![Carretas bateram por volta das 6h, no trevo para Moeda. Um delas transportava produto tóxico. No fim da manhã, trânsito começou a ser liberadoBeto Novaes/EM/DA Press Carretas bateram por volta das 6h, no trevo para Moeda. Um delas transportava produto tóxico. No fim da manhã, trânsito começou a ser liberadoBeto Novaes/EM/DA Press](https://i.em.com.br/Dxu7RvO8M8cbhRHe99cF6Uq-unU=/675x/smart/imgsapp.em.com.br/app/foto_127989356258/2017/08/14/6244/20170814113057716337a.jpeg)
“Em 70% dos caminhões em geral fiscalizados é constatado algum tipo de irregularidade, como falta de manutenção, especialmente nos freios, pneus e parte elétrica. Também percebemos muita imprudência e irresponsabilidade dos motoristas, com excesso de velocidade e desrespeito ao tempo de descanso e que eles dirigem até 15 ou 16 horas seguidas. Com os veículos que transportam cargas perigosas, isso não é diferente”, afirma o tenente Pedro Henrique Alves Barreiros, comandante do Policiamento do Anel Rodoviário de Belo Horizonte. De acordo com o policial, há casos em que os caminhões estão com pneus carecas ou recauchutados, lanternas e faróis queimados e o motorista é flagrado sem o cinto de segurança, dirigindo com excesso de velocidade. “Isso tudo aumenta as chances e a gravidade de um acidente”, afirma.
Os casos de ontem foram registrados em duas rodovias federais. Na BR-040, a batida envolveu duas carretas e ocorreu às 7h, na altura do km 575, em Itabirito, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Um dos veículos transportava diisocianato de tolueno, também conhecido como TDI 80/20, produto considerado perigoso e, em tese, cancerígeno, usado na fabricação de espuma para colchões. O Corpo de Bombeiros usou terra e areia para fazer a contenção do produto, que é líquido e volátil. Depois de ser fechada, a pista foi parcialmente liberada por volta das 11h e assim permaneceu até o início da madrugada desta terça-feira. Segundo a PRF, o trânsito foi liberado à 0h30 de hoje, após o transbordo da carga e limpeza da pista.
![Batida envolvendo duas carretas na BR-040 ontem provocou derramamento de produto perigoso e volátil usado na fabricação de colchões na pista, que teve que ser coberto com terra e areia(foto: Beto Novaes/EM/DA Press) Batida envolvendo duas carretas na BR-040 ontem provocou derramamento de produto perigoso e volátil usado na fabricação de colchões na pista, que teve que ser coberto com terra e areia(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)](https://i.em.com.br/y9s3IhHbf6Yya8k2YdS9Vt01pXg=/332x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2017/08/15/891916/20170815071829307270u.jpg)
O fechamento de rodovias nos casos acidentes que envolvem produtos perigosos tem revelado ainda outro problema: o longo tempo em que as estradas permanecem fechadas para cumprimento de protocolo de segurança. O tenente explica que diante do risco de contaminação do meio ambiente e das pessoas é preciso seguir regras rígidas de identificação da carga, isolamento da área – alguns num raio de até um quilômetro – além de contenção e posterior transbordo do produto, para finalmente limpeza da pista. “Muitas vezes, a empresa responsável pela carga não tem nem mesmo um plano de emergência. Em outros casos, ela não é de Belo Horizonte ou de Minas e é preciso vir um caminhão de outro estado”, afirma.
LEGISLAÇÃO O Batalhão de Polícia Militar Rodoviária é um dos órgãos que compõem um comitê que desde o mês passado trabalha para elevar o rigor no transporte de cargas perigosas em Minas. De acordo com a superintendente de Controle e Emergência Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ana Carolina Miranda, o grupo está discutindo e propondo medidas para evitar acidentes e também diminuir o impacto dessas tragédias para o meio ambiente, para as pessoas e, consequentemente, os transtornos que elas geram ao trânsito.
“As propostas devem incluir a exigência, às empresas, de uma plano de emergência, e a possibilidade de que elas tenham bases e equipamentos para fazer o atendimento em casos de acidentes em áreas situadas próximas à Região Metropolitana de Belo Horizonte, e também outras no estado”, explica Ana Carolina. Essa última medida foi adotada pelo município de São Paulo e pode ser seguida também em Minas.
Segundo a superintendente, a Semad já identificou trechos mais complicados para esse tipo de ocorrência, que são a BR-381, no sentido São Paulo, além de estradas da Zona da Mata e Triângulo Mineiro e da Grande BH. As proposições vão compor um projeto de lei que deve ser enviado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) até outubro.
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ALTO RISCO
Confira alguns dos acidentes com cargas perigosas em Minas neste ano
![(foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação - 6/2/17) (foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação - 6/2/17)](https://i.em.com.br/W67CuDI85w6GXAyD6q0bkASOKyM=/332x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2017/08/15/891916/20170815072822756415o.jpg)
![(foto: Jair Amaral/EM/DA Press - 3/3/17) (foto: Jair Amaral/EM/DA Press - 3/3/17)](https://i.em.com.br/zDXyFVJaYYmZcmHqC3EOZTafp_s=/332x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2017/08/15/891916/20170815072827880628a.jpg)
25/5 O acidente com uma carreta bitrem carregada com 44 mil litros de óleo diesel fechou a BR-262, em Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por quase 24 horas. Duas pessoas morreram. O motorista da carreta perdeu o controle do veículo no sentido Belo Horizonte/Uberlândia, saiu da pista e caiu no canteiro central.
![(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press - 30/6/17) (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press - 30/6/17)](https://i.em.com.br/RZG_mdMh4m-Xf99iwQ-j9Qxyyn0=/332x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2017/08/15/891916/20170815072833531204a.jpg)
24/7 Uma carreta bitrem com cerca de 48 toneladas de resíduos usados para alimentar fornos de uma fábrica de cimento ficou sem controle e parte da carga tombou no Anel Rodoviário. Segundo os bombeiros, o produto é tóxico e pode se tornar corrosivo em contato com a água, o que motivou o fechamento do trânsito no sentido Vitória por quatro horas.
26/7 Acidente com uma carreta de cilindro carregada de oxigênio, na BR-356, na Serra de Itabirito, na Região Central de Minas Gerais, fechou a rodovia por cinco horas. O caminhão seguia no sentido Itabirito/Belo Horizonte quando o motorista perdeu o controle da direção. O condutor alegou problemas no sistema de frenagem do veículo.