Em época que o mosquito Aedes aegypti consegue transmitir ao menos quatro doenças – dengue, zika, chikungunya e febre amarela –, a eliminação dos focos do inseto se tornam ainda mais importante. Por causa disso, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) realizou entradas forçadas em imóveis na Região Oeste. Os endereços foram visitados em outras ocasiões e a entrada dos agentes de endemias impedida. Por isso, a medida extrema foi necessária.
As ações tiveram início por volta das 8h. O primeiro local visitado foi uma galpão localizado no Bairro Vila Oeste. Uma equipe composta por guardas municipais, agentes de combate a endemias, técnicos da Superintendente de Limpeza Urbana (SLU), técnicos da regional Oeste, e um chaveiro, entraram no local. “Estávamos tentando entrar no imóvel há um ano. Encontramos focos e muito material, como sacos plásticos, e outros lixos. Foi colocado o veneno e também uma capa protetora na caixa d'água que estava destampada”, explicou Gelson Leite, coordenador da Regional Oeste. O dono do local será notificado pela vigilância sanitária.
A entrada forçada está baseada na Medida Provisória 712/2016, do Governo Federal, que regulamenta a entrada de agentes públicos nos imóveis não acessíveis. Desde o início do ano, foram realizadas 11 ações deste tipo e em três imóveis foram encontrados focos do inseto. Dessas ações, três foram na Regional Oeste. Nesta sexta-feira, outros dois imóveis, um no Bairro Gutierrez e outro no Bairro Nova Granada.
Casos
Neste ano, a capital mineira apresenta redução no número de casos de dengue. Nos três primeiros meses, comparados com 2016, demonstram que as ações de prevenção na cidade deram certo. Este ano, março encerrou com 240 casos da doença na capital, ou seja, 1,4% dos 20.542 pacientes infectado pelo vírus do ano passado, das quais 11 morreram.
Os dados são do último balanço divulgado na sexta-feira pela SMSA. Segundo o levantamento, há ainda 2.883 casos notificados em investigação. O balanço confirmou, ainda, 15 casos de chikungunya. Desses, 11 são importados, ou seja, contraídos fora de Belo Horizonte e quatro autóctones (contraído no município). Há ainda 17 casos em investigação para a doença.
Há ainda três confirmações de pessoas contaminadas pelo zika vírus na capital. E somam 50 casos de notificações para a doença, sendo 37 pessoas residentes em Belo Horizonte e 13 de outros municípios. Neste primeiro trimestre de 2017, foram registradas 21 suspeitas de microcefalia, que aguardam resultado de exames.
