MinasGladyston Rodrigues/EM/D.A.Press
Agentes das forças de segurança queimam caixão depois de rejeitarem a proposta apresentada pelo Governo de Minas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press )


"O governo se comprometeu a repôr as perdas, inclusive com inflação, daqui para frente. Mas ela é inaceitável, porque não deu índice nenhum. O início da reposição seria em setembro de 2020. Nós não temos condições de esperar mais", disse Domingos de Mendonça tenente-coronel da reserva da PM, que coordena o movimento de defesa dos direitos dos operadores de segurança pública.

As forças de segurança reivindicam a reposição das perdas inflacionárias, que segundo os representantes das categorias, está na ordem dos 28,63%. Também pedem ao governo o pagamento integral das férias-prêmio.


Uma grande mobilização é esperada para a próxima quinta-feira, às 14h, novamente na Cidade Administrativa. As lideranças têm expectativa de mais pessoas comparecerem ao ato. “Infelizmente, a segurança pública caminha para um colápso e para uma paralisação.  O pessoal que está aqui, perdeu a confiança no governo. O Governo perdeu o que ele tinha, que era a credibilidade. O clima de velório e consternação vai ser muito grande”, comentou Mendonça. Segundo ele, não há articulação, neste momento, para a greve.

Repercussão na ALMG


Deputados estaduais participaram da negociação junto ao Governo de Minas. Sem um acordo, segundo o deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT), as pautas do governo serão travadas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Entre elas, a proposta de recuperação fiscal.  “Nós não vamos deixar passar o regime de recuperação fiscal. Ai ele escolhe, ou ele negocia com a gente, ou nós travamos na assembleia e vamos enfrentar ele aqui”, disse o parlamentar sobre o secretário de Governo de Minas, Bilac Pinto, que assumiu o cargo recentemente.

“Eu dei minha palavra. A partir de amanhã (terça-feira) estarei emendando todos os projetos do Governo e obstruindo todos os projetos. E olha, ao longo de cinco mandatos, eu aprendi a fazer isso bem. E o governo vai ter que me enfrentar na assembleia”, completou o parlamentar. 

Manifestantes queimaram um caixão que representava o governo de Romeu Zema(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A press)
Manifestantes queimaram um caixão que representava o governo de Romeu Zema (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A press)


Posicionamento do Governo


Por meio de nota, o Governo de Minas reconheceu as perdas salarias acumuladas das forças de segurança entre janeiro de 2015 e agosto de 2019, no percentual de 28,82%. Informou, ainda, que assume o compromisso de recompor as perdas inflacionárias apuradas entre setembro de 2019 e dezembro de 2022. O pagamento começaria em setembro de 2020, e março de 2023.

“A grave situação econômica, com restos a pagar de R$ 34,5 bilhões e um déficit orçamentário projetado para 2019 de R$ 15 bilhões, infelizmente torna inviável a fixação antecipada dos índices de reajuste a serem concedidos. No entanto, atendendo às reivindicações, o Governo assume o compromisso fazer a recomposição das perdas inflacionárias mencionadas com o seguinte cronograma, quando, a cada ano, serão anunciados os índices aplicáveis: 1) setembro de 2020; 2) setembro de 2021; 3) setembro de 2022; e 4) março de 2023”, afirmou.

“Infelizmente, não é possível iniciar esse cronograma imediatamente. Um aumento nas despesas do Estado representaria agravar a falta de medicamentos para a população, precarizar ainda mais a prestação de serviços nas áreas de educação e na própria segurança pública”, completou.

Por fim, o governo reiterou o pedido “compreensão das nossas forças de segurança, dos valorosos servidores que desempenham um papel fundamental para a manutenção da ordem e da diminuição da criminalidade”. “Reafirmamos o compromisso de manter as negociações e o diálogo com os servidores da segurança pública, buscando os índices que serão aplicados nas datas estipuladas no cronograma apresentado”, finalizou.

A mobilização


A manifestação começou pontualmente às 14h. Com blusas brancas e bandeiras do Brasil, servidores da segurança pública iniciaram o protesto cantando o Hino Nacional e rezando a oração do Pai Nosso. O tenente-coronel Domingos de Mendonça, afirmou que servidores aguardariam até as 16h40 por uma posição do Governo de Minas. Minutos antes do tempo-limite, uma comissão entrou para as dependências da Cidade Administrativa para negociar. A reunião demorou cerca de 50 minutos e terminou com a promessa de apresentação do cronograma de reajuste. As propostas foram divulgadas por volta das 21h, e não agradaram.


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