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Estado de Minas

Centro de saúde só para a dengue lota, mas encurta espera em BH

Parte das ações da prefeitura para facilitar o atendimento aos doentes, unidade estreia no Barreiro com demanda máxima e desafoga UPA da região, que lidera casos da enfermidade


postado em 28/04/2019 06:00 / atualizado em 28/04/2019 07:35

Aberto ontem, o CAD Barreiro é o primeiro exclusivo para quem está com dengue. Outros dois ainda dependem da contratação de médicos(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)
Aberto ontem, o CAD Barreiro é o primeiro exclusivo para quem está com dengue. Outros dois ainda dependem da contratação de médicos (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)

A confirmação de 6.280 casos de dengue e investigação de outros 18,8 mil suspeitos em Belo Horizonte levam a Prefeitura de BH a desencadear uma série de ações para tentar criar estrutura suficiente para absorver a demanda por atendimentos na cidade. Depois de iniciar aberturas de centros de saúde aos sábados, abrir novos leitos em hospitais e inaugurar uma unidade especial de hidratação, agora a nova aposta são centros de atendimento específicos para a dengue. O primeiro deles foi inaugurado ontem na Região do Barreiro, área da cidade com mais casos confirmados da doença, um total de 1.232. A expectativa da prefeitura é abrir outras duas unidades do mesmo tipo ainda esta semana nas regiões de Venda Nova e Nordeste, mas para isso precisa concluir a contratação de médicos. Segundo a prefeitura, a escalada de dengue em BH aumentou em 40% a demanda nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), espaços que tiram o sono da população pela falta de estrutura em tempo de epidemia.

O Centro de Atendimento da Dengue (CAD) é uma unidade chamada porta aberta, que pode receber a população diretamente, sem necessidade de encaminhamento. No CAD Barreiro, inaugurado ontem, a procura foi grande. Ao longo do dia, foram 180 atendimentos, que terminaram se prolongando até as 20h30, apesar da previsão de que o centro fechasse às 18h. O efeitofoi sentido na UPA da região: às 17h, a demanda na unidade era menor que a do CAD, e foi dada aos pacientes a possibilidade de transferência para a UPA, disse a subsecretaria, em balanço por meio de nota.

O novo espaço fica no mesmo prédio do Centro de Especialidades Médicas (CEM) do Barreiro, na Praça Modestino Sales Barbosa, 100, no Bairro Flávio Marques Lisboa. Segundo a subsecretária de Atenção à Saúde da PBH, Taciana Malheiros, no CAD é possível passar pelo tratamento-padrão contra a dengue. Apenas casos muito graves são encaminhados para leitos de internação em UPAs ou hospitais. “Aqui ele vai passar por um exame clínico inicial, com médico e enfermeiros, para uma classificação da doença. Em seguida é realizada a coleta dos exames laboratoriais, a hidratação oral, a hidratação venosa, e nos casos mais graves, os pacientes serão encaminhados para uma das unidades de urgência (UPAs) pelo nosso transporte em saúde”, diz a subsecretária. Até o fechamento do centro, sete pacientes em estado mais grave foram levados à UPA Barreiro.

(foto: Arte)
(foto: Arte)


A iniciativa foi elogiada pela população principalmente quando comparada à estrutura que os pacientes encontram nas UPAs. A auxiliar de serviços gerais Luciana Fernandes, de 33 anos, esteve ontem no CAD com a filha depois de passar sete horas do dia anterior esperando na UPA Barreiro sem sucesso. “Cheguei às 17h com minha filha lá e saí quase meia-noite. Fui embora justamente porque ela não foi atendida, só passou na triagem. Hoje (ontem) fui lá de novo e mandaram vir pra cá”, diz Luciana. Outro que também não conseguiu mais do que passar pela triagem foi o motorista Jonathan Bliner, de 29. “Estou há três dias com dor no corpo, e aqui está aparentemente tranquilo o atendimento. Ontem (anteontem) fui à UPA e fiquei das 17h até as 3h da manhã sem atendimento”, afirma.

A farmacêutica Gardênia Feliciana, de 28, precisou de apenas 30 minutos de espera para confirmar o quadro de dengue. Ela e o filho de um ano chegaram com sintomas suspeitos na unidade. “Aqui é muito melhor que na UPA. Agora é só esperar o exame de sangue, que demora um pouco, mas tudo bem”, diz ela, que se queixava de dores no corpo e de cabeça, além de febre, antes de levar o filho para a consulta com pediatra para o exame clínico.

A população deve ficar atenta, pois o CAD abre todos os dias, mas não é 24 horas. O horário de funcionamento é das 7h às 18h. A subsecretária de Atenção à Saúde de BH acrescenta que, durante a semana, todos os 152 centros de saúde de BH podem ser procurados em caso de sintomas de dengue. Taciana Malheiros destaca que com a abertura de algumas unidades aos sábados – foram três no primeiro sábado, quatro no sábado passado e sete ontem – muitos casos deixaram de dar entrada nas UPAs, melhorando o fluxo das unidades de urgência. “A cada dia tivemos média de 90 a 100 atendimento nos centros de saúde abertos nos sábados”, diz Malheiros.

De olho nos dados


Os próximos passos, de acordo com a subsecretária, dependem da evolução ou não da doença na cidade. “Temos um plano de contingência em vigência para a dengue. Então, todas as medidas tomadas e os próximos passos são baseados na conjuntura epidemiológica da doença e também na necessidade da população”, acrescenta. A situação da dengue também motiva ações do governo de Minas para reforçar os atendimentos, que lotam unidades de saúde da capital mineira. A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) criou um posto de hidratação no Hospital Júlia Kubitschek, que também fica na Região do Barreiro. O governo decretou situação de emergência no estado, que vai permitir a liberação de recursos extras para reforçar o combate e o atendimento da doença, que tem incidência alta ou muito alta em 170 cidades. A dengue já matou 14 pessoas em Minas e são mais de 140 mil casos prováveis, que somam suspeitos e confirmados.


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