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Estado de Minas

Copasa decide não adotar racionamento na Grande BH este ano, mas alerta continua

Precipitações acima da média e economia dos consumidores adiaram cortes no abastecimento em 2015. Mesmo assim, campanha para economizar água será mantida. Companhia divulga decisão no início da semana que vem


postado em 08/08/2015 07:00 / atualizado em 24/08/2015 11:40

Reservatório Serra Azul, que registrou na sexta-feira (08) volume de 13,2%: economia por parte da população, chuvas acima da média e medidas da Copasa contribuíram para evitar restrição do abastecimento(foto: Gladyston Rodrigues / EM / D.A Press)
Reservatório Serra Azul, que registrou na sexta-feira (08) volume de 13,2%: economia por parte da população, chuvas acima da média e medidas da Copasa contribuíram para evitar restrição do abastecimento (foto: Gladyston Rodrigues / EM / D.A Press)

A economia dos consumidores, as precipitações acima da média nos últimos meses da estação chuvosa e o planejamento para reduzir perdas e distribuir água impedirão que a Grande BH sofra com racionamento este ano. A Copasa, empresa responsável pelo abastecimento e saneamento na região, se prepara para informar a acionistas que não será necessário limitar o fornecimento de água em 2015 e divulgará a decisão no início da semana que vem, segundo informaram fontes do governo estadual ao Estado de Minas. Apesar de descartar racionamento este ano, a companhia e o governo continuam em alerta diante dos baixos índices de reservatórios. A empresa manterá campanha de conscientização lançada em fevereiro para uso racional de água por parte de consumidores.


Um dos fatores que contribuíram para descartar o racionamento foi justamente a economia feita pela população. A redução média de consumo, segundo dados divulgados pela empresa de abastecimento na Grande BH, foi de 14,2% entre fevereiro e junho – o pico de economia ocorreu em março, quando foi poupado 16% do volume de água a ser fornecido. Ainda que a meta estabelecida pela Copasa tenha sido de 30%, outras medidas asseguraram a manutenção do abastecimento. As chuvas atípicas em março e em maio, depois de secas rigorosas nos últimos três anos, também contribuíram. Em maio, o acumulado de chuva bateu recorde desde o começo das medições, em 1910. A capital mineira registrou 96,7 milímetros no período, mais de três vezes a média histórica para o mês, que é de 27,8 milímetros.







O governo também considera que contribuíram para evitar um cenário de restrição o planejamento da Copasa e medidas adotadas desde que a presidente da empresa, Sinara Meireles, anunciou situação crítica de abastecimento – a empresa admitiu que havia risco de colapso em janeiro, dias depois de reportagem do EM revelar que o reservatório Serra Azul estava no limiar do volume morto. “Se todo mundo continuar gastando o que estamos gastando, em quatro meses já não teremos mais nada”, disse Sinara em janeiro, quando propôs “pacto” para garantir abastecimento.

Uma das medidas da Copasa foi o lançamento da Operação Caça-Gotas, para combater vazamentos e conexões clandestinas, que contribuíam para a perda de 40% da água captada e tratada. Segundo informações da empresa divulgadas mês passado, os 80 integrantes da operação foram acionados para conter 75.306 vazamentos na região metropolitana de fevereiro a maio, média de 627 chamados por dia. A Copasa sustentou que conseguiu cortar pela metade o tempo de espera para atender a essas demandas, mas afirmou não ter cálculo de quanto economizou com isso. No fim de janeiro, a empresa reconheceu que precisou reduzir em alguns momentos a pressão da água que chega à capital, o que pode ter contribuído para a manutenção do abastecimento.

Situação  Apesar da decisão de descartar o racionamento este ano, a Copasa e o governo mantêm a mobilização contra a crise hídrica, uma vez que os reservatórios da Grande BH continuam baixos. Esta semana, por exemplo, foi prorrogado por mais 60 dias o estado de restrição de consumo nas bacias das represas que formam o Sistema Paraopeba (Rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores). A medida reduz as captações em 20% para abastecimento humano e animal, 25% para irrigação, 39% para indústria e mineração e 50% para demais usos.

Ontem, o Sistema Paraopeba, responsável por cerca de 30% do abastecimento da Grande BH, atingiu o terceiro pior nível desde 2013, com 32,4% de sua capacidade de armazenamento. A segunda pior marca foi registrada em fevereiro deste ano, com 30,2%, e a mais baixa, em janeiro, quando chegou a 29,9%. O sistema Serra Azul, em Juatuba, na Grande BH, está com a pior situação: retém apenas 13,2% do seu volume útil. Para se ter ideia, Serra Azul é o segundo maior reservatório, comportando 93 milhões de metros cúbicos, mas atualmente apresenta apenas 12,2 milhões de metros cúbicos, enquanto o Vargem das Flores, em Betim, que tem capacidade máxima mais de duas vezes menor, com 40 milhões de metros cúbicos, atualmente detém mais água do que Serra Azul, com volume de 12,8 milhões de metros cúbicos.

Para o ano que vem, a aposta da Copasa para melhorar o fornecimento na Grande BH é uma nova captação no Rio Paraopeba, em Brumadinho. As obras começaram no início de julho e têm conclusão prevista para a segunda quinzena de dezembro. O reforço no abastecimento será de 5 mil litros por segundo (l/s), bombeados por tubulações de aço com 1,5 metro de diâmetro, que se estenderão por 6,5 quilômetros, desde a margem do rio, próxima ao Inhotim, até a Estação de Tratamento de Água do Rio Manso, que integra o Sistema Paraopeba.

 

Crise revelada

A Copasa reconheceu em janeiro situação crítica dos reservatórios na Grande BH, dois dias depois de reportagem do Estado de Minas revelar que o segundo maior reservatório, o Serra Azul, estava quase no volume morto e que havia problemas em outras barragens. Entre outras medidas, a estatal pediu a consumidores que reduzissem consumo para evitar o racionamento. O governo estadual criou uma força-tarefa com órgãos ambientais, de obras e planejamento para implementar projetos de novas captações, reduzir perdas de distribuição e lançou uma campanha que dura até hoje para mudança de hábitos dos consumidores e diminuir o consumo em 30%.


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