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Estado de Minas

Arte das ruas toma conta da Esplanada do Mineirão


postado em 05/05/2019 06:00 / atualizado em 05/05/2019 07:48

Artistas usaram toda a criatividade e muito spray para espalhar cores em meio ao cinza do estádio(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Artistas usaram toda a criatividade e muito spray para espalhar cores em meio ao cinza do estádio (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

 

 

A Esplanada do Mineirão, no estádio projetado para o futebol, na Pampulha, em Belo Horizonte, abriu seus portões acostumados a abrigar legiões de torcedores uniformizados ou fãs de bandas badaladas para receber o público que curte a pegada das ruas. Artistas dos chamados movimentos streets (ruas, em inglês) mostraram suas cores, formas, balanços e sons no evento batizado de Esplana, na tarde e noite de ontem. Mais do que os trabalhos pelos quais expressam sua forma de ver e de interagir com o mundo, também deixam claras essas mensagens no vestuário descolado, nas tatuagens, nos cabelos de penteados criativos e cores nada ortodoxas. Chamou a atenção, também, a presença de famílias e até de idosos, que muita gente poderia estranhar numa reunião que inspira um perfil jovem, mas que se mostrou aberta a todos os públicos.


A união do esporte e da cultura urbanos foi produzida numa parceria de vários movimentos com o Museu de Rua. A expectativa é de que esse seja o marco inicial para cinco meses de atividades e eventos gratuitos do mesmo porte e vocação que, de acordo com os organizadores, busca trazer “arte, esporte, educação e cultura” por meio da expressão das ruas. Já de fora do estádio e de sua esplanada, o som dos DJs e suas músicas afiadas, com letras desafiadoras, ao mesmo tempo reiterando espaços conquistados e respeito, deram também um tom de manifesto.

PAINEL Ontem, a abertura do projeto foi marcada pela pintura de um grande painel de temas plurais, por 43 grafiteiros, num dos muros que separam as entradas para os setores do estádio. A mistura de cores com temas das ruas, referências a Minas Gerais, animais, natureza, superação e mensagens de cunho ideológico se desdobraram no muro de 390 metros quadrados, dando nova vivacidade ao concreto cinzento original.

Das latinhas de spray do artista Sérgio Ironia, de 37 anos, a mensagem era sobre o ciclo da vida e os animais que caçam e são predados. “Estou fazendo esse lagarto para mostrar justamente esse lado da vida de todos. Acho que esse evento tem tudo a ver com o grafite, o movimento street, os esportes de rua, a bike o skate”, afirma o artista.

Em colaboração com outros artistas, o grafiteiro Surto Real desfraldou uma bandeira de Minas Gerais pintada com texturas de mãos com gestos de vários significados e uma figura de mulher ao centro, emoldurada no triângulo dos inconfidentes. “A nossa arte se encontra aqui e se abre, transformada numa coisa mais plural”, disse.


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