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Estado de Minas

Pressionada por rejeitos de Mariana, represa de hidrelétrica pode se romper, diz Ibama

A preocupação do órgão ambiental é que início do período chuvoso contribua para o carreamento de mais resíduos até a barragem da Usina Risoleta Neves, comprometendo o reservatório


postado em 21/07/2016 11:05 / atualizado em 21/07/2016 12:33

Relatório do Ibama aponta que reservatório de hidrelétrica está com 10,8 milhões de metros cúbicos de rejeitos armazenados(foto: Túlio Santos/EM/D.A PRESS)
Relatório do Ibama aponta que reservatório de hidrelétrica está com 10,8 milhões de metros cúbicos de rejeitos armazenados (foto: Túlio Santos/EM/D.A PRESS)
O último relatório concluído pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre as ações da Samarco na área mais degradada pela tragédia de Mariana traz uma preocupação especial com o início do período chuvoso.

O documento constata que ações importantes para o correto carreamento de rejeitos acumulados ao longo de 102 quilômetros entre a Barragem de Fundão e a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, em Rio Doce, na Zona da Mata, não foram implementadas. A situação coloca a barragem da usina em risco de rompimento, já qu a estrutura sofre a pressão de 10,8 milhões de metros cúbicos de sedimentos.

As conclusões tiradas pelo Ibama foram levadas na última terça-feira ao conhecimento do presidente interino Michel Temer, por meio do Ministério do Meio Ambiente, em uma reunião que também teve representantes de outras pastas do governo federal. O objetivo do Ibama é tentar apoio da União para viabilizar ações emergenciais que sejam suficientes para impedir que as chuvas tornem insuportável a pressão sobre a Usina de Candonga, como é conhecida a UHE Risoleta Neves.

“O estado atual do lago da UHE Risoleta Neves (Candonga) é de completo assoreamento pelos rejeitos de mineração decorrentes do acidente, atualmente com as comportas 100% abertas”, diz um dos trechos do relatório da fase Hélios da Operação Áugias.

Segundo o documento, dos 92 pontos vistoriados pelos técnicos do Ibama, existe a necessidade de obras em 68% deles. Um tópico de grande preocupação é a disposição, de forma “pouco estável” de toras de madeira devastadas pelo mar de lama que varreu tudo pelo caminho até o reservatório de Candonga. O medo dos técnicos é que esse material se movimente com as chuvas, oferecendo novos riscos às comunidades e aos usuários do Rio Gualaxo do Norte.

OBRAS “Destaca-se que a maioria das intervenções necessárias constituem-se em obras físicas de drenagem, que visam disciplinar as águas pluviais e diminuir a erosão nas áreas. Em seguida destacam-se as obras de contenção, cujo objetivo é de reter o sedimento e impedir seu carreamento para dentro dos corpos hídricos. Estas obras devem ser implementadas impreterivelmente antes do período chuvoso (setembro), visto que nesta época o risco potencial de carreamento dos sedimentos para os corpos hídricos será extremamente elevado”, diz o relatório.

ESTÁVEL Procurada pela reportagem, a UHE Risoleta Neves se limitou a dizer que "de acordo com avaliações realizadas e nas presentes condições, a barragem está estável", segundo nota encaminhada pela assessoria de imprensa. A empresa não quis se manifestar sobre uma possível pressão sobre o reservatório com a chegada do período chuvoso.

A Samarco informou que, "a respeito da dragagem da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, a Samarco reitera que todo o trabalho está dentro do cronograma, que prevê o término da dragagem dos primeiros 400 metros até junho de 2017. O andamento do trabalho é de conhecimento de todos os órgãos competentes", conforme nota encaminhada pela assessoria de imprensa da empresa.

Ainda segundo a mineradora, os prazos definidos no escopo do acordo assinado pela Samarco, seus acionistas (Vale e BHP Billiton), os governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo - do qual o Ibama é um dos signatários, estão sendo cumpridos. "Obras de drenagem e contenção de encostas foram iniciadas logo após o rompimento, como parte de um plano emergencial para redução dos impactos causados.

A empresa reforça que estas e outras atividades estão sendo realizadas para a recuperação ambiental das áreas impactadas, como a dragagem, estabilização do rejeito via revegetação emergencial, além da recuperação de afluentes e monitoramento da qualidade da água em 92 pontos ao longo do rio Doce até a Foz, no Espírito Santo", segundo texto enviado para a imprensa.


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