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Estado de Minas

Protesto cobra rigor na apuração de assassinato de travesti de BH

Parentes e amigos da vítima vão fazer uma manifestação em Belo Horizonte no próximo domingo para cobrar das autoridades. O ato será na Praça Sete


postado em 15/03/2017 14:52 / atualizado em 15/03/2017 15:48

Mirella de Carlo, de 39 anos, foi encontrada morta em 19 de fevereiro dentro de um apartamento(foto: Reprodução Facebook/Divulgação))
Mirella de Carlo, de 39 anos, foi encontrada morta em 19 de fevereiro dentro de um apartamento (foto: Reprodução Facebook/Divulgação))

O assassinato da travesti Mirella de Carlo, de 39 anos, no Bairro Carlos Prates, Região Noroeste de Belo Horizonte, vai completar um mês no próximo domingo. Para cobrar rigor na investigação do crime e de outras 27 mortes de pessoas trans, ativistas das causas LGBT+ e familiares da vítima vão fazer uma manifestação na Praça Sete. O ato está marcado para as 14h. A Polícia Civil afirma que já colheu depoimentos de testemunhas e faz diligências para chegar até o autor do homicídio contra Mirella. Parentes dela cobram por mais informações das apurações.

O crime ocorreu em 19 de fevereiro. No boletim de ocorrência da Polícia Militar, consta que Mirella, garota de programa e defensora dos direitos de pessoas trans, foi sufocada com uma toalha de banho dentro do quarto, no apartamento onde morava, no Bairro Carlos Prates. Além do esganamento, o corpo da vítima apresentava marcas de agressão física. Uma amiga que dividia o apartamento com ela, relatou à PM que na noite anterior ao crime saiu para uma festa por volta de 1h e achou Mirella com um semblante triste.

Segundo a PM, em resposta à amiga, ela assegurou que estava tudo bem, disse apenas que estava cansada e que iria dormir e descansar. No dia seguinte, a mulher chegou em casa pela manhã e viu a porta do quarto fechada. Quando entrou no cômodo, achou que Mirella ainda estava dormindo. Depois de sete horas que a colega estava fechada no quarto, sem fazer barulhos, a testemunha estranhou e resolveu checar se a companheira de apartamento estava bem. Ao abrir a porta, viu a travesti morta com uma toalha enrolada no pescoço.

O namorado de longa data da vítima disse aos policiais que momentos antes da morte ele conversou com ela durante uma hora por telefone. A ligação foi interrompida quando o interfone tocou e Mirella disse que atenderia um cliente. No BO, consta que não há sinais de arrombamento na porta do apartamento e na portaria do prédio.

Investigação

A irmã de Mirella, Cici, de 43, cobra informações sobre a apuração do caso. “Parece que não está andando nada. Não temos condições de ir até Belo Horizonte. Graças a Deus que Mirella é bem conhecida no Brasil e no exterior. E isso ajuda muito, pois muitas pessoas estão ajudando. Mas estamos ligando na delegacia e falam para ter paciência e calma. Dizem que estão trabalhando, mas estamos com o coração apertado”, desabafou. A família da vítima mora em Aracaju.

Segundo Cici, a irmã estava sendo ameaçada por um companheiro dela. “Ela chegava a falar que iria embora para Aracaju. Tanto que iria viajar para cá, mas dias antes foi ameaçada por ele. Ela me contou que o homem a ameaçou de morte se ela viajasse”, comentou.

Por meio da assessoria de imprensa da Polícia Civil, a delegada Adriana Rosa, responsável pelo caso, afirmou que já ouviu várias testemunhas e que equipes da Delegacia de Homicídios estão trabalhando no caso. Algumas diligências estão em andamento, mas detalhes ainda não podem ser adiantados para não atrapalhar nas investigações, disse.

Protesto
O ato para cobrar mais rigor nas investigações está previsto para o próximo domingo na Praça Sete. “Vai ser uma manifestação pacífiica para que as autoridades vejam que estamos de olho e cobrando que matam travestis e transsexuais e o criminoso nunca aparece. É muito fácil quando prende travesti e transexuais com facas e drogas, mas com as pessoas que matam não acontece nada”, afirma Anyky Lima, vice-presidente do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (Cellos).

Segundo Anyky, somente neste ano, 28 pessoas trans foram assassinadas. “Vamos levar cartazes para mostrar não apenas os crimes, mas outro tipo de violência que podem chegar até o crime. Então, vamos falar sobre tudo isso e expor para a sociedade”, completou.


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