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Estado de Minas

Samarco responsabiliza consultoria por falhas em Plano de Ação Emergencial

A empresa sustenta que o projetista e consultor não apresentou nenhum relatório técnico decorrente de inspeção que registrasse risco de ruptura iminente


postado em 31/01/2016 06:00 / atualizado em 31/01/2016 07:12

(foto: Jair Amaral/EM/D.A.press)
(foto: Jair Amaral/EM/D.A.press)

A mineradora Samarco atribui eventuais falhas em seu Plano de Ação Emergencial de Barragens (Paemb) à consultoria que ela mesmo contratou para elaborá-lo. “Todo e qualquer critério técnico para elaboração do plano de emergência ou estudos dessa natureza constitui prerrogativa da empresa contratada, cuja qualidade e expertise era até então reconhecida no mercado”, afirma nota da Samarco enviada ao Estado de Minas sobre as falhas apontadas pelo relatório da Polícia Federal. De acordo com o texto da mineradora, o plano e o estudo de dam break foram feitos pela Pimenta de Ávila Consultoria Ltda.

Sobre a acusação da Polícia Federal de que o coordenador do plano emergencial, Germano Silva, não tinha conhecimento adequado para a função que exercia a Samarco rebateu: “Foi treinado para colocá-lo (o plano) em prática, assim como outros funcionários da companhia, sendo certo que o último treinamento ocorreu em 5 de outubro de 2015 e que a apresentação do dam break pela equipe Pimenta de Ávila ocorreu na manhã do mesmo dia dos sismos e rompimento da Barragem do Fundão”.

A Samarco sustenta que, como projetista e consultor, Joaquim Ávila não apresentou nenhum relatório técnico decorrente de inspeção que registrasse risco de ruptura iminente. “Houve apenas recomendações ordinárias, absolutamente normais às atividades de operação da barragem, devidamente observadas cada uma a seu tempo”, garante a nota.

De acordo com a mineradora, os “alertas ordinários” durante a operação da barragem não eram advertência do risco iminente. “Sobretudo porque acompanhados de recomendações para adequação que não envolviam a adoção de medidas excepcionais”, complementa o texto.

A empresa considera sem sentido as contradições apontadas pela Polícia Federal nos depoimentos do presidente afastado Ricardo Vescovi e do diretor de operações, também afastado, Kleber Terra. “A indagação sobre o conhecimento de relatórios por um ou outro diretor não tem sentido, na medida em que o conteúdo dos relatórios não fazia advertência de risco iminente de ruptura, bastando leitura completa dos relatórios para constatar que jamais houve advertência dessa natureza por Joaquim Pimenta de Ávila ou qualquer outro consultor da empresa”, garante a nota enviada pela empresa. A Samarco que os fatos relatados no inquérito da Polícia Federal indicam “verdadeira confusão que precisa ser corrigida, sob pena de se cometer gravíssima injustiça contra pessoas”.


Contradições entre executivos
Os dois principais executivos da Samarco, o presidente afastado Ricardo Vescovi e o diretor de Operações, Kleber Terra, se contradizem nos depoimentos prestados à Polícia Federal (PF). Os dois – que já estavam afastados de seus cargos para se defenderem no inquérito que apura as responsabidades pela tragédia de Mariana – foram indiciados por dolo eventual em crime ambiental, com outros quatro funcionários da empresa.

Terra afirmou nos depoimentos que os relatórios sobre problemas relativos à Barragem do Fundão eram analisados e depois apresentados nas reuniões da diretoria, algumas com a presença de Vescovi. O presidente, entretanto, negou, em seu depoimento, ter chegado até ele informação de que havia qualquer problema na Barragem do Fundão.

A PF destaca, no relatório do inquérito, que Vescovi entendeu que o plano de ações emergenciais aplicado era adequado e, por isso, a empresa o cumpriu. O presidente afastado justificou a não instalação de sirenes argumentando que não estava previsto no plano. A afirmação, entretanto, é rebatida pela PF, com base no depoimento de Joaquim Pimenta Ávila, consultor em barragens. “O plano indica os locais de autossalvamento e cabe à empresa escolher os meios eficazes de comunicação para avisar as comunidades sujeitas a autossalvamento”, destaca o documento da PF.


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