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Estado de Minas

Frio agrava infecções respiratórias e lota unidades de saúde

Doenças respiratórios e surto de influenza na mudança de estação já provocam superlotação na rede pública


postado em 30/04/2016 00:12 / atualizado em 30/04/2016 08:59

(foto: Rodrigo Clemente/Em D.A Press)
(foto: Rodrigo Clemente/Em D.A Press)
A nebulosidade, a chuva e o frio já fazem o belo-horizontino se agasalhar e mudar o visual adotado nos últimos meses, quando o calor ultrapassou os 30 graus centígrados. Ontem voltou a chover na Grande BH, e as marcas dos termômetros oscilaram entre 16 e 23 graus, o que foi um alívio para muita gente. O problema é que, antes mesmo de o inverno chegar, uma preocupação já bate à porta de famílias e autoridades. Com antecipação do surto de influenza no país, a rede pública de saúde de BH já registra sufoco nos atendimentos.

Dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram que as consultas para pacientes com infecções respiratórias registradas em março superaram em 26% as realizadas no mesmo mês do ano passado (5.046 contra 4.006) e são muito superiores às de janeiro deste ano, quando foram 1.906 consultas (164% a mais). Antes de fechar o balanço de abril, as consultas também já haviam batido os números do mesmo período de 2015.

No Hospital João Paulo II, referência em atendimento pediátrico na capital, o quadro se agrava desde fevereiro, por causa da sobreposição dos casos de dengue e das doenças respiratórias. Abril e maio prometem ser ainda mais complicados. “A tendência é piorar, porque, com a aglomeração de pessoas, as temperaturas mais baixas e o tempo seco, há um agravamento dos quadros respiratórios”, afirma o diretor técnico da unidade,  o médico Cristiano Túlio Maciel, que estima equilíbrio na demanda somente a partir de junho.


Dados do hospital projetam que a média de 4 mil atendimentos realizados mensalmente dobre neste mês e, já em maio supere a marca de 8 mil procedimentos. Por causa da explosão da demanda, a unidade precisou montar uma tenda provisória para receber pacientes, pois a recepção já não comporta tantas pessoas. O setor de internação também está abarrotado e opera 20% acima da capacidade, que é de 130 leitos. “Este foi um ano atípico, por dois motivos: tivemos uma epidemia de dengue muito forte, o que gerou um aumento incomum do atendimento em fevereiro. Em março, o quadro foi o mais dramático, com a antecipação das doenças respiratórias, além da manutenção dos atendimentos de dengue”, afirma. Segundo ele, além da ocupação dos 130 leitos da unidade, pacientes estão sendo acomodados também em macas para serem atendidos.


De acordo com o médico, os primeiros pacientes com infecções respiratórias chegaram com predomínio dos vírus sincicial respiratório, que causa as bronquiolites; rhinovírus, causador de resfriados comuns, além do adenovírus, que provoca inflamações de garganta. Os casos de influenza  começaram a surgir neste mês. Foram dois – uma criança de 2 anos, que morreu, e um bebê de 9 meses, que se recuperou. Ambos contraíram o subtipo A (H1N1). O diretor afirma que dois pontos positivos foram alcançados neste mês: a chegada da medicação para influenza e o reforço de 30% no quadro de médicos (que passou de seis para nove a cada turno de 12 horas).


Ainda assim, segundo Cristiano, a situação é complicada, pois, além da necessidade de maior esforço dos profissionais, as demais equipes não sofreram alterações, a exemplo de enfermeiros e técnicos em enfermagem. Na ponta, que sofre é o paciente. Embora adote a Classificação de Manchester, para avaliação de risco e prioridade de atendimento, o tempo de espera para quem é classificado na cor verde (pouco urgente) pode chegar a 12 horas.


Diretora científica da Sociedade Mineira de Pneumologia e Cirurgia Torácica, Virgínia Pacheco Guimarães reforça a necessidade de cuidados para evitar o avanço dos casos de influenza e outras doenças respiratórias. Ela lembra que as pessoas devem manter os ambientes limpos e arejados, lavar as mãos sempre e proteger a boca com a parte interna do cotovelo ao tossir ou espirrar. “O surto de influenza ocorreu precocemente e ainda nem mesmo atingimos o pico da epidemia, o que torna ainda mais importante manter os cuidados e a higiene pessoal. O álcool em gel é um grande aliado e foi muito usado na epidemia de 2009. Mas, aos poucos, as pessoas foram abandonando o hábito de usá-lo”, frisou.

PREVISÃO O frio deve continuar nos próximos dias. O fim de semana será de tempo nublado, chuva e temperaturas amenas na Grande BH. Hoje, o céu deve permanecer nublado, com chuvas. Amanhã o tempo ficará parcialmente nublado, sem pancadas. A temperatura no fim de semana deve variar de 14 a 25 graus em Belo Horizonte. Na capital, o céu ontem amanheceu nublado e, às 6h, os termômetros registraram mínima de 15,6 graus.

 

 

Congestionamento

Pacientes atendidos com quadro respiratório nos centros de saúde da capital


    Ano    Janeiro    Abril


    2015    1.340    4.603


    2016    1.906    4.691* (até dia 25)

 

 

 

 

Enquanto isso...


...Hora de
se proteger

Os centros de saúde funcionam hoje, exclusivamente para a vacinação contra influenza, acompanhando o chamado Dia D de combate à gripe. Cerca de 2.600 funcionários estão mobilizados, entre enfermeiros e técnicos de enfermagem. O funcionamento das unidades será das 8h às 17h. Podem ser vacinados pessoas acima de 60 anos, gestantes, mulheres até 45 dias após o parto, crianças de 6 meses até as menores menos de 5 anos de idade, profissionais de saúde, indígenas, além de doentes crônicos, como pessoas com diabetes, asma, bronquite e hipertensão, entre outros grupos. Agendamento para vacinação de acamados pode ser feito até 13 de maio, pelo telefone (31) 3277-7722; o atendimento em casa começa em 2 de maio.


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