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Estado de Minas

Food trucks imobilizados impedem recapeamento completo da Av. Mário Werneck

Food trucks presos impediram que trecho fosse recapeado, afirmam moradores do Bairro Buritis. Sudecap diz que área está em bom estado e dispensa obra


postado em 21/11/2017 06:00 / atualizado em 21/11/2017 08:12

Paulo Gomide e Bráulio Lara, da ABB, mostram sinais de que não há plano para que veículos se movam: um deles está com o motor coberto por lona após incêndio(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Paulo Gomide e Bráulio Lara, da ABB, mostram sinais de que não há plano para que veículos se movam: um deles está com o motor coberto por lona após incêndio (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)

Enquanto moradores do Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte, solicitam há quase dois anos o recapeamento completo de toda a Avenida Professor Mário Werneck, principal via do bairro, novo capítulo envolvendo o asfalto da via mobiliza as discussões locais. Desta vez, a Associação do Bairro Buritis (ABB) acredita que a presença de veículos usados para vender alimentos na Mário Werneck impediu que a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) fizesse o recapeamento em uma faixa destinada ao estacionamento dos chamados food trucks. Isso porque os food trucks que ficam no local não deixaram as vagas que ocupam quando as máquinas fizeram a recomposição do asfalto, entre os dias 23 e 25 de outubro, em um trecho de 425 metros. A Sudecap diz que como a pista em questão tem um fluxo bem menor, por ser de estacionamento, ela foi preservada, pois se encontrava em bom estado de conservação. Já para o trecho mais crítico da avenida, que neste período chuvoso ficou ainda pior, a prefeitura marcou para o ano que vem as intervenções, assim que terminarem as chuvas.

O presidente da ABB, Bráulio Lara, e o conselheiro da associação, Paulo Gomide, não acreditam no argumento da Sudecap. “Eu nunca vi o recapeamento de uma rua que não fosse feito 100%. Eu acredito que faltou articulação na prefeitura, pois a Sudecap não tem estrutura para remover os food trucks e poderia ter sido feito um contato com a BHTrans para organizar essa questão”, afirma Bráulio. De fato, características vistas pela reportagem em dois dos food trucks posicionados na Mário Werneck e no espaço que um terceiro ocupava indicam que eles estão ali em caráter definitivo. Uma delas é a presença de um cano cimentado na sarjeta da avenida próximo ao cruzamento com a Rua Walter Guimarães Figueiredo. Esse cano levava resíduos gerados dentro de um food truck até a rede de escoamento de água de chuva da prefeitura. Ontem pela manhã ele foi rebocado por um guincho, mas no fechamento desta edição já estava de volta à área. Outros dois seguem no trecho recém-recapeado lado a lado. Um deles é apenas a carroceria e não tem motor para se movimentar sozinho. Ele precisa de algum reboque e está, inclusive, com os pneus vazios, o que indica que não tem planejamento para sair. Além disso, está acorrentado em uma lixeira da prefeitura. Já o outro está com uma lona cobrindo o motor devido a um incêndio nessa parte do veículo, segundo um funcionário que não quis se identificar.

Esse homem disse à reportagem que nem ele nem o responsável pelo food truck foram avisados da necessidade de sair do local para viabilizar as obras de recapeamento do asfalto. “Colocaram fogo no caminhão e por isso ele ficou parado aí”, afirma o funcionário. Paulo Gomide disse que a situação demonstra desrespeito. “É uma apropriação do espaço público”, afirma o conselheiro da ABB. Segundo a Sudecap, o trecho recapeado já foi concluído ao custo de R$ 375 mil e está compreendido entre as ruas Heitor Menin e Vitória Magnavacca, numa extensão de 425 metros.

Trecho com asfalto deteriorado e cheio de buracos nas imediações do Parque Aggeo Pio Sobrinho entrará em obras depois do período chuvoso, promete a Sudecap(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Trecho com asfalto deteriorado e cheio de buracos nas imediações do Parque Aggeo Pio Sobrinho entrará em obras depois do período chuvoso, promete a Sudecap (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)


NOVAS OBRAS
A boa notícia é que a Sudecap sinalizou que fará a obra no local mais crítico da Mário Werneck, nas imediações do Parque Aggeo Pio Sobrinho, assim que terminar o período chuvoso. Desde fevereiro de 2016, quando Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) começou a recompor a avenida devido à instalação da rede de gás canalizado no bairro, a população aguarda uma recomposição completa, mas o trecho de cerca de 150 metros ficou sem obras. Na época, a Gasmig alegou se tratar de uma área com intervenções de responsabilidade da Prefeitura de BH e a Sudecap informou que aguardava a alocação de recursos para fazer a obra ainda em 2016, o que não aconteceu.

A reportagem do EM constatou uma situação muito complicada no local. A deterioração do asfalto caminha de forma acelerada com a intensificação das chuvas e já começa a criar armadilhas, como as poças que encobrem o tamanho das crateras. Taxistas que trabalham em um ponto em frente dizem que já viram motoristas perdendo pneus ao entrar nos buracos. “Toda vida foi assim. Eles arrumam e logo piora. É muito peso para a estrutura que eles fazem”, afirma o taxista André Luís de Oliveira, de 56 anos. Várias poças se acumulam em frente a um ponto de ônibus, o que contribuiu para sujar os passageiros que esperam pelo transporte público. “Se o carro ou o ônibus passar um pouco mais rápido, molha e suja todo mundo que estiver esperando. É muita falta de respeito deixar desse jeito”, afirma a vendedora Fabiana Vilela, de 35. Segundo a Sudecap, as obras desse trecho estão programadas para o ano que vem, assim que as chuvas terminarem. Segundo o presidente da ABB, Bráulio Lara, as intervenções vão compreender o segmento entre as ruas Alessandra Salum Cadar e Pedro Natalício de Morais.


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