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Estado de Minas

Voluntários se aglomeram em Brumadinho, mas não atuam nos resgates

Pela complexidade dos trabalhos, apenas militares do Corpo de Bombeiros e do Exército de Israel podem atuar nas áreas quentes; doações também sobram


postado em 29/01/2019 23:02

(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

 
Brumadinho – Toda ajuda humanitária é bem-vinda, desde que sem excesso, e todo braço para trabalhar tem papel fundamental, mas tem que ser com treinamento, segurança e experiência. Por isso mesmo, bombeiros voluntários, de várias partes de Brasil, chegam a Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para integrar as forças militares que atuam na tragédia resultante da Barragem da Mina Córrego do Feijão, mas são recusados pelas autoridades de comando das operações.

Abrigados em barracas de lona ou em espaços como a Estação Conhecimento (Centro Cultural da mineradora Vale), eles têm esperança de "entrar no combate", como é o caso do bombeiro voluntário Felipe Barbosa de Souza, de 29 anos, que veio do Rio de Janeiro (RJ) na companhia de um amigo. Ele explica que veio tão logo ficou sabendo da tragédia, que deixou mortos e desaparecidos. "Quando vi a notícia, logo decidi vir para Brumadinho. Nunca atuei numa tragédia assim, mas posso ajudar a salvar vidas", acredita Felipe, que já atuou na capital fluminense e Niterói (RJ), embora em situações de enchente.

Assumindo o risco, o bombeiro voluntário entrou em uma área atingida pela lama, mas revela que um homem da Defesa Civil pediu que ele se retirasse, por questão de segurança. "O jeito é sair. Mas não foi um bombeiro militar que me mandou sair de lá", disse.


Muita água

(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
 
 
Na quadra municipal de esportes, no Centro de Brumadinho, está funcionando uma central de cadastramento para recebimento de donativos. De acordo com informações da prefeitura local, há 157 mil litros de água mineral, fruto de doações vindas de todo o Brasil. São galões de 20, 10 e 5 litros e garrafas de 1,5 litros e 500ml. O secretário municipal de Esportes e Lazer, Vanilson dos Santos Porfírio, contou que é fundamental manter o estoque de água para os próximos meses.

Quem entra na quadra fica impressionado com o volume de "solidariedade em estado liquido", e que não é pouca. Nos últimos dias, posteriores à tragédia, já saíram dois caminhões de água. O local recebe também remédios para os bombeiros militares em atuação. Não muito distante, embora nos limites da quadra, estão barracas montadas por bombeiros voluntários de Santa Catarina, que já atuam nos resgates.

A quadra municipal está recebendo cerca de 600 voluntários que fazem vários serviços: separar material não perecível, acondicioná-lo em caixas e depois transportá-lo para o local de onde seguirá para as comunidades. O fotógrafo Diego Jhone Souza Moreira, de 22, se alistou nesse exército de cooperação e diz que está a postos desde sexta-feira. E garantiu não estar cansado. Monitora de área no Instituto Inhotim, temporariamente fechado, Sheila Priscila dos Santos, de 26, diz que aproveita esses dias para ajudar a quem precisa.


Determinação

 
Ontem, o porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tenente Pedro Aihara, reiterou que o acesso à chamada área vermelha ou área quente está restrita aos profissionais com expertise para trabalhar em situações como a que vive agora Brumadinho. Ele disse que se trata de uma questão de segurança. E citou o exemplo de bombeiros que foram intoxicados pela lama de rejeito de minério que vazou da mina.
 
Também o secretário nacional de Defesa Civil, Alexandre Lucas, disse que está suspenso o recebimento de donativos. Ele adiantou que o governo federal disponibilizou 300 chips de celular, com crédito de 300 minutos, para as famílias que perderam seus entes queridos ou casas. O objetivo é criar um canal de comunicação entre essas pessoas e comunidades.


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