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Estado de Minas

Neurocirurgião é preso em operação que investiga fraudes no SUS de Ubá

Suspeita é de que médico cobrava altos valores por procedimentos custeados pelo sistema público


postado em 06/06/2019 20:37 / atualizado em 06/06/2019 21:06

Suspeita é de que pacientes que se submetiam ao pagamento furavam a fila de espera do SUS(foto: Reprodução/Google Street View)
Suspeita é de que pacientes que se submetiam ao pagamento furavam a fila de espera do SUS (foto: Reprodução/Google Street View)

Um neurocirurgião do Hospital Santa Isabel, em Ubá, na Zona da Mata, foi preso preventivamente, nesta quinta-feira, suspeito de cobrar  consultas que seriam custeadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A prisão faz parte da segunda fase da Operação Sala Vermelha, deflagrada em janeiro de 2019.

Além da prisão, o médico - que não teve o nome revelado - foi alvo de mandados de busca e apreensão em seu consultório no hospital e em seus dois endereços residenciais.  

De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a nova fase busca aprofundar as investigações sobre uma nova modalidade de conduta criminosa que estaria ocorrendo contra pacientes do SUS no hospital. 

O médico é acusado de cobrar altos valores para a realização de neurocirurgias e cirurgias na coluna, procedimentos que são custeados pelo sistema público. Na última neurocirurgia, ele teria cobrado R$ 5 mil.

Os promotores já apresentaram três denúncias na Justiça Criminal de Ubá contra o profissional. As outras suspeitas envolvem cobranças de R$ 30 mil e  R$ 7 mil pelos procedimentos.  

Os crimes investigados se relacionam com a tentativa de concussão, que significa pedir, em razão da função que ocupa, vantagem indevida. A pena pelo delito pode chegar até oito anos de prisão.


Primeira fase


Em 24 de janeiro, o MPMG e as polícias Civil e Militar cumpriram um mandado de prisão  e 12 de busca e apreensão nas cidades de Guarani, Piraúba e Rio Novo, além de Ubá. Todos os municípios estão localizados na Região da Zona da Mata. 
Durante a primeira fase das investigações, 36 pacientes informaram ter sido vítimas de cobranças indevidas do médico.

Conforme as investigações, de 2013 a 2018, os profissionais do Hospital Santa Isabel teriam implementado o funcionamento de “dupla porta” em Pronto-Socorro para atendimento às urgências médicas. A assistência seria dividida entre os usuários particulares e planos de saúde e os pacientes do SUS.
 
Segundo o MPMG, a suspeita é de que os pacientes eram transferidos informalmente das unidades hospitalares de origem para o Hospital Santa Isabel, sob condicionante do pagamento da consulta médica de pronto-socorro, passando na frente de outros pacientes do SUS que aguardavam transferência por meio do sistema oficial.

Outra suspeita é que os profissionais fraudavam o sistema de classificação de risco do pronto-socorro do Hospital Santa Isabel. No método ilegal, os usuários que se submetiam ao pagamento das consultas particulares no pronto-socorro furavam a fila de espera do SUS.

Às 20h35 desta quinta-feira, o Estado de Minas tentou contato com o Hospital Santa Isabel, mas não foi atendido.

*Estagiário sob supervisão


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