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Estado de Minas

Poluição urbana: fenômeno da inversão térmica cria 'nata' de pó sobre a capital

Além do fenômeno que 'prende' a poluição entre camadas de ar de diferentes densidades, semana teve recorde de temperatura do inverno em BH


postado em 21/08/2019 06:00 / atualizado em 21/08/2019 07:51

Alteração da temperatura ajuda a 'prender' partículas e dificultar a dispersão de poluentes(foto: Túlio Santos/EM/DA Press)
Alteração da temperatura ajuda a 'prender' partículas e dificultar a dispersão de poluentes (foto: Túlio Santos/EM/DA Press)


Os belo-horizontinos que olharam para o céu, na manhã e na tarde de ontem, puderam perceber um fenômeno que ainda não tinha surgido neste inverno: a inversão térmica. Na explicação do especialista Cléber Souza, do Instituto Nacional de Meteorologia/5º Distrito de Meteorologia, trata-se da poluição urbana em suspensão como se estivesse “presa” nas nuvens. “Ela fica mais visível ao nascer e ao pôr do sol”, informou o meteorologista.
 
E o tempo na semana não trouxe apenas essa novidade. Depois de dias de termômetro despencando, na segunda-feira Belo Horizonte registrou a maior temperatura da estação, com os termômetros batendo na casa dos 30,7graus. Por enquanto, não há previsão de chuvas para a Região Metropolitana de BH, apenas para o Sul do estado e Zona da Mata.
 
A mudança no horizonte da capital, que até domingo tinha o céu muito azul, sem nuvens, decorre de uma frente fria vinda do litoral, que mudou a direção dos ventos, provocou nebulosidade e transportou grande camada de poluição, ocasionando a inversão térmica – fenômeno muito comum em São Paulo (SP). “Em metrópoles como Belo Horizonte, onde há grande quantidade de carros e fuligem, pode acontecer também, pois o fenômeno resulta do ar poluído seco e vapor d'água”. O meteorologista avalia que chuva para valer mesmo, só em setembro e outubro. “A não ser que, antes, venha uma frente fria muito potente”, acrescentou.
 
Nas ruas de BH, é possível ver gente com blusa de frio pela manhã e, na hora do almoço, com o casaco amarrado na cintura. À noite, alguns já se arriscam a levar o guarda-chuva ou a sombrinha. “Nesta época do ano, há sempre uma surpresa. De madrugada não está mais tanto frito, mas tudo é possível”, comentou uma diarista que sai cedo de casa, em Santa Luzia, na Grande BH, para trabalhar na Região Nordeste da capital.

Primavera quente


Com a falta de chuva, o melhor mesmo é procurar se hidratar e usar filtro solar, pois o sol, durante o dia, está muito forte. O meteorologista Cléber Souza adianta que a nebulosidade alta vai continuar nos próximos dias, devendo a temperatura máxima cair. Ele ressaltou que, de segunda-feira para ontem, houve queda de dois graus. Para hoje, a máxima deve ficar na casa dos 27°C, com tendência a cair no fim de semana e trazer sábado e domingo com mais frio.
 
Mas, para quem gosta de casaco, moletom e cachecol, um aviso. A primavera será muito quente, adianta o meteorologista, especialmente no mês de outubro, tradicionalmente o mais quente do ano em BH. “Gosto de calor, mas quando é demais, fica pior para trabalhar”, disse a diarista a caminho do ponto de ônibus.


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