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Estado de Minas

Floração dos ipês em Belo Horizonte deve durar até o fim de agosto

Turistas e moradores de BH se encantam com ipês e aproveitam queda de primeiras pétalas para correr e fazer fotos. Beleza em tom de roxo e rosa vai até setembro, quando o amarelo tomará conta da paisagem


postado em 15/07/2016 06:00 / atualizado em 15/07/2016 07:58

Praça da Liberdade virou ponto de encontro de fotógrafos profissionais ou amadores por causa dos ipês: duração da
Praça da Liberdade virou ponto de encontro de fotógrafos profissionais ou amadores por causa dos ipês: duração da "temporada" das flores depende do clima, diz especialista (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Gabriela Moretzsohn, de 24 anos, passava de carro pela Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, quando avistou ipês floridos na Rua Gonçalves Dias. Ela não teve dúvidas: estacionou o veículo, sacou um smartphone e registrou, no mesmo enquadramento, o colorido proporcionado pelas árvores e os prédios antigos do cartão-postal. “Moro na Noruega e vou levar essa imagem para casa”. Assim como ela, há muitos turistas e moradores fotografando os ipês espalhados pela capital.


A floração começou este mês e algumas árvores já começam a perder flores, o que tem colorido calçadas e gramados da capital e levado muitos apreciadores dos ipês a “correr” para fazer fotos. Dona Cláudia Soares Coelho, de 53, saiu de casa, na tarde de ontem, com uma máquina fotográfica nas mãos. O destino? A Praça da Liberdade. “Vim somente para registrar os ipês. Em 2015, quando percebi as flores, já estava no fim da estação. Agora vim na época certa”, conta.

A família Balsiminelli, que mora em Joinville (SC) e curte férias em Belo Horizonte, elogiou aos ipês durante um passeio pela Região Centro-Sul. O diretor comercial Mário, de 39, a médica Ludimila, de 37, e a filha do casal, Camila, de 2, registraram, sobretudo, as árvores em frente ao condomínio Niemeyer, projetado pelo arquiteto mais famoso do país. “Nasci em BH e me mudei, aos 6 anos de idade, para o interior de São Paulo. Hoje, moro em Santa Catarina. É a primeira vez que retorno à terra-natal. Estou encantada. Estes ipês estão lindos”, disse a médica.

O doutor em ecologia Sérvio Pontes Ribeiro, professor na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e cujo doutorado trata da evolução de árvores, informou que, “provavelmente, haverá ipês rosas e roxos floridos até o fim de agosto ou início de setembro”, meses em que começa a flora de espécies da cor amarela. Entretanto, o professor ressalta que a previsão depende de fatores como o clima e a estiagem.

ADAPTAÇÃO Ele esclarece que há várias espécies de ipês, árvores nativas da região neotropical, que vai do México à Argentina. Algumas podem viver por mais de um século. E todas se adaptam com facilidade aos ambientes da região neotropical. Dependendo do ambiente e da espécie, a primeira floração ocorre entre cinco e 10 anos. A floração de muitos ipês em BH ocorre por causa de uma espécie de gatilho fisiológico.

“As raízes são profundas, portanto, têm água até em época de seca. Quando há estiagem, causa o que chamamos de estresse hidráulico, que é a subida (do líquido) para as folhas. Quando a tensão fica forte (devido ao ar seco), a água sobe rapidamente”, explica. “Após a perda das folhas, a perda da água para. Esta água acumula nos botões da flores, o que permite a floração, de repente, numa época muito seca”, acrescenta Sérvio.

Mas a beleza notada hoje em muitos ipês, talvez, não se repita na mesma árvore em 2017. O motivo é uma estratégia para se defender de predadores de suas sementes, como maritacas e insetos. “Ipê que floresce muito num ano, floresce pouco no seguinte”, disse o professor, acrescentando que a estratégia é “ficar menos previsível para o inimigo”. “Se houver muitas sementes todos os anos, haverá muitos predadores todos os anos”.

Dona Myriam Moretzsohn, que estava no carro com a filha Gabriela, a economista que mora na Noruega, também ficou boquiaberta ao ver a floração dos ipês na cidade. Nas proximidades da Rua Fernandes Tourinho, na Savassi, ela conta que várias flores caíram ao chão. “Ficou maravilhoso. Parecia uma nevada”. No caso, uma nevada roxa.
Mário, Ludmila e a filha, Camila, moram em Joinville (SC) e se encantaram com os ipês de Belo Horizonte(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Mário, Ludmila e a filha, Camila, moram em Joinville (SC) e se encantaram com os ipês de Belo Horizonte (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)

 


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