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Estado de Minas

Rei da cidade de Ifé, na Nigéria, visita Belo Horizonte

O rei criticou o fato de ainda existir preconceito racial no mundo e, especialmente no Brasil. E deu um conselho aos negros: não abaixar a cabeça e se sentirem orgulhosos


postado em 16/06/2018 06:00 / atualizado em 17/06/2018 11:22

Oba Adeyeye criticou o preconceito racial no mundo e defendeu que negros devem se orgulhar.
Oba Adeyeye criticou o preconceito racial no mundo e defendeu que negros devem se orgulhar. "São filhos de reis e rainhas", pontuou (foto: Sidney Lopes/EM/DA Press )

Defensor da paz global e da união entre africanos e sua diáspora e combatente da intolerância religiosa, o rei da cidade de Ifé na Nigéria, berço do povo Yoruba, Oba Adeyeye Ogunwusi, está em Belo Horizonte desde quinta-feira. Ele visitou pontos turísticos, como a Lagoa da Pampulha, que é patrimônio cultural da humanidade. Ontem, foi a uma escola de Sabará, na Grande BH, e participou de uma conferência na Escola Superior Dom Helder Câmara. Lá, se mostrou confiante com a atuação de seu país na Copa do Mundo e exaltou atletas negros do Brasil. “Sou amante de futebol, gosto muito. Aqui e lá há homens negros jogando futebol, e bem. Antigamente era um continente só (América do Sul e África). O mar separou os dois. Mas o esporte é um dos fatores que unem homens, a raça e países, não se deve dividir. Espero que a Nigéria se saia muito bem e que a taça vá para a Nigéria”, disse. 

O rei criticou o fato de ainda existir preconceito racial no mundo e, especialmente no Brasil. E deu um conselho aos negros: não abaixar a cabeça e se sentirem orgulhosos. “A estatística mostra que 60% da população negra brasileira continua embaixo (na escala social). Porque os povos negros são olhados da condição que vieram, na condição de escravo. Mas a escravidão acabou e os negros devem se integrar à sociedade. Como cidadãos livres, devem esquecer, pois isso não existe mais. Devem levantar o astral e se sentir orgulhosos. São filhos de reis e rainhas e tinham história”, completou.  

Oba Adeyeye Ogunwusi viaja por toda a Nigéria, país mais populoso da África, pregando a união e a paz entre os governantes tradicionais, o respeito à diversidade religiosa e poder para a juventude.   Para Macaé Evaristo, ex-secretária de Estado de Educação e ativista do movimento negro, a presença do rei Oba Adeyeye Ogunwusi no Brasil – antes de Minas ele visitou o Rio de Janeiro e a Bahia – é importante para a aproximação dos povos. “É uma autoridade espiritual que chega ao Brasil em um momento em que estamos vivendo muita intolerância. Nosso intuito é construir essa aproximação e acho que é muito importante para o fortalecimento da visão do respeito religioso e das diferentes religiões”, comentou.   

A ex-secretária acompanhou a visita do rei a uma escola da Grande BH. Segundo ela, os estudantes ficaram encantados com a presença do líder. “Hoje eu o acompanhei a uma visita a uma escola de Sabará (Grande BH), que tem uma grande população negra. Foi importante, principalmente na representatividade. Aquelas crianças e adolescentes que estavam ali ficaram sabendo que a gente ainda tem raízes. E também tiveram essa visão que a gente tem um rei negro”, finalizou.  

Nigéria e Minas Gerais desenvolvem ações diversas referentes à Lei 10.693/03, incluindo uma parceria com a Secretaria de Estado de Educação que envolve o projeto Educar com Arte Africana, criado pelo Instituto de Arte e Cultura Yoruba, com o objetivo de difundir a cultura e arte africanas nas escolas do estado.


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