
A aposentada Maria Inês Simões de Moura e Silva, de 84 anos, adquiriu quatro correias. “Meu grande objetivo é agradecer. Mas a gente também dá uma ‘correiada’ em todos os males”, revelou, com bom humor. Ao lado, a amiga Gilka Aparecida Pinheiro Xavier, de 75, contava que sempre renova os pedidos. “Já fiz 22 cirurgias, a primeira aos 7 anos. Viajo sempre aos santuários marianos, mundo afora, e tenho um carinho especial pela Igreja de Nossa Senhora da Consolação e Correia”, afirmou a aposentada.
Frei Luiz explicou que a bênção especial sempre ocorre num domingo da Semana Agostiniana, quando se celebram os dias de Santa Mônica (27 de agosto), Santo Agostinho (28) e Nossa Senhora da Consolação e Correia (4 de setembro). Um dos momentos mais bonitos da cerimônia foi quando o religioso aspergiu água benta sobre as cabeças dos fiéis, em filas, instantes depois de pedir a todos que erguessem as correias, como também documentos, chaves do carro, carteiras e outros objetos pessoais. Como manda o costume, houve troca das correias do ano passado por novas.
A origem da tradição está na história de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, para quem Nossa Senhora teria aparecido e lhe dado a correia que carregava na cintura, a fim de consolá-la pela recente viuvez e pelos desvarios do filho. Já na antiga Judeia, conforme os estudos, era costume as mulheres andarem com as tiras de couro simbolizando a virgindade. Para os católicos, é ainda um sinal de conforto para os aflitos, força para famílias desagregadas e de alento para quem perde a esperança.
