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Estado de Minas

Projeto de lei que endurece regras para mineração volta a tramitar na Assembleia

O texto, de iniciativa popular, tinha sido barrado no ano passado. A previsão é de que ele seja apresentado na segunda-feira


postado em 07/02/2019 19:10 / atualizado em 08/02/2019 09:29

(foto: Juarez Rodrigues/EM)
(foto: Juarez Rodrigues/EM)


O Mi­nis­té­rio Pú­bli­co de Mi­nas Ge­rais (MPMG) e a so­cie­da­de ci­vil en­tram nu­ma no­va que­da de bra­ço na As­sem­bleia Le­gis­la­ti­va de Mi­nas Ge­rais (AL­MG). De­pois de ter si­do re­cu­sa­da no ano pas­sa­do, uma pro­pos­ta de ini­cia­ti­va po­pu­lar pa­ra fa­zer cer­co ao se­tor mi­ne­rá­rio e en­du­re­cer as re­gras pa­ra cons­tru­ção e li­cen­cia­men­to de bar­ra­gens vol­ta a tra­mi­tar na Ca­sa. O Pro­je­to de Lei de Ini­cia­ti­va Po­pu­lar 3695/2016, co­nhe­ci­do co­mo Mar de La­ma Nun­ca Mais, é um subs­ti­tu­ti­vo ao PL 3.676 que, se­gun­do pro­mo­to­res, fle­xi­bi­li­za as re­gras do se­tor. A ex­pec­ta­ti­va é que ele se­ja vo­ta­do em bre­ve na Co­mis­são de Ad­mi­nis­tra­ção Pú­bli­ca, on­de foi apre­sen­ta­do na se­gun­da-fei­ra, e, efe­ti­va­men­te, atue co­mo um mar­co re­gu­la­tó­rio pa­ra a se­gu­ran­ça de bar­ra­gens em Mi­nas Ge­rais.

O subs­ti­tu­ti­vo não é uma no­vi­da­de. Tem exa­ta­men­te o mes­mo teor da pro­pos­ta ini­cial, der­ro­ta­da no ano pas­sa­do. O im­bró­glio co­me­çou em mar­ço de 2016, quan­do o Mar de La­ma nun­ca mais foi apre­sen­ta­do e ane­xa­do ao PL 3676, pro­pos­to pe­la Co­mis­são Ex­traor­di­ná­ria das Bar­ra­gens. Pe­las re­gras do Le­gis­la­ti­vo, quan­do dois pro­je­tos tra­tam do mes­mo as­sun­to, en­ten­de-se que um con­tem­pla o ou­tro e, por is­so, o que che­ga de­pois é apen­sa­do e, na prá­ti­ca, des­con­si­de­ra­do. Por is­so de­pois ele foi apre­sen­ta­do à Co­mis­são de Mi­nas e Ener­gia, co­mo subs­ti­tu­ti­vo ao 3.676, mas os de­pu­ta­dos não o apro­va­ram.

Ago­ra, nu­ma ma­no­bra re­gi­men­tal e de­pois de mais uma tra­gé­dia, o de­pu­ta­do João Ví­tor Xa­vier (PS­DB), au­tor do subs­ti­tu­ti­vo, o rea­pre­sen­tou, des­ta vez, na Co­mis­são de Ad­mi­nis­tra­ção Pú­bli­ca, já que as re­gras per­mi­tem que o mes­mo pro­je­to se­ja pro­pos­to no­va­men­te, des­de que nu­ma ou­tra co­mis­são. “Po­de­mos apro­vá-lo rá­pi­do, por­que já foi am­pla­men­te dis­cu­ti­do, es­tá em se­gun­do tur­no e fal­ta pas­sar ape­nas pe­la Co­mis­são de Ad­mi­nis­tra­ção. Pas­san­do por ela, já po­de ser vo­ta­do em Ple­ná­rio”, afir­mou o de­pu­ta­do.

Ele res­sal­tou que o pro­je­to foi cons­truí­do com ba­se em no­ta téc­ni­ca do Mi­nis­té­rio Pú­bli­co, de 18 pá­gi­nas, apon­tan­do as fra­gi­li­da­des do PL 3.676 e co­mo ele não con­tem­pla pon­tos im­por­tan­tes da ou­tra pro­po­si­ção. En­tre os des­ta­ques do pro­je­to, es­tão a exi­gên­cia de que as em­pre­sas ado­tem tec­no­lo­gias de pon­ta pa­ra a dis­po­si­ção de re­jei­tos, o que ga­ran­ti­ria mais se­gu­ran­ça aos em­preen­di­men­tos, a exi­gên­cia de au­diên­cias pú­bli­cas em to­das as co­mu­ni­da­des atin­gi­das e a obri­ga­to­rie­da­de de cau­ção (ga­ran­tias fi­nan­cei­ras pré­vias) e do uso de no­vas tec­no­lo­gias, mais se­gu­ras e me­nos im­pac­tan­tes, nos em­preen­di­men­tos.

“SEM DO­NO” O cau­ção é uma ma­nei­ra de obri­gar as mi­ne­ra­do­ras a re­ser­var di­nhei­ro ou te­rem se­gu­ro-ga­ran­tia pa­ra, em ca­so de de­sas­tre, ar­ca­rem com ques­tões so­cioam­bien­tais e re­pa­ra­ção às ví­ti­mas. “Sa­mar­co e Va­le são duas gi­gan­tes do se­tor, mas e se uma tra­gé­dia ocor­re com uma em­pre­sa sem ca­pi­tal ou em mi­na aban­do­na­da?”, ques­tio­na a coor­de­na­do­ra do Cen­tro de Apoio Ope­ra­cio­nal das Pro­mo­to­rias de Jus­ti­ça de De­fe­sa do Meio Am­bien­te (Cao­ma) e da For­ça-ta­re­fa do MPMG no ca­so Sa­mar­co, pro­mo­to­ra de Jus­ti­ça An­dres­sa Lan­chot­ti.

Ou­tro pon­to im­por­tan­te do pro­je­to se re­fe­re ao li­cen­cia­men­to das bar­ra­gens, di­vi­di­das em li­cen­ça pré­via, de ins­ta­la­ção e de ope­ra­ção. Em ca­da uma de­las são fei­tas exi­gên­cias es­pe­cí­fi­cas, co­mo o Es­tu­do de Im­pac­to Am­bien­tal (EIA). En­tre­tan­to, em Mi­nas, é pos­sí­vel que as três se­jam emi­ti­das ao mes­mo tem­po. O li­cen­cia­men­to con­co­mi­tan­te ocor­reu, por exem­plo, na bar­ra­gem de Fei­jão, em Bru­ma­di­nho. Já pe­lo PL 3695/2016, as três li­cen­ças ocor­rem se­pa­ra­da­men­te. Só se pas­sa­ria pa­ra a eta­pa se­guin­te se as con­di­cio­nan­tes im­pos­tas na fa­se an­te­rior, re­fe­ren­tes à mi­ti­ga­ção de da­nos e à re­pa­ra­ção de im­pac­tos, fo­rem cum­pri­das. “Que­re­mos um mar­co re­gu­la­tó­rio efe­ti­vo. As ques­tões eco­nô­mi­cas não po­dem con­ti­nuar se so­bre­pon­do às ques­tões hu­ma­nas e so­ciais”, res­sal­tou.


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