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Estado de Minas TRAGÉDIA DE BRUMADINHO

Saiba como família se organizou para aplicar golpe de indenização em Brumadinho

Desde a última quinta-feira, a Polícia Civil prendeu 10 pessoas, sendo sete de uma mesma família, por estelionato. Grupo falsificava declarações de saúde para conseguir o benefício


postado em 08/07/2019 17:02 / atualizado em 08/07/2019 18:54

A delegada Ana Paula Gontijo é a responsável pelas investigações(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
A delegada Ana Paula Gontijo é a responsável pelas investigações (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)

Um esquema de estelionatários que estavam recebendo, de forma fraudulenta, indenizações concedidas às vítimas da tragédia de Brumadinho, foi desmantelado pela Polícia Civil. Ao todo, 10 pessoas foram presas desde a última quinta-feira sendo sete de uma mesma família, por aplicar o golpe. O grupo falsificava declarações de saúde para conseguir o benefício. O prejuízo estipulado é de aproximadamente R$ 40 mil. Ao todo, já foram 39 pessoas investigadas e 21 presas em flagrante pelo crime.

O auxílio emergencial está sendo concedido para os moradores de Brumadinho, na Grande BH, que viviam na cidade em 25 de janeiro, quando a barragem da Mina do Córrego do Feijão, da Vale, se rompeu. A tragédia já deixou 248 mortos e 22 desaparecidos. Para provar, tem que apresentar uma conta de luz ou água, título de eleitor, ou declaração de atendimento do posto de saúde. Cada pessoa, nesta situação, tem o direito de receber um salário mínino por mês. Para cada filho adolescente, recebe mais meio salário-mínimo, e para crianças, um quarto do salário, em um prazo de um ano.

Para receber ilegalmente o benefício, o grupo armou um esquema. As investigações apontaram que os criminosos fraudaram declarações do Posto de Saúde da Família (PSF) de Brumadinho. Segundo a delegada Ana Paula Gontijo, responsável pelo caso, a quadrilha fraudou a assinatura da enfermeira e o carimbo utilizada no posto. Até mesmo as letras faltantes do material original foi imitada pelos estelionatários. Não há indícios de participação de profissionais da unidade de saúde no esquema.

As prisões



As investigações apontaram que as declarações foram fornecidas por Ana Cláudia Augusta Gonçalves Batista, de 31 anos. Ela é moradora de Brumadinho e faz jus ao recebimento das indenizações. Porém, ela fez um documento dizendo que o namorado Agnaldo Teixeira dos Santos, de 44, residia com ela, o que não era verdade.

Na última quinta-feira, a Polícia Civil prendeu Agnaldo, Ana Cláudia, e mais seis pessoas. São elas: Nerça Teixeira dos Santos, 37 ; Wilson Basílio Nicácio, 31; Ermelino Franklin dos Santos, 48; Vânia Aparecida Teixeira dos Santos, 40; Romero Teixeira dos Santos, 42. Destes, Agnaldo, Nérsia, Romero e Vânia, são irmãos. Nesta segunda-feira, mais três pessoas foram presas. Paulo Cesar Ribeiro, Elenice Rosa Leal Ribeiro, e Carlos Luiz Geraldo. Um homem ainda é procurado.

Declaração falsificada pelos criminosos(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
Declaração falsificada pelos criminosos (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
Segundo as investigações, Nerça lucrou R$ 12 mil, pois declarou que tinha três filhos. Wilson, que marido da mulher, lucrou R$ 5mil. Já Ermelino, que é casado com Vânia, receber R$ 5 mil, e a companheira, R$ 8 mil, por ter um filho adolescente. Já Romero e Agnaldo, receberam R$ 5 mil cada um.

De acordo com a delegada, Carlos Luiz é apontado como o falsário, que vendeu as declarações falsificadas para Paulo e Elenice. Ele cobrou R$ 4 mil pelo serviço, e teria repasasdo R$ 2 mil a Ana Cláudia. No início, eles vendiam os documentos por quantia entre R$ 500 e R$ 700, mas aumentaram o valor devido a procura.

Buscas continuam


A polícia acredita que mais pessoas devem ser presas nos próximos dias. ““Faremos uma limpeza como fizemos da lista de desaparecidos, da qual retiramos 40 nomes”, afirmou a delegada Ana Paula Gontijo. Segundo ela, já foram 39 pessoas investigadas e 21 presas em flagrante. A delegada afirma que Ana Cláudia é apontada como mentora do esquema. Ela vai responder por estelionato falsidade ideológica e formação de quadrilha. O restante será indiciado por estelionato e formação de quadrilha.

A delegada faz um alerta para os golpistas. “O crime de estelionato precreve em 12 anos, então, temos muito tempo para poder achar essas pessoas e apurar estes crimes. Enquanto a pessoa fizer o uso do benefício, ela está sujeita a prisão em flagrante. O que eu aconselho é cancelar este benefício para evitar a prisão em flagrante e reduzir a pena, que é de até 5 anos de prisão”, disse.


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